Gosto muito de futebol, adoro o FC Porto, mas à quarta jornada deste campeonato, confesso que já estou farta do futebol português.
Estou farta das falhas do vídeo-árbitro: são as linhas de fora de jogo nitidamente mal colocadas, que por estarem mal colocadas já foi mal validado um golo ao Sporting e mal invalidado um golo ao FC Porto. Ora, visto que ainda estamos na quarta jornada, quantos mais golos vão ser mal validados ou mal anulados por as linhas estarem tortas? E como é que se explica que estejam dois árbitros em frente da televisão e não conseguem ver que as linhas estão mal colocadas? Eu não consigo entender menos ainda aceitar estes erros! Que o árbitro em campo erre, porque há lances rápidos ou foras de jogo milimétricos, ainda dou de barato, agora no vídeo-árbitro não consigo aceitar. E, supostamente, o recurso ao vídeo-árbitro seria para contribuir para a verdade desportiva e para diminuir as falhas. Ainda me lembro do tempo em que muitos de nós acreditávamos em tal coisa! É que, infelizmente, não é bem isso que se tem verificado ao longo do tempo em que o vídeo-árbitro está disponível.
Para além disso parece haver graves problemas de comunicação entre os elementos da equipa de arbitragem, aparentemente porque os equipamentos ficaram sem bateria. Como assim? Ao que consta ontem no Dragão o equipamento ficou sem bateria durante 14 minutos. Assim sendo, como é suposto garantir que não volta a acontecer? E se tal acontecer no início de um jogo? E como é suposto o árbitro de campo avaliar, caso necessite de recorrer às imagens num lance de dúvida e as mesmas não estiverem disponíveis? Já sei, pega no telemóvel! Mas é suposto ser mesmo esta a solução? Ou será que vai recorrer aos ecrãs dos estádios para rever os lances? Eu só sei que seja no início, no meio ou no final do jogo, este não pode ficar parado 10 minutos à espera que os problemas sejam resolvidos.
E não, não se resolvem estes problemas com o Conselho de Arbitragem a vir emitir comunicados a tentar explicar os erros. Cada vez mais me convenço que das duas uma: ou falta formação aos árbitros portugueses; ou os árbitros portugueses são mesmo muito incompetentes.
Por outro lado, estou farta das equipas que, constantemente, perdem tempo e que ainda não perceberam que por causa dessas perdas de tempo as novas regras indicam que o árbitro tem de compensar o tempo perdido. Ora, por causa disso temos jogos estupidamente longos. Não sei se já alguém deu conta, mas não me parece que esta seja a melhor opção, nem para os jogadores, nem para o espetáculo. E não sei como é possível que nunca ninguém pensou, simplesmente, que a melhor solução seria parar o cronómetro aquando das paragens para assistência médica ou para ajuizar lances no vídeo -árbitro. Não seria muito mais lógico e eficaz do que dar 10, 15 ou 20 minutos de compensação?
E mais, porque raio as equipas começam a entrar numa espécie de discussão ridícula a achar que A, B, ou C é beneficiado com o tempo de compensação, quando todos, todos, tem beneficiado de prolongamentos mais ou menos longos? Apetece dizer: não sejam ridículos! Não olhem só para uma árvore, quando o problema é toda a floresta! E que tal começarem a pensar em queimar menos tempo com disparates ao longo de um jogo? E que tal proporem soluções construtivas para este problema?
Sim, toda a gente vai beneficiar de tempos de compensação longos, toda a gente vai marcar ou sofrer golos neste período. Que ninguém seja ingénuo. É que esta confusão à volta dos jogos torna-se, cada vez mais, uma palhaçada difícil de entender. E não, não melhora nada a qualidade do futebol português que, sinceramente, está cada vez mais no lodo.
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