terça-feira, 8 de junho de 2021

Sobre a Época 2020-2021

A época 2020-2021 começou muito mais tarde do que o habitual, devido ao facto da anterior ter terminado mais tarde por causa da paragem provocada pela COVID, no entanto, foi programada de modo a terminar a meados de maio, como terminaria numa situação normal. Por essa razão, o calendário ficou muito mais apertado para equipas que, tal como o FC Porto, estavam a disputar provas Europeias. Os jogos seguiam-se de 3 em 3 dias, como se os jogadores fossem máquinas. Na minha perspetiva faltou bom censo a quem tem a responsabilidade de coordenar os calendários das provas, talvez tivesse feito sentido adaptar os calendários à realidade da época. 

 

A Taça de Portugal 

Estava tudo a correr bem, com mais ou menos dificuldades no trajeto, até chegar à meia final. O sorteio ditou um confronto entre o FC Porto e o Sporting de Braga. A primeira mão da eliminatória ficou marcada por um dos maiores escândalos que me lembro deste futebol Português. Ao rematar à baliza, Luis Diaz acertou no pé de um defesa bracarense que queria retirar-lhe a bola. Foi um lance infeliz, é certo, mas Diaz queria chutar a bola, no entanto o senhor árbitro expulsou-o. Enfim, Luis Diaz é o jogador que vamos recordar sempre como aquele que um dia foi expulso por rematar à baliza. Os Dragões perderam esse jogo, mas tinham todas as possibilidades de dar a volta na segunda mão. Ora, tal não aconteceu. A equipa entrou nesse jogo descrente, desconcentrada, distraída e tudo correu mal na primeira parte. Ao contrário do que se passou com o Sporting de Braga, que aproveitou para ser eficaz. E assim, os Dragões ficaram fora da prova rainha do futebol português. 

 

A Taça da Liga 

Não há muito a dizer sobre esta competição. O FC Porto conquistou um lugar na final a 4, mas na meia final perdeu com o Sporting. 

 

A Liga dos Campeões 

O FC Porto entrou em prova com o objetivo de sempre, alcançar os oitavos de final. E conseguiu, ao ficar no segundo lugar do grupo, numa excelente fase de grupos.

Nos oitavos, quis o sorteio que o adversário fosse a Juventus. Na primeira mão os Dragões venceram (algo que nunca tinham conseguido frente aos italianos). Na segunda mão foi necessário sofrer para eliminar a Juventus. E como sofremos! Foram necessários 120 minutos de sacrifício, crença e determinação. Um jogo que não esqueceremos. O FC Porto chegou aos quartos de final com todo o mérito. 

Nos quartos de final calhou ao FC Porto defrontar o Chelsea. Devido às restrições com a COVID, a eliminatória jogou-se em Sevilha. Os Dragões perderam, injustamente, na primeira mão. Os ingleses fizeram dois remates à baliza que resultaram em dois golos, que  aconteceram devido a dois erros individuais que custaram caro. Todos tínhamos a consciência que dar a volta à eliminatória era tarefa difícil, mas havia muita crença. E, mais uma vez, os deuses do futebol não estiveram do lado dos Dragões, que apenas conseguiram marcar 1 dos 2 golos que necessitavam para tentar seguir em frente. Ficou um sabor muito amargo nesta eliminação, porque sobrou a sensação que o FC Porto não era inferior a este Chelsea. 

 

O Campeonato Nacional 

O campeonato é uma prova de obstáculos, em que o FCPorto tropeçou algumas vezes, mais do que gostaríamos que tivesse acontecido e caiu vezes, uma em casa frente ao marítimo, outra em Paços de Ferreira. 

O FC Porto não foi campeão, primeiro porque perdeu pontos por culpa própria em jogos que deveria ter sido mais competente e eficaz. Mas também não posso fingir que não me lembro dos jogos em que o FC Porto foi prejudicado pelos senhores do apito, porque lembro-me e tenho a noção que tal também teve influência nas contas finais deste campeonato. Não podemos esquecer o que se passou em Moreira de Cónegos, o desfecho desse jogo afastou o FC Porto da luta pelo título. Mas não podemos esquecer o que se passou no Jamor, ou naquela dupla jornada (jogo do campeonato e para a Taça) em Braga, ou na receção ao Boavista. Eu não esqueço. Se não vejamos: golos anulados por fora de jogo de poucos centímetros (quem pode garantir que as linhas estão bem colocadas em lances de fora de jogo de 3, 8 ou 10 centímetros?); grandes penalidades que transformam-se em cantos; grandes penalidades claras que ficam por assinalar; um jogador expulso por um duplo amarelo, cujo segundo cartão foi mal mostrado; um golo anulado, porque o árbitro e o var, entenderam que o avançado tocou com a mão na bola… 

Tudo somado, jogos em que os Dragões perderam pontos por culpa própria, jogos em que foram prejudicados, sobrou um 2º lugar no campeonato que, não sendo o que se pretendia, foi o melhor que podia ser. 

 

Com jogos de 3 em 3 dias, nem sempre a equipa fez exibições de encher o olho, mas também dificilmente conseguiria brilhar com uma carga de jogos tão elevada. É o preço a pagar por participar nas competições europeias, carregando o futebol português às costas e procurando chegar o mais longe possível. 

 

 

Sem comentários: