Aqui está a antevisão de Vítor Pereira do jogo da oitava
jornada da liga, frente ao Marítimo.
“"Dá muito trabalho ganhar um jogo"
Vítor Pereira espera um Marítimo organizado na defesa e
rápido no ataque, mas diz que o FC Porto terá de saber contornar as
dificuldades e ganhar o jogo agendado para as 20h15 de sexta-feira, no Estádio
do Dragão. E voltou a elogiar o desempenho e empenho dos jogadores.
O que espera do Marítimo neste jogo?
O Marítimo que no ano passado fez o campeonato que fez, uma
equipa bem organizada, uma equipa com jogadores velozes e técnicos na frente.
Uma equipa que, de certeza, vai apresentar-se compacta, agressiva, que nos vai
criar dificuldades. Este ano está perante um contexto diferente, está a
disputar também as competições europeias e isso não é fácil. Não é fácil para
uma equipa do nível do Marítimo manter-se em bom nível nas duas competições.
Mas não tenho dúvidas nenhumas. É uma belíssima equipa, bem trabalhada, bem organizada
e que nos vai criar dificuldades, mas que nós temos de contrariar. Estaremos a
jogar em casa, perante os nossos adeptos, e vamos ter de contornar as
dificuldades para ganhar o jogo.
Acha o Marítimo mais forte ou mais fraco do que na época
passada?
A mim parece-me um Marítimo muito idêntico ao da época
passada, um Marítimo bem organizado. No ano passado, o Pedro Martins foi muitas
vezes elogiado pelo seu trabalho e não se desaprende do ano passado para este.
O Marítimo continua a apresentar-se como uma equipa agressiva no processo
defensivo e ofensivo, que aposta na velocidade dos seus atacantes. Não é um
Marítimo muito diferente do ano passado, este ano trabalham sobre um contexto
diferente, com jogos complicados na Liga Europa, os jogadores têm de se adaptar
a esta dinâmica, e o Marítimo está a passar por esse processo.
Não lhe parece que o FC Porto tem sofrido muitos golos?
Se nós jogássemos sem adversários era mais fácil não sofrer
golos, mas como temos adversários e os adversários também têm qualidade, também
têm os seus argumentos e é natural que se sofram golos numa ou noutra
desatenção, às vezes por mérito do adversário, outras por demérito nosso, mas
isso faz parte do futebol.
Está há 20 jogos sem perder para o campeonato, isso tem
algum significado?
Significa que o objectivo fundamental é somar 21, ganhando o
próximo jogo, isso para mim é que é fundamental. A nossa equipa é uma equipa
equilibrada, que gosta de fazer golos, mas que gosta também de manter uma
dinâmica de equilíbrio. É uma equipa ambiciosa, consistente, regular, que às
vezes está mais inspirada do que noutras vezes, mas em que a organização está
lá, em que a identidade está lá e a equipa sabe o que quer. Estes 20 jogos são
consequência disso mesmo.
Acha que a sua equipa está esta época mais forte?
Já disse que sinto a equipa mais ligada, a jogar um jogo
mais trabalhado, mais colectivo, com comportamentos em termos de treino que me
têm agradado muito. Competitiva, ambiciosa, porque, mais uma vez, reforço que
os treinadores portugueses fazem de poucas coisas coisas grandes (não estou a
falar de mim, mas dos que sem jogadores da mesma dimensão conseguem criar
problemas estrategicamente aos clubes ditos grandes). Não é fácil ganhar jogos
e para se ganhar é preciso estar sempre ao melhor nível. Dá muito trabalho
ganhar um jogo.
Na entrega dos Dragões de Ouro disse que ainda vai fazer
grandes coisas no FC Porto e que ainda não viram tudo o que seria capaz. Quer
explicar o que queria dizer com isso?
Isso tem a ver comigo próprio, um desafio pessoal que vai
ficar comigo. Sou extremamente ambicioso, extremamente competitivo, quero
ganhar sempre, raramente fico satisfeito com aquilo que fica para trás, à
procura de fazer melhor, de aprender com as experiências, aprender com o erro
sem problema nenhum. A reflexão sobre o erro é que nos faz crescer, eu sei bem
o que quero para a minha vida. Aquilo que eu disse tem a ver comigo, com aquilo
que é pessoal, com o que tem a ver com a minha vida e nada mais do que isso.
Que lhe pareceram as declarações do presidente Pinto da
Costa, que o elogiou nos Dragões de Ouro?
