Não foi uma época fácil, nada fácil. E, na minha perspetiva por várias razões. Por um lado, a sensação que tenho é que houve sempre muito ruído à volta da equipa, provocado pelo momento das eleições e por muito que a equipa técnica tenha tentado blindar o balneário, e acredito que tenha tentado fazê-lo, parece não ter sido suficiente para evitar danos colaterais. Por outro lado, em diversos momentos, muito mais do que seria desejável, a equipa surgiu intranquila e pouco consistente, o que a nós portistas, deixou-nos com os nervos à flor da pele.
O campeonato ficou muito aquém das expectativas. Em diversas ocasiões, a equipa parece-me ter enfrentado momentos emocionalmente complexos, talvez muita ansiedade provocada por alguma crença de incompetência e os adversários como que ganhavam uma dimensão muito maior que tinham (um exemplo foram os dois jogos com o Estoril para o campeonato) e, por isso, perderam-se pontos em terrenos onde não seria esperado que o FC Porto os perdesse e onde não podia ter perdido pontos. Daí a época ter ficado muito aquém das expectativas. O principal objetivo, no arranque de cada época, é o título de campeão que garante a entrada direta na Liga dos Campeões e o facto dos Dragões terem ficado no terceiro lugar, faz com que este objetivo tenha ficado muito longe de ser alcançado. Sim, a equipa perdeu pontos por culpa própria, aparentemente por intranquilidade, por falta de confiança, por crença de incompetência, mas sejamos realistas, para além disto houve, em determinados jogos, a influência das equipas de arbitragem. E queiramos ou não, os erros de arbitragem tem influencia no desfecho de um jogo, de um campeonato.
A Liga dos Campeões correu bem, na medida em que o principal objetivo foi atingido, chegar aos oitavos de final. O FC Porto ficou em segundo lugar na fase de grupos, fase em que realizou jogos interessantes. Nos oitavos de final da prova o sorteio ditou o confronto com o Arsenal. Esperava-se uma eliminatória muito difícil, mas o FC Porto bateu-se muito bem e dificultou ao máximo a tarefa dos ingleses. Na primeira mão os Dragões venceram, com um golo marcado já no final do encontro. Na segunda mão, os ingleses acabaram por empatar a eliminatória, mas o FC Porto resistiu até ao prolongamento e atirou o jogo para a decisão das grandes penalidades. Aí a sorte pendeu para o lado dos ingleses e terminou a participação do FC Porto na prova rainha do futebol europeu.
A participação dos Dragões na Taça da Liga desta época teve pouca história. Na fase de grupos o FC Porto perdeu o primeiro jogo (em casa do Estoril) e, dessa forma, perdeu a possibilidade de lutar por uma presença nas meias finais.
A Taça de Portugal correu bem e culminou com a conquista da prova rainha do futebol Português, a terceira Taça de Portugal de forma consecutiva. Na final o FC Porto defrontou o Sporting. Ao final dos 90 minutos registava-se um empate a 1, o jogo foi para prolongamento e aí os Dragões desfizeram o empate e garantiram a Taça de Portugal. Digamos que com esta conquista a época tornou-se um pouco menos amarga, não que apague tudo o que correu menos bem, mas minimiza a desilusão.
Que a próxima época seja bem mais azul! Que voltemos a assistir a um jogo do FC Porto sem ficar com o coração nas mãos de cada vez que a bola aproxima-se da baliza portista. Que o ataque não desperdice tanto. E que no final possamos, todos, sorrir e festejar.
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