segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Sobre o plantel 2019-2020

Agora que terminou a época mais longa da história do futebol, é o momento de fazer reflexões, retrospectivas, análises ou crónicas dos acontecimentos. Comecemos pelo plantel. 

Não é segredo para ninguém que a saúde financeira do FC Porto ja teve melhores dias e que por essa razão a UEFA está de olho nas contas. O que faz com que esteja fortemente condicionada a contratação de jogadores. 
No arranque desta temporada, foi necessário ajustar o plantel, visto que verificaram-se saídas de jogadores importantes, tais como: Iker Casillas, que tinha renovado com os Dragões, mas perante o seu grave problema de saúde, o FCPorto foi obrigado a procurar outro guarda-redes (e quantos foram colocados na rota do Dragão!); de Óliver; Éder Militão; Felipe; Herrera, que saiu a custo 0; Brahimi, também a custo 0; e Maxi. Todos jogadores que já estavam no Dragão à tempo suficiente para conhecerem os cantos à casa e para serem importantes para a equipa.
No sentido inverso, entraram Marchesin, que adaptou-se bem e rápido; Saravia, que aparentemente nunca conseguiu adaptar-se; Marcano, que regressou ao Dragão depois de na época anterior ter saído a custo 0; Uribe, que aparentou demorar um pouco a adaptar-se e deixou a sensação que podia fazer mais; Luis Diaz, jogador jovem e com talento, mas não fez uma época constante; Nakajima, um jogador em quem depositávamos esperanças, mas ficou muito à quém das espetativas; e Zé Luis, de quem se esperava mais. Para além de uma necessária aposta na formação do clube, com a inclusão de alguns miúdos no plantel principal, desde logo: Diogo Costa, que já fazia parte do plantel, mas que passou a assumir o posto de 2º guarda-redes e que teve oportunidade de realizar alguns jogos (ocupou as redes nas duas taças, bem como em 3 jogos do campeonato); Romário Baró; Tomás Esteves;; Fábio Silva; Vítor Ferreira; Fábio Vieira e João Mário.  
É normal os jogadores que chegam necessitarem de um período de adaptação a um novo clube, aos colegas, ao treinador, à realidade do futebol português. Este processo é mais demorado para uns do que para outros, o problema é que o tempo é inimigo de uma equipa de futebol que precisa competir ao mais alto nível. E alguns dos reforços pareceram ficar à quem do desejado e esperado. 
Não, este não foi, por certo, o melhor plantel da história do clube; não, este não foi, por certo, um plantel de sonho; não, este não foi um plantel perfeito ou equilibrado; mas foi o possível com o que o FC Porto podia gastar. E foi com estes que a equipa foi à luta pelos objetivos traçados. Nem tudo correu bem, é certo, mas foi com estes que o FCPorto conseguiu, não só resgatar o título de campeão nacional, mas também juntar-lhe a Taça de Portugal. Porquê? Porque conseguiram materializar a crença e a esperança do treinador dentro das 4 linhas. Foram estes que, em silêncio e juntos, lutaram como irmãos. E por isso estaremos sempre gratos a estes rapazes.

Agora vem aquela fase da época da qual não gosto nada, as entradas e saídas de jogadores. É mais ou menos óbvio que, infelizmente, será necessário reconstruir o plantel para a próxima época, porque o FCPorto necessita vender para equilibrar as contas (mesmo que a entrada direta na Liga dos Campeões seja uma boa ajuda). Por isso, é esperado que saiam jogadores importantes, embora todos nós esperamos que o FC Porto possa resistir a vender os jovens da formação, visto que são eles o futuro da equipa. 
Assim, sendo o mais realista possível, acredito que, infelizmente, há jogadores que, tendo mercado, estarão mais perto da saída. Dificilmente o FCPorto consegue chegar a um acordo para renovar com Alex Telles e a verdade é que não deve faltar pretendentes para contratar o lateral esquerdo portista. Vai ser uma grande perda, que fará com que o FCPorto tenha de contratar um bom lateral esquerdo. Corona, realizou uma boa época, talvez a melhor desde que cá chegou, foi lateral direito, jogou mais a frente, jogou a meio, marcou alguns golos e deu muitos a marcar. Talvez vai ser difícil segurar o mexicano no Dragão e isso significará uma perda relevante no xadrez azul e branco. Danilo, pelo jogador que é, por certo será difícil aos Dragões conseguirem manter os tubarões à distância do capitão. Otávio, também será um jogador com mercado e difícil de segurar, também pela época que fez. Mbemba, pelos jogos que fez, a calma que demonstra e pela qualidade, não duvido que não tenha interessados. 
Por outro lado, seria muito importante o FCPorto blindar o acesso dos tubarões a jogadores que podem tornar-se peças chave na manobra da equipa na próxima época. São os casos de: Diogo Costa, que será o futuro dono das redes portistas, sem dúvidas; Diogo Leite, que merece mais oportunidades para jogar; Tomás Esteves, lateral direito jovem, com muita margem de progressão; Romário Baró, que necessita ter mais oportunidades para mostrar o que vale (talvez tivesse sentido pressão por estar no plantel principal e isso o tenha atrapalhado); Vítor Ferreira, jovem com muita margem de progressão; Fábio Vieira, jovem, muita margem de progressão, bom pé esquerdo e nervos de aço; Fábio Silva, jovem, com margem de progressão; João Mário, margem de progressão e muito para mostrar. Para além destes seria importante manter Sérgio Oliveira, que tem sido importante para a equipa, para além de ser um jogador que conhece muito bem os cantos da casa; Luis Diaz, que num segundo ano pode dar mais do que conseguiu dar esta época e já mostrou que consegue; Uribe, tal como Luis Diaz, poderá dar mais numa segunda época. 

Aguardemos para ver o que nos reserva o mercado. Mas de uma coisa tenho a certeza, este plantel já faz parte da história do FC Porto. Parabéns rapazes! 



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