1 – Crónica
No início de noite desta segunda o FC Porto deslocou-se ao
terreno do Belenenses, em jogo a contar para a 28ª jornada da Liga. No final do
encontro verificou-se a derrota dos Dragões por 2-0.
Para este jogo Sérgio Conceição apostou num onze composto
por Casillas; Maxi, Filipe, Osorio e Alex Telles; Herrera, Sérgio Oliveira e
Brahimi; Ricardo Pereira, Soares e Aboubakar.
O FC Porto até entrou bem em jogo, decidido a resolvê-lo o
mais rápido possível. Contudo, ao minuto 10, na primeira vez que o Belenenses
aproximou-se da baliza de Casillas, ativou o marcador. Os Dragões tentaram
reagir, mas a bola teimou em não entrar. Brahimi, Ricardo, Aboubakar, Soares,
Alex Telles e Sérgio Oliveira tentaram devolver o empate ao marcador antes do
fecho da primeira parte, mas uns por falta de pontaria ou porque o guarda-redes
ou algum dos defesas não o permitiram, não conseguiram fazer o golo.
No segundo tempo a procura pelo golo continuou, mas nem
Soares, Ricardo, Filipe ou Gonçalo Paciência conseguiram ser felizes, já que
todos viram o guarda-redes adversário negar-lhes o golo. Quem não marca
arrisca-se a sofrer, costuma-se dizer e foi o que se passou ao minuto 70,
quando surgiu o segundo golo dos da casa.
Com esta derrota o FC Porto soma 70 pontos e está no segundo
lugar da Liga, a 1 ponto da liderança.
2 – Análise
Depois de uma paragem para os jogos das seleções, regressou
o campeonato com um clássico frente ao Belenenses, um jogo que não se esperava
fácil. E, de facto, não o foi. A vida do FC Porto começou a complicar ao minuto
10, quando os da casa inauguraram o marcador. Basicamente o jogo não correu
nada bem ao FC Porto, que nunca foi capaz de transformar as dificuldades em
facilidades. É certo que tentativas para marcar não faltaram, mas a bola não
entrou. Talvez a ansiedade tenha pesado mais do que a razão e, assim, nada costuma
acertar. Por mais que tente ser racional, é difícil perceber que nesta altura
do campeonato a ansiedade está a ser mais um adversário e este está dentro da nossa
própria equipa. É hora de resolver este problema, a equipa tem de voltar a
acreditar em si, porque não há tempo para ter tempo e não pode ser a ansiedade
a por tudo a perder agora. É que são duas derrotas consecutivas fora. É preciso
resolver esse problema, do mesmo modo que é necessário resolver o problema da
falta de golos por parte dos avançados, o bloqueio tem de terminar, porque sem
golos não se costumam ganhar jogos.
Pior ainda é que, no decorrer do jogo, só conseguia pensar
que das duas uma: ou eu não percebo nada de futebol; ou percebo muito e quem lá
está não percebe nada. Como é possível que depois do que se passou em Paços de
Ferreira, a equipa tenha um comportamento semelhante hoje? Ou será que não foi
nada disto que se passou e eu não percebo nada disto. Como é que se explica que
uma equipa pareça durante toda uma primeira parte completamente sem ideias e o
jogador capaz de pensar o jogo continue no banco? Eu sei que depois do jogo é
fácil fazer prognósticos, mas preocupa-me perceber que há coisas que não mudam…
Em suma, o FC Porto perdeu o jogo, porque faltou a eficácia
no ataque. E com esta derrota foi a liderança do campeonato. Confesso que no
final da primeira parte fui assaltada por uma memória não muito feliz: o jogo
da época passada entre FC Porto e Vitória de Setúbal no Dragão… jogo que não
teve um desfecho feliz, apesar das várias tentativas para marcar… um jogo a
partir do qual as nossas esperanças perderam-se… que a equipa do FC Porto seja
capaz de escrever outro desfecho para esta história é o que se deseja. Nada está
perdido, de facto, mas não estamos numa posição confortável e perdeu-se,
completamente, a margem de erro que, com dois pontos de vantagem, já era
pequena. Por isso não há outra solução que não seja ganhar as 6 finais que
faltam jogar. Para tal precisamos do FC Porto guerreiro do início da época…
aquele que na Feira, perante um campo inclinado, conseguiu dar a volta a todas as
dificuldades e venceu contra tudo e todos. Vamos Porto!
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