Passadas que estão algumas horas depois do empate de ontem
que deixou um sabor amargo, isto é, um sabor a derrota no universo portista,
decidi reflectir sobre as incidências do jogo. É como escrevi no meu post de
ontem, não se pode esperar que todos os jogos sejam fáceis como foram os dois
anteriores. Talvez é aí que está o problema, é que de repente tudo parecia
demasiado fácil, parecia que a vitória já era um dado adquirido e este empate
caiu como uma espécie de “balde de água fria”.
Por muito que se diga que este campeonato está desnivelado e
que a luta pelo título se reduz a duas equipas – o que não deixa de ser verdade
– não significa que nunca vão surgir dificuldades, isto é, equipas que, com as
suas armas, tentem contrariar o favoritismo dos favoritos na busca de pontos
preciosos para elas próprias. Mesmo que o jogo praticado por essas mesmas
equipas nos pareça demasiado irritante, diria mesmo que é uma forma de jogar
numa espécie de anti-jogo permanente. Foi o que aconteceu ontem no Dragão, a
Olhanense, com as suas armas, contrariou o favoritismo do FC Porto, que por
muito que tentasse não foi capaz de desmontar a defesa algarvia.
Se para nós adeptos é de veras enervante ver que a nossa
equipa está literalmente a lutar contra uma muralha de jogadores e que não há
meio de acertar na baliza, imagino o que não será para os próprios jogadores.
Não, eu não estou com isto a desculpá-los, mas acontece que os jogadores são
homens e não máquinas, logo, sentem-se ansiosos e é aí que o coração começa a
falar mais alto que a razão, o que nem sempre dá bom resultado.
É verdade que fiquei um tanto ou quanto triste pelo FC Porto
não ter agarrado a oportunidade de descolar do Benfica - sei que alguns estão
neste momento a chamar-me demasiado sentimentalista, mas eu digo que sou
sentimentalista e gosto de aliar ao sentimentalismo a racionalidade –
continuando … também tenho a consciência de que os jogadores portistas fizeram
o possível para conquistar essa vitória. Pois o FC porto dominou, controlou,
mas não foi eficaz e aí pecou. Pois a eficácia é a maior aliada de uma equipa
que precisava de ganhar e que tanto fez para o merecer, como revelam as
estatísticas de jogo. Os dragões efectuaram 29 remates, tiveram 11 ocasiões de
golo, tiveram 78% de posse de bola além de ter somado muitos cantos. Contudo,
como já referido anteriormente, falhou a finalização, terá sido, infelizmente,
uma noite de azar, como tantas outras que já aconteceram no Dragão. Alguns
dirão que provavelmente até terá sido um bocadinho de olhado … seja o que for,
o que sei é que aquele jogo até poderia ter durado a noite inteira, que tenho
para mim que a bola não entraria na baliza dos de Olhão.
E termino este meu post dizendo o seguinte. É verdade que o
FC Porto perdeu pontos num jogo em que não deveria ter perdido, mas mais vale
perder pontos numa jornada em que o adversário directo também os perdeu e ficar
tudo na mesma, do que perder pontos numa jornada em que o adversário não perdeu
pontos e complicar a vidinha.
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