sábado, 30 de abril de 2016

Crónica e Análise: FC Porto 1 – Sporting 3



Dragões Não Conseguiram Derrotar Leões

No final de tarde deste Sábado o FC Porto recebeu o Sporting, em jogo a contar para a 32ª jornada da Liga. No final do encontro verificou-se a vitória dos Dragões por 1-3.
Para este encontro Peseiro apostou num onze composto por Casillas; Maxi, Chidozie, Martins Indi e José Ángel; Danilo, Herrera e Sérgio Oliveira; Corona, Aboubakar e Brahimi.
O primeiro tempo foi marcado pelo ritmo elevado que ambas as formações colocaram em campo. A primeira ocasião de perigo foi protagonizada pelo Sporting, no entanto a bola passou por cima da baliza à guarda de Casillas. Na resposta, Herrera atirou a bola ao poste. Noutro lance de perigo, desta feita protagonizado por Aboubakar, a bola acabou por cima da baliza sportinguista. Ao minuto 23 o Sporting ficou em vantagem no marcador, vantagem essa que podia ter sido ampliada pouco depois, não fosse Casillas ter negado os festejos. Na resposta, ao minuto 33 Herrera, de grande penalidade, reestabeleceu a igualdade no marcador. Pouco depois o mexicano voltou a estar perto do golo, no entanto, a bola acabou ao lado da baliza adversária. Quem não marca sofre, foi o que se passou ao minuto 44, os leões voltaram a colocar-se em vantagem.
Na segunda parte o FC Porto entrou decidido a alterar o marcador, Maxi obrigou Rui Patrício a defender e Sérgio Oliveira, na cobrança de um livre, viu a bola embater na barra da baliza. O golo portista poderia ter chegado ao minuto 67, caso o senhor árbitro tivesse visto a falta que Aboubakar sofreu no interior da área. E já nos minutos finais o Sporting chegou ao terceiro golo.
A vitória neste jogo era importante, sobretudo por uma questão de orgulho e honra, visto que o terceiro lugar é já um dado adquirido. Não se esperavam facilidades, porque no futebol não existem jogos fáceis, tão pouco um clássico. O jogo teve tudo o que um grande jogo de futebol requer: equilíbrio, intensidade, emoção, disputa, ou seja, foi um bom jogo de futebol. O FC Porto perdeu-o, sobretudo, porque mais uma vez, outra vez, a equipa cometeu erros que foram decisivos, bem como mais uma vez a eficácia no ataque não esteve presente. Por outro lado, o Sporting foi eficaz tanto a defender como a atacar, fez a diferença. Se num jogo estes pormenores podem ser cruciais, num clássico são ainda mais. Não se pode ignorar, também, que o senhor árbitro errou ao não assinalar uma grande penalidade a favor do FC Porto, numa altura em que o resultado estava em 1-2, o que poderia, ou não, ter alterado a história do jogo.
Em suma, o FC Porto perdeu um jogo que deveria ter ganho em nome do orgulho portista, e em que o resultado parece um tanto ou quanto injusto, dado o equilíbrio.
Com este resultado os Dragões viram crescer a distância para os dois da frente.



sexta-feira, 29 de abril de 2016

Peseiro em Antevisão da 32ª Jornada da Liga e Convocados



1 – Aqui está a antevisão de Peseiro do jogo da 32ª jornada da Liga, frente ao Sporting.

