Agora que a época terminou, é a hora de escrever sobre o que se passou ao longo destes meses. Começo por um texto sobre o Mister Sérgio Conceição.
Acredito que esta deve ter sido uma época extremamente desafiante e desgastante para a equipa técnica liderada por Sérgio Conceição. Com jogos de 3 em 3 dias, com a necessidade de adaptar os novos jogadores às exigências da equipa, com pouco tempo para treinar e tendo de focar na recuperação dos jogadores, tendo de gerir o esforço e tendo de lidar com as contingências da COVID (sim, parece que não, mas o plantel portista também teve casos de COVID). Não deve ter sido fácil e nem sempre tudo deve ter corrido como desejado.
A época iniciou-se com Alex Telles e Danilo Pereira no plantel, pelo que as saídas destes dois atletas deve ter obrigado a redefinir a estratégia da equipa. O que obrigou à inclusão na estratégia da equipa de jogadores que, provavelmente, não seriam titulares numa fase inicial da época, tal como, por exemplo Zaidu. Este deve ter sido, por certo, o primeiro grande revés com que Sérgio Conceição teve de lidar ao longo desta época.
Sérgio Conceição conseguiu manter a equipa ligada e focada nos objetivos, sobretudo no que se refere à luta pelo título de campeão nacional, enquanto foi possível acreditar. Pode ter faltado outras coisas, nomeadamente acerto na defesa e no ataque, mas nunca faltou crença a esta equipa e isso é mérito de Sérgio Conceição.
A equipa de Sérgio Conceição fez uma boa prova na Liga dos Campeões. Uma fase de grupos em que perdeu apenas um jogo e empatou outro; uma eliminatória com a Juventus em que sofremos mas o FC Porto passou. E quem teve muito mérito nesta caminhada? Sérgio Conceição, que, mais uma vez, soube preparar a equipa para as batalhas europeias sem medo dos adversários.
Nem todos os objetivos definidos para esta época foram atingidos: o FC Porto não conseguiu ser campeão, não chegou à final da Taça de Portugal e, mesmo sabendo que esta é a última das prioridades, não conseguiu chegar à final da Taça da liga. Por outro lado, somou mais um troféu ao seu palmarés, venceu a SuperTaça e na Liga dos Campeões teve uma excelente prestação, chegando aos quartos de final. Era importante garantir a entrada direta na prova milionária da próxima época e o FC Porto conseguiu-o.
Eu gostava que Sérgio Conceição renovasse. O mister é um dos nossos. Sabemos que defende os seus com unhas e dentes, não tem medo de dar o peito às balas e nunca vira a cara à luta. Tem mau feitio quando as coisas não correm bem? Sim, mas nós amamos os que odeiam perder. O mister trouxe de volta a mística, a crença, o querer, a garra, a força e a alma do Dragão que pareciam estar a faltar à equipa. Com Conceição sabemos que o lema “somos Porto” é muito mais do que palavras, é algo que se traduz na união e na força da equipa, que lutam juntos como irmãos. Com ele o FC Porto voltou a ganhar e, mesmo nem sempre sendo brilhante, sabemos que a equipa não irá desistir de lutar pelos seus objetivos. Com Sérgio Conceição o FC Porto está mais perto de ser feliz.
Mas também entendo, juro que entendo, se Sérgio Conceição não quiser renovar o seu contrato e preferir procurar uma opção fora de Portugal, onde o seu trabalho seja valorizado e não seja, constantemente, atacado por comentadores ou jornalistas que se dizem isentos, mas que utilizam a sua família para o atingir. Ficaria triste e sei que o FC Porto ficaria a perder muito, mas percebo que não seja fácil ver a família ser atacada por alguém que não consegue perceber que uma coisa é o profissional, de quem até podem não gostar, mas outra coisa é a sua família. Foi uma vergonha o que se assistiu esta época a este nível.
Vou fazer figas para que o Presidente Pinto da Costa consiga fazer com que o mister Sérgio Conceição renove o seu contrato. Para que na próxima época tenhamos uma equipa a lutar juntos como irmãos por cada um dos objetivos, com garra, crença e alma de Dragão. E nós cá estaremos para apoiar.
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