Nós temos que continuar a ganhar, a ter resultados, porque
isto é uma competição intensa, de exposição permanente, ninguém agrada a toda a
gente e o presidente, se apostou em mim, é porque viu qualidades. Não acredito
que o presidente apostasse em alguém em quem não visse qualidades, que não
fosse um ganhador, para comandar um clube desta dimensão. É um reforço daquilo
que perspectivou quando me contratou, mas sei que o futebol faz-se de
resultados e os resultados têm de continuar a surgir, melhores ainda, porque
isso é um desafio pessoal. Podia ter optado por continuar nas minhas antigas
funções ou ir para o estrangeiro trabalhar, mas não é isso que eu quero para a
minha vida. Quanto maior o desafio, melhor para mim, mais eleva o meu foco.
Preciso de sentir a pressão dos resultados, do dia-a-dia, que toda a gente
coloca numa posição como esta. Decidi ter a necessidade e a obrigação de ganhar
títulos.
O que acha mais provável acontecer, o Benfica ganhar três
campeonatos em quatro anos ou, como disse o Maicon, o FC Porto ganhar quatro em
quatro?
Sinceramente, tenho uma dificuldade muito grande em fazer
futurologia e muito concretamente no futebol. Mas é natural que uma equipa como
a nossa queira ganhar em quatro campeonatos em quatro anos. É natural que os
nossos adversários tenham a ambição de ganhar todas as provas, todas as
competições que disputam. Acho natural que a ambição seja a nossa gasolina,
acho naturalíssimo, porque quem não for ambicioso não vai ganhar nada. Agora,
prever que em quatro se ganham quatro ou em três se ganham dois, isso depende
do trabalho de todos os dias. Ganham-se campeonatos trabalhando todos os dias,
ultrapassando dificuldades, nas dificuldades evidenciando espírito de
sacrifício e de entreajuda, pensar colectivamente antes de pensar
individualmente. É natural que toda a gente tenha perspectivas individuais,
isso é natural no ser humano, mas nunca à custa dos companheiros, mas com os
companheiros, isso faz uma diferença tremenda. Eu quero o melhor para mim, mas
com a minha equipa, não quero o melhor para mim à conta da minha equipa.
Acredita que o Sporting ainda lute pelo título?
Pela dimensão do clube, dimensão da sua massa adepta, pela
qualidade dos jogadores que o Sporting possuiu e agora com a vinda de um novo
treinador, acredito sinceramente que o Sporting ainda vai muito a tempo de
recuperar posições e o futebol é mesmo assim. Um, dois, três resultados
positivos mudam o estado anímico de uma equipa e os jogadores que estão a
passar um momento difícil, como todas as equipas têm. De repente, começam a
jogar de forma mais confiante, mais inspirada. Acho muito prematuro e muito
arriscado estar a colocar o Sporting de fora da luta pelo título.”
Em:
Aqui está a lista de convocados do treinador portista.
Helton, Fabiano, Danilo, Lucho, Maicon, Castro, João
Moutinho, Jackson, James, Kleber, Miguel Lopes, Varela, Mangala, Abdoulaye,
Fernando, Atsu, Otamendi e Defour.
O meu palpite para a equipa titular é:
Helton; Danilo, Maicon, Otamendi e Mangala; Fernando, João
Moutinho e Lucho; James, Jackson e Varela.
1 comentário:
Antes de mais um jogo da Champions, em Kiev, que pode ser decisivo para o F.C.Porto - caso vença ou empate, fica automaticamente apurado para os oitavos-de-final -, o bi-campeão tem um jogo que não será um passeio, mas que se fizermos o que precisa de ser feito: atitude e qualidade colectiva e individual, com maiores ou menores dificuldades, somaremos os três pontos. A equipa de Pedro Martins não está a fazer uma época por aí além, em relação ao campeonato da época passada, por esta altura, tem menos 6 pontos, mas está, por via da participação na Liga Europa, mais experiente, mais preparada para jogos com maior pressão, jogos em que a responsabilidade de ganhar está do outro lado. Sendo a equipa madeirense organizada e porque tem jogadores velozes, rápida a sair em contra-ataque, é importante um Porto forte, concentrado, intenso, a querer muito, desde o início e todo o tempo. Um Porto com a cabeça exclusivamente no Marítimo, para depois, mantida a liderança - veremos em que condições... - e com a moral em alta, enfrentar o frio de Kiev e a qualidade do Dínamo, na procura do passaporte para a fase seguinte da prova mais importante da UEFA.
Bjs
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