E é chegado o momento da última reflexão.
Ainda antes do final da época 2013-2014 Lopetegui foi
anunciado como treinador do FC Porto, sendo relevado que ia abraçar um projeto
com duração de 3 anos – pelo menos, digo eu.
Lopetegui começou por arrumar a casa, saíram uns jogadores e
entraram outros tantos. Incluindo a promoção de Ruben Neves, um jovem da
formação com apenas 17 anos. Ou seja, o mister teve como primeiros grandes
objetivos reconstruir o plantel, integrando novos jogadores e procurando juntar
os cacos de uma equipa completamente partida e desmotivada.
Logo nos primeiros tempos começaram a surgir as primeiras
críticas: foi a torre no Olival; foi a armada espanhola; foi a rotatividade.
Ao longo da época defendi Lopetegui sempre que achei que as
críticas estavam a ser infundadas, exageradas, ou, por e simplesmente sempre
que achei que o devia fazer. E não me arrependo nada de o ter feito. O mister
cometeu erros? Claro que sim, quem nunca errou? Mas também fez coisas boas.
Afinal de contas construir uma equipa, que é verdade, demorou algum tempo até
afinar a máquina, não é fácil.
A rotatividade que muitos consideram ter sido exagerada,
mais tarde revelou-se importante, quando surgiram lesões em jogadores
importantes e os suplentes diretos não apresentavam grandes dificuldades no
desempenho das tarefas. É verdade que essa rotatividade custou-nos a eliminação
da Taça de Portugal. Mas não foi responsável pela perda de pontos nos jogos que
referi no post sobre os pontos perdidos no campeonato como sendo aqueles em que
as perdas de pontos foram mais significativas: Benfica no Dragão; Marítimo,
Nacional, Benfica e Belenenses fora. Nesses jogos, exceto no jogo no Dragão
frente ao Benfica, faltou crença, garra, determinação, atitude e espírito de
Dragão. Ou, se quisermos, o FC Porto não jogou aquilo que mostrou ser capaz de
fazer noutros jogos.
Na segunda mão dos quartos de final da Liga dos campeões,
perante as ausências dos laterais, o mister teve de fazer opções. Hoje, sabendo
o resultado final desse jogo, é fácil dizer que errou. E o próprio Lopetegui
admite que talvez faria escolhas diferentes, como se pode constatar nas
seguintes declarações proferidas pelo treinador portista no México : "O
passado não existe para um treinador. Simplesmente, defrontámos uma equipa que
foi superior à nossa na primeira parte. Na segunda, não soubemos neutralizar o
que eles conseguiram no início do jogo. O Bayern teve um nível de acerto
exagerado, foram contundentes. Corrigimos, mas já era tarde. As decisões dos
treinadores são tomadas com base num grande número de variáveis e se fosse agora
talvez tivesse tomado algumas diferentes. No final, eles foram melhor equipa do
que nós e com muito nível".
Os nossos adversários e os comentadores e pseudocomentadores
desportivos deste país criticam tanto Lopetegui e querem que este vá embora,
porque no fundo sabem que ele no próximo ano - isto pois claro, se não houver
extras a levar outra equipa ao colo – poderá fazer mais e melhor. E eu também acho.
Num segundo ano de futebol português, conhecendo melhor os adversários; conhecendo
melhor as espécies de armadilhas que
alguns pseudojornalistas colocam nas questões a Lopetegui – e que tal nem lhes
responder?; e, sobretudo, percebendo como funciona o manto, ou o andor, que
esta época levou o Benfica ao colo; não se repetirão alguns erros.
Também estou certa que o mister pode ter um papel importante
na aposta e valorização de jovens jogadores promissores da formação portista,
tal como fez com Ruben Neves.
Para além de que, estou certa disso, continuará a defender a
sua equipa de todas as críticas e ataques baixos. Sim, porque Lopetegui deu a
cara e o corpo às balas como se fosse um portista. Mas, repito, não deveria ser
só o mister a dar a cara.
E, por tudo isto, não percebo as pessoas que tanto
defenderam a saída de Lopetegui. Será que preferem a constante troca de
treinador ao invés da estabilidade?
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