terça-feira, 11 de junho de 2024

O Que Espero da Próxima Época?

    A próxima época não se adivinha fácil, nada fácil. Será, necessariamente, uma época de mudança. Primeiro porque o FC Porto está numa fase de mudança e de reorganização. E esta mudança e reorganização contempla, naturalmente a equipa de futebol, desde logo pela mudança de treinador. Não deixa de ser positivo o facto de Vítor Bruno conhecer muito bem o clube, o plantel e o futebol Português. Portanto, sabe perfeitamente que nas competições nacionais é sempre, sempre, contra tudo e contra todos. Sim, isto é algo que, infelizmente não vai mudar. 


O que não pode, nunca, mudar (nem na próxima época nem nunca), é a mentalidade vencedora; a garra; o querer; o nunca virar a cara à luta; o não ter medo dos adversários por mais poderosos que sejam; a mística; o orgulho em defender as cores do FC Porto dentro de campo; o saber que não há impossíveis, porque o impossível só demora um pouco mais. Foi esta a mentalidade que fez do FC Porto um clube vencedor e respeitado além fronteiras e é esta mentalidade que tem de prevalecer para que o FC Porto continue a ser um clube vencedor e respeitado além fronteiras. 


E, sobretudo, o que não pode, nunca mudar )nem na próxima época nem nunca), é a união dos adeptos em torno da equipa. Só juntos somos mais fortes e só juntos será mais fácil lutar, eles dentro do campo, nós adeptos nas bancadas, em casa e por esse país fora, formando aquele mar azul que só nós sabemos transformar em energia positiva. Saibamos, todos, deixar de parte as diferenças, as opiniões e coloquemos o FC Porto a cima de tudo e de todos, porque dirigentes, treinadores ou jogadores vem e vão, o FC Porto fica e é nosso, é dos adeptos. Que nunca se esqueça isto. 


A próxima época não se adivinha fácil, mas espero que juntos, sempre juntos, sejamos capazes de transformar todas as dificuldades em facilidades. 


Já o referi na última publicação e repito. Sei, sabemos todos, que haverá necessariamente saídas importantes. Mas gostaria que fosse possível manter Diogo Costa, Alan Varela, Nico González, e Francisco Conceição, construindo a equipa em torno destes jogadores. Vamos aguardar, com a serenidade possível, o que vai ditar o mercado de transferências. 


E espero, esperamos todos, que no final da época estejamos a sorrir e a festejar. Vamos Porto, juntos, sempre! 


domingo, 9 de junho de 2024

Sobre o plantel

Depois de uma necessária interrupção nas publicações sobre a época passada, retomo-as para abordar o plantel de 2023-2024. 


A baliza portista esteve bem entregue, quer a Diogo Costa quer a Cláudio Ramos. Não foi por aqui que o FC Porto perdeu o campeonato ou que surgiram os problemas mais complexos. 


A defesa portista, apesar de ter sido a melhor defesa do campeonato, causou-nos muitas dores de cabeça e muitos calafrios. A lesão de Marcano, ainda numa fase inicial da época, revelou-se um problema muito complexo. David Carmo mostrou ser capaz do bom, do menos mau e do mau, não conseguiu ser constante e por isso não conseguiu ser a solução que seria necessário. Otávio veio para o FC Porto na janela de transferências de janeiro. Entrou muito bem na equipa, embora alguns jogos depois parecia estar a recuar e a cometer alguns erros que seria esperado e desejado que não tivessem acontecido. Pepe, esse jovem capitão da equipa, sempre que bem fisicamente (e esteve muitas vezes bem), foi importante para a equipa. Se todos os jogadores tivessem a garra, a inteligência e a determinação do Pepe, seria incrível. Tenho de fazer uma referência a Wendell. Esta época o lateral esquerdo conseguiu ser mais seguro, constante e muitas vezes decisivo. É sem dúvida deste Wendell que o FC Porto precisa. 


No meio campo. A época arrancou com uma saída no plantel que alterou muita coisa na forma da equipa jogar, Otávio. Acredito que esta saída tenha sido, possivelmente, das maiores dores de cabeça que a equipa técnica enfrentou, pela necessidade de reorganizar a estrutura e a forma de jogo da equipa. Por outro lado, Alan Varela pegou de estaca, sendo, sem dúvida, um elemento preponderante da equipa. Nico González começou bem, depois quebrou, provavelmente por necessitar de se adaptar e retomou de pedra e cal para ser um elemento importante a meio campo. Confesso que esperava que Ivan Jaime conseguisse ser um jogador importante na equipa. Acho que necessitou de se adaptar e acredito, desejo mesmo, que na próxima época consiga mostrar muito mais do que mostrou. 


A frente de ataque. O FC Porto marcou muito menos golos do que seria esperado, desejado e necessário. Em muitos momentos sentia-se que a equipa parecia numa espécie de bloqueio, presa numa incapacidade de rematar à baliza contrária. Taremi fico à quem das espetativas. Evanilson, depois de recuperar de lesões, conseguiu ser muito importante e sempre que ia ao chão, ficava com o coração nas mãos (acredito que não era a única). Pepê jogou muito mais a meio campo, sendo muitas vezes determinante. Galeno foi muitas vezes importante, mais vezes nos jogos da Liga dos Campeões, mas não só. Francisco Conceição não começou como titular, mas a partir do momento que agarrou o lugar, carregou, muitas vezes, a equipa às costas, sendo muito determinante. Muita gente não concordou com o seu regresso, mas também acredito que mudaram a opinião com o passar do tempo. Tivessem todos os jogadores a garra do Francisco e nós estaríamos mais descansados. 


Sei, sabemos todos, que haverá necessariamente saídas importantes. Mas gostaria que fosse possível manter Diogo Costa, Alan Varela, Nico González, e Francisco Conceição, construindo a equipa em torno destes jogadores. Vamos aguardar, com a serenidade possível, o que vai ditar o mercado de transferências. 


quinta-feira, 6 de junho de 2024

Vítor Bruno É treinador do FC Porto

    Interrompo as publicações sobre a época passada, porque a atualidade azul e branca assim o exige. 


Foi, ao final desta tarde, anunciado que Vítor Bruno é o treinador escolhido por Vilas-Boas para liderar a equipa principal do FC Porto. 


Começo por dizer o seguinte. naturalmente que Vítor Bruno tem todo o direito de querer abraçar a carreira de treinador principal. Obviamente tem todo o direito em assumir a liderança da equipa técnica do FC Porto, mas todo o processo até chegar aqui não foi bem conduzido. E admito que nem tudo o que surgiu na imprensa ou que se disse nas redes sociais tenha correspondido à verdade. Por isso, não sei se Vítor Bruno é, neste momento, o homem certo no lugar certo.


Mas dar-lhe-ei o benefício da dúvida e o meu apoio como portista, porque quero e desejo fortemente que Vítor Bruno tenha muito sucesso e que seja feliz enquanto desempenhar o cargo de treinador principal do FC Porto. 


Boa sorte Mister Vítor Bruno! Que seja, que sejamos todos, felizes no final desta época que, ao que parece, não será nada fácil. 


terça-feira, 4 de junho de 2024

Carta Aberta a Sérgio Conceição

     Caro Sérgio. 

Começo por dizer-lhe que em 2017, quando foi apresentado como treinador do FC Porto eu, do alto da minha sabedoria futebolística, achava que você não era a melhor opção. Que pretensão a minha achar que eu estava certa e o Presidente Pinto da Costa estava errado. Como é obvio depressa percebi que eu estava completamente errada e que sim, você era, sem dúvida, a pessoa certa no lugar certo. 


Caro Sérgio, você entrou no FC Porto numa altura em que as coisas estavam muito complicadas. Primeiro, o FC Porto estava há quatro anos sem conseguir ganhar nada. O que para um clube com a grandeza do FC Porto é demasiado tempo. Depois tinha a agravante do FC Porto estar sobre o controlo financeiro da UEFA, o que fez com que em 2017 não fosse possível reforçar o plantel. Acredito que não tenha sido fácil construir uma equipa, qual manta de retalhos, com o plantel que transitava da época anterior reforçado pelos jogadores que regressavam ao Porto após terem estado emprestados. Mas, caro Sérgio, você não só conseguiu construir uma equipa, como conseguiu que alguns jogadores de quem não se esperava muito, tornassem-se jogadores relevantes. Isto porque, caro Sérgio, tal como você Disse na sua apresentação que vinha para o FC Porto para ensinar, não para aprender. E de facto foi o que você fez. Caro Sérgio, você trouxe para o FC Porto a mística, a garra, a crença e a capacidade de agregar a equipa em torno dos objetivos do clube. Por outro lado conseguiu agregar os adeptos portistas em torno da equipa, num mar azul sem medida que empurrou a equipa sem nunca desistir. E como nós adeptos precisávamos voltar a sentir que éramos parte importante. E o FC Porto conseguiu resgatar o título de campeão. Estou convicta, caro Sérgio, não era qualquer treinador que aceitava este desafio, nem qualquer treinador que conseguiria que tudo encaixasse e fizesse todo o sentido. 


Aos nossos olhos, a primeira época foi a mais difícil, mas acredito que nenhuma delas foi fácil, sobretudo por ter, sempre, o desafio de reconstruir a equipa perante saídas de jogadores, algumas delas no meio da época. Mas você nunca virou a cara a luta, mesmo, acredito, profundamente desagradado com as decisões tomadas. 


Da mesma forma, caro Sérgio, que você nunca virou a cara à luta nem as costas ao FC Porto, quando os críticos o atacaram, muitas vezes faltando-lhe completamente ao respeito a si e à sua família. 


Acredito que cada um dos onze títulos que ao longo destes sete anos você conquistou ao serviço do seu, nosso, FC Porto devem ter um sabor especial, porque, caro Sérgio, você é um de nós lá dentro e isso não deve ter preço ou comparação. 


Você está de saída. Ontem à noite tal tornou-se oficial, mas sinceramente, desde a final da Taça de Portugal que tenho a convicção que este seria o desfecho, pelas suas declarações no final do jogo. Esta minha convicção ganhou força no momento do discurso de André Vilas-Boas na entrega da Taça de Portugal ao Museu. E confirmou-se. Caro Sérgio, gostava que continuasse no FC Porto, mas percebo que ao longo destes sete anos o desgaste foi muito; que pretenda procurar outros desafios; que sinta que o seu ciclo no FC Porto terminou. E sei, sobretudo, que nunca vai deixar de ser um de nós.


Hoje, sete anos depois da sua chegada ao seu, nosso, FC Porto, sinto que um obrigada é pouco. Obrigada por tudo, por tanto. Obrigada por ter devolvido ao FC Porto a mística, a garra e a crença; obrigada por ser um de nós lá dentro a lutar pelo seu, nosso, FC Porto. Obrigada por sempre que foi atacado pelos críticos não ter desistido de continuar connosco.


Mister, desejo-lhe toda a sorte do mundo, menos claro está, quando e se cruzar-se com o FC Porto. 


Vamos sentir a sua falta, tenho a certeza. 


segunda-feira, 3 de junho de 2024

Sobre a Época 2023-2024

   Não foi uma época fácil, nada fácil. E, na minha perspetiva por várias razões. Por um lado, a sensação que tenho é que houve sempre muito ruído à volta da equipa, provocado pelo momento das eleições e por muito que a equipa técnica tenha tentado blindar o balneário, e acredito que tenha tentado fazê-lo, parece não ter sido suficiente para evitar danos colaterais. Por outro lado, em diversos momentos, muito mais do que seria desejável, a equipa surgiu intranquila e pouco consistente, o que a nós portistas, deixou-nos com os nervos à flor da pele. 


O campeonato ficou muito aquém das expectativas. Em diversas ocasiões, a equipa parece-me ter enfrentado momentos emocionalmente complexos, talvez muita ansiedade provocada por alguma crença de incompetência e os adversários como que ganhavam uma dimensão muito maior que tinham (um exemplo foram os dois jogos com o Estoril para o campeonato) e, por isso, perderam-se pontos em terrenos onde não seria esperado que o FC Porto os perdesse e onde não podia ter perdido pontos. Daí a época ter ficado muito aquém das expectativas. O principal objetivo, no arranque de cada época, é o título de campeão que garante a entrada direta na Liga dos Campeões e o facto dos Dragões terem ficado no terceiro lugar, faz com que este objetivo tenha ficado muito longe de ser alcançado. Sim, a equipa perdeu pontos por culpa própria, aparentemente por intranquilidade, por falta de confiança, por crença de incompetência, mas sejamos realistas, para além disto houve, em determinados jogos, a influência das equipas de arbitragem. E queiramos ou não, os erros de arbitragem tem influencia no desfecho de um jogo, de um campeonato. 


A Liga dos Campeões correu bem, na medida em que o principal objetivo foi atingido, chegar aos oitavos de final. O FC Porto ficou em segundo lugar na fase de grupos, fase em que realizou jogos interessantes. Nos oitavos de final da prova o sorteio ditou o confronto com o Arsenal. Esperava-se uma eliminatória muito difícil, mas o FC Porto bateu-se muito bem e dificultou ao máximo a tarefa dos ingleses. Na primeira mão os Dragões venceram, com um golo marcado já no final do encontro. Na segunda mão, os ingleses acabaram por empatar a eliminatória, mas o FC Porto resistiu até ao prolongamento e atirou o jogo para a decisão das grandes penalidades. Aí a sorte pendeu para o lado dos ingleses e terminou a participação do FC Porto na prova rainha do futebol europeu. 


A participação dos Dragões na Taça da Liga desta época teve pouca história. Na fase de grupos o FC Porto perdeu o primeiro jogo (em casa do Estoril) e, dessa forma, perdeu a possibilidade de lutar por uma presença nas meias finais. 


A Taça de Portugal correu bem e culminou com a conquista da prova rainha do futebol Português, a terceira Taça de Portugal de forma consecutiva. Na final o FC Porto defrontou o Sporting. Ao final dos 90 minutos registava-se um empate a 1, o jogo foi para prolongamento e aí os Dragões desfizeram o empate e garantiram a Taça de Portugal. Digamos que com esta conquista a época tornou-se um pouco menos amarga, não que apague tudo o que correu menos bem, mas minimiza a desilusão. 


Que a próxima época seja bem mais azul! Que voltemos a assistir a um jogo do FC Porto sem ficar com o coração nas mãos de cada vez que a bola aproxima-se da baliza portista. Que o ataque não desperdice tanto. E que no final possamos, todos, sorrir e festejar.