quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Crónica e Análise: Marítimo 1 – FC Porto 1


1 – Crónica

Na quarta o FC Porto deslocou-se ao terreno do Marítimo, em jogo a contar para a 9ª jornada da I Liga. No final do encontro verificou-se um empate a 1.
Para este jogo Sérgio Conceição apostou num onze composto por Marchesin; Mbemba, Pepe, Marcano e Manafá; Danilo, Uribe e Otávio; Luis Díaz, Soares e Corona.
O primeiro lance de perigo pertenceu ao FC Porto e a Mbemba, que atirou à figura do guarda-redes. Do outro lado do campo, ao minuto 11, o Marítimo colocou-se em vantagem, num lance em que a bola ainda desviou em Danilo. O FC Porto procurou responder à desvantagem e ao minuto 19, Luis Díaz viu o guarda-redes adversário negar-lhe os festejos. Mais tarde, minuto 44, Uribe tentou fazer o golo do empate, mas novamente o guarda-redes do Marítimo não o permitiu.
No segundo tempo os Dragões entraram com muita vontade de chegar ao golo, tiveram mais bola, pressionaram mais. Mas não foi fácil chegar ao golo, porque o Marítimo tinha uma estratégia defensiva bem montada e, com todos os jogadores a defender, fechava os caminhos para a sua baliza. Ao minuto 84, Pepe, com muita sorte a mistura, reestabeleceu o empate no marcador. A equipa procurou chegar ao segundo golo, mas nem Danilo, nem Soares o conseguiram.
Com este empate o FC Porto não só perde dois pontos, mas também a liderança do campeonato. Soma agora 22 pontos, os mesmos que o Famalicão e está a dois pontos do Benfica que ocupa o primeiro lugar.

2 – Análise

É do conhecimento de todos que o Marítimo não está a ultrapassar uma boa fase, mas também é mais ou menos óbvio que uma equipa defrontar um grande é motivo de motivação extra. Não se esperava, por isso, um jogo fácil, num terreno onde habitualmente o FC Porto passa por dificuldades. E, de facto, não foi um jogo fácil para o FC Porto que acabou por perder pontos no Funchal. Depois da exibição dos Dragões no domingo, todos nós portistas esperávamos que houvesse continuidade ao que de bom aconteceu nesse jogo, mas não foi isso que se passou. Hoje, perante uma equipa fechada e com demasiada tendência para o antijogo, o FC Porto teve muita dificuldade em arranjar soluções para quebrar a estratégia defensiva do adversário. Para piorar, num lance de sorte, o Marítimo colocou-se em vantagem e se a estratégia já seria fechar os caminhos da baliza com um nulo no marcador, a ganhar tinha de fechar-se mais ainda. O FC Porto tentou, muito mais na segunda parte, chegar ao golo, mas muito mais com coração do que com a razão. A faltar cabeça, os lances acabavam, invariavelmente, perdidos, ou desperdiçados. A falta de eficácia no ataque foi, mais uma vez, um problema, que começa a ser cada vez mais urgente resolver. Os Dragões chegaram ao empate num lance confuso, com muita sorte à mistura, mas não conseguiram dar a volta ao marcador. Deste jogo há que retirar uma lição muito importante, é preciso arranjar forma para ultrapassar equipas muito organizadas defensivamente, porque o FC Porto vai defrontar mais adversários que optam por estacionar o autocarro em frente da baliza.
Não consigo dizer que Sérgio Conceição mexeu mal na equipa, porque percebia-se que a ideia era ter mais gente lá a frente para, dessa forma, aumentar as hipóteses de sucesso. O que, para mim, faz sentido. O problema foi que Zé Luis entrou em campo com a mesma pontaria que Soares, ou seja, pouca ou nenhuma. Depois percebia-se que era necessário mudar algo a meio campo, porque a bola tinha de chegar à frente, para isso entrou Nakajima. Mas continuou a faltar cabeça, continuou a faltar pensar as ações ofensivas. Sei que muita gente pode pensar que faria sentido Alex Telles entrar de início em vez de Manafá à esquerda. Concordo com esse pensamento, mas será que há gestão de esforço de Alex Telles?
Em suma, o FC Porto perdeu dois pontos num terreno tradicionalmente difícil, porque não foi capaz de encontrar soluções para desfazer a estratégia defensiva do Marítimo. O FC Porto não era a melhor equipa do mundo antes deste jogo, também não é a pior equipa do mundo após este encontro, é sim uma equipa que precisa de estabilizar urgentemente. Não podemos esquecer que ainda há muito campeonato pela frente, ainda muita água vai passar por baixo das pontes, ainda muita gente vai perder pontos e ganhar pontos em jogos difíceis. Por muito desgostosos que estejamos, não podemos desanimar, a equipa precisa de todos nós, juntos, sempre! No domingo há outra batalha, desta vez frente ao Desportivo das Aves. Vamos Porto!


PS1. Hoje estive na bancada do estádio dos Barreiros, onde apoio não faltou ao FC Porto. Nós adeptos fizemos a nossa parte, apoiar a equipa. Essa é a função dos adeptos.
PS2. Sou portista nos bons e nos maus momentos, por isso no final aplaudi a equipa.




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