“JOSÉ PESEIRO: “UM CLÁSSICO É SEMPRE UM CLÁSSICO”
Treinador destacou a motivação dos Dragões para vencer e “jogar bem” frente ao Sporting (sábado, 18h30)
Apesar de o FC Porto já ter o destino traçado em termos de classificação na Liga NOS – será o terceiro colocado -, José Peseiro valorizou o clássico deste sábado (18h30, com transmissão na Sport TV 1) na perspetiva azul e branca. O treinador considerou mesmo estranha a sucessão de perguntas sobre o objetivo no encontro – “O FC Porto vai jogar com sempre para perder, para empatar? Não sei o que querem que diga” –, sublinhou que a luta do Sporting pelo título passa ao lado do plantel portista e reafirmou a intenção de vencer, “de preferência a jogar bem”, aproveitando para “melhorar o conceito e modelo de jogo” que têm vindo a ser trabalhados.
Responsabilidade máxima
“Somos do FC Porto, somos profissionais e responsáveis pelo espetáculo, temos responsabilidade individual e coletiva. Queremos vencer, seja qual for o adversário. Quem está no FC Porto tem de ter na cabeça que tem de vencer, lidar com a pressão e respeitar a história do clube e a sua dimensão no futebol português, europeu e mundial. Temos de fazer o melhor seja contra quem for, quer o resultado possa ou não influenciar seja o que for na Liga. Não vejo outra leitura que não esta.”
A pressão e os adeptos
“Um clássico é sempre um clássico. Quem ganha, ganha mais coisas, quem perde, perde mais coisas do que o normal. O que é indesmentível é que, quando entramos num estádio, é para ganhar. Temos de jogar sobre pressão, quem não o consegue fazer não pode estar num clube deste nível e quem não quer também não pode estar cá. É com máxima pressão que temos um bom rendimento. Jogamos para nós e para os adeptos e sabemos que eles vão estar lá a apoiar-nos. Queremos proporcionar um bom espetáculo, mais ainda para eles.”
Final da Taça no horizonte
José Peseiro confirmou, conforme já tinha adiantado, que a titularidade na baliza vai prosseguir a rotação, com Casillas a assumi-la frente ao Sporting. Na final da Taça, o lugar será de Helton. “Estamos também a preparar-nos emocionalmente para algo muito importante para nós, que é essa final e que nos põe mais exigência e responsabilidade em todos os dias de trabalho. Estamos a preparar o curto e o médio prazo e o futuro. Mas o futuro é o jogo do Sporting, esse é que nos alimenta e mantém focados”.
A análise do Sporting
“É uma boa equipa. Vem de seis vitórias consecutivas, tem uma boa ideia e qualidade de jogo e tem estado muito bem na Liga, nem tanto nas outras competições. Nós também temos competência e qualidade. Em termos estratégicos há alguns pontos que temos de ligar às coisas boas que o Sporting sempre faz, mas queremos que o jogo ande mais em torno daquilo que nós determinamos. Temos processos menos consolidados, mas qualidade para vencer.”
Os pontos perdidos
Questionado mais uma vez sobre arbitragem, José Peseiro elencou erros que podem ter feito o FC Porto perder 12 pontos. Isto sem de deixar de assumir responsabilidades próprias e do grupo por não terem conseguido “melhores exibições” e “marcar mais golos”: “Perdemos quatro jogos na Liga, sempre que estivemos na frente do marcador nunca perdemos e houve erros em momentos em que passaríamos para a frente. Com o Arouca tivemos o golo anulado, frente ao Braga dois penáltis, com o Tondela um penálti, em Paços de Ferreira outro penálti. Seriam 12 pontos a mais e teríamos os mesmos do Benfica. Isto para não serem só os outros a queixar-se, também nos podemos queixar, apesar de estarmos longe na classificação”.”

Em


2 – Aqui está a lista de convocados do treinador portista

Helton, Casillas, Maxi Pereira, Martins Indi, Rúben Neves, Varela, Brahimi, Aboubakar, Sérgio Oliveira, José Ángel, Herrera, Corona, André Silva, André André, Layún, Danilo, Suk e Chidozie.


3 – O meu palpite para a equipa titular é:

Casillas; Maxi, Danilo/ Chidozie, Martins Indi e Layun; Ruben Neves/Danilo, Herrera e Sérgio Oliveira; Corona, André Silva e Brahimi.


4 – Sobre o jogo
É certo que o terceiro lugar é já uma realidade para o FC Porto, mas seja como for, este é um jogo para procurar vencer dê por onde der. Não será fácil, pois no futebol não existem jogos fáceis, tão pouco clássicos, mas cabe aos comandados de Peseiro tudo fazerem para transformar as dificuldades em facilidades. Para tal, espera-se um FC Porto competente; concentrado; coeso; confiante; rigoroso; sólido; solidário; unido; ambicioso; e eficaz tanto a defender como a atacar.
Força FC Porto!



quarta-feira, 27 de abril de 2016

Excerto da Entrevista de Ismael Díaz à Revista Dragões



Ismael Díaz, atleta do FC Porto B, deu uma entrevista à Revista Dragões, publicada na edição de Outubro de 2015. O site oficial do clube disponibilizou o excerto que se segue.

““ESTOU A VIVER O SONHO”
Autor do segundo golo contra o Sporting de Braga B começou a jogar nas ruas do Panamá inspirado pelo “Fenómeno”
Talento mais promissor de uma nova geração de jogadores panamianos, Ismael Díaz aterrou no Porto em julho [de2015] com a mala cheia de sonhos. O extremo, que evolui às ordens de Luís Castro no FC Porto B, ainda com idade de júnior (18 anos), tem um discurso virado para a equipa e, acima de tudo, adulto, de quem sabe o que quer. Em entrevista à “Dragões”, na qual passou em revista o seu percurso e o verdadeiro “sonho” que está a viver, com a equipa principal ali tão perto, “Isma” assume que ainda está a adaptar-se e garante a intenção de deixar a sua marca no clube que lhe interrompeu um jogo na PlayStation.
Para os adeptos que ainda não o conhecem, como se define enquanto jogador?
Sou um jogador que se preocupa muito com os seus companheiros, que estejam bem dentro e fora de campo, que o grupo esteja unido e que sejamos como uma família. Sou um jogador que gosta de entrar em campo e fazer golo e apoiar a sua equipa em todos os momentos para sermos mais fortes.
Sempre foi avançado?
Em pequeno jogava como extremo. Nos escalões mais jovens do Tauro FC joguei a avançado e ultimamente, com a seleção, joguei a “médio-ponta”, por trás do avançado, perto dos terrenos do “10”. Com o mister Luís Castro estou a jogar de novo a extremo. Não é fácil, já não jogava nesta posição há muito tempo, mas pouco a pouco estou a adaptar-me à mudança e é isso que se quer.
A “Dragões” ouviu dizer que teve uma estreia auspiciosa como sénior pelo Tauro FC, a 2 de Setembro de 2012, contra o Alianza…
Tinha 15 anos e a verdade é que nessa altura não acreditava na hipótese de me estrear tão cedo, achava que era demasiado novo para jogar futebol profissional. Lembro-me que um dia estava a jogar com a equipa B e o treinador da equipa chamou-me e perguntou-me se gostava de jogar na primeira divisão. Fiquei muito surpreendido com a pergunta, não acreditava mas aceitei… E foi verdade. Estava muito ansioso e nervoso mas consegui entrar bem. Entrei ao minuto 70, com o jogo empatado a zero, e após oito minutos cabeceei uma bola que bateu no poste e entrou. Fui festejar à linha lateral, festejei com o meu pai. Nem queria acreditar que aquilo tinha acabado de acontecer!
O futebol no Panamá não é muito conhecido na Europa. Como o caracteriza?
É um futebol que está a crescer e a melhorar a cada dia. Não é um futebol muito conhecido na Europa, realmente, tem apenas “nome” na América, onde já alcançou um nível mais elevado. É um futebol rápido e de pressão, em que há excelentes jogadores e de muita qualidade, mas que não têm grandes oportunidades de jogar na Europa. Eu tive essa sorte e quero aproveitá-la. O jogo praticado cá é mais ofensivo, rápido, com mais precisão, mais forte e pouco a pouco vou-me adaptando ao ritmo de Portugal. Espero conseguir dar o melhor de mim e poder abrir portas a mais panamianos.
Já teve duas experiências em Mundiais. O primeiro foienquanto Sub-17, em 2013, ainda com 15 anos…
Sim, nos Emirados Árabes Unidos fui com os Sub-17, que correu muito bem, e com os Sub-20 agora neste ano [2015], na Nova Zelândia. Não correu como queria, mas tratei de fazer o melhor. Deus sabe porque as coisas se passam e tratei de continuar a melhorar todos os dias.
Em entrevista à FIFA, antes do Mundial de 2015, disse que fora do campo a vida também era futebol e que se dedicava também a treinar sozinho. Porquê?
Uma das coisas que eu tenho sempre presente na minha mente é melhorar a cada dia que passa. Quero ser melhor, quero ser o número um e, para isso, não basta trabalhar no campo. Quando estou em casa procuro trabalhar para melhorar, dentro das possibilidades que tenho, e o resto do tempo passo-o com a minha família.
Afirmou também que precisa de “trabalhar para que a idade não importe”. Isto tornou-se especialmente verdade aqui no FC Porto B?
Quase em toda a minha vida joguei com jogadores mais velhos do que eu. Sempre fui o mais novo da equipa e tentei compensar essa diferença com trabalho, para poder melhorar. No Panamá o ritmo de jogo é realmente diferente do que aquele que é jogado cá. Cá são jogadores muito mais profissionais e com um ritmo mais completo e rápido. Esta é a minha primeira experiência fora… Jogar noutro país, numa liga como é a segunda divisão de Portugal… É claro que estou impressionado, mas sei que tenho muito que trabalhar e é isso que eu tenho feito.
“NO PANAMÁ O FC PORTO É VISTO COMO UM DOS MAIORES CLUBES DA EUROPA”
Como foi o seu primeiro jogo como sénior no FC Porto B?
Como se tratou da minha primeira experiência num jogo em Portugal, senti-me um pouco ansioso e nervoso, porque não sabia bem o que se ia passar. Tentei gerir tudo isso e procurei estar mentalizado e concentrado para que corresse tudo bem. Sinto que foi um jogo muito regular e que pouco a pouco vou melhorar.
O que conhecia do FC Porto e qual foi a sua primeira impressão do clube?
No Panamá o FC Porto é um clube muito grande. É visto como um dos maiores clubes da Europa e, quando surgiu a oportunidade de eu vir para cá jogar, não acreditei… Pensava que era uma brincadeira. Mas quando me apercebi que era verdade, fiquei muito impressionado.
Pode descrever-nos a sensação do primeiro telefonema em que soube da intenção do FC Porto de o contratar?
Lembro-me que nesse momento estava a jogar PlayStation com o meu irmão. Só me lembro de imaginar e perguntar a mim próprio: “Como te sentirias por estar numa equipa assim? Como te sentirias a treinar com uma equipa destas?”. Passado uns meses, estou aqui, treinei com a equipa A, estou na equipa B… Estou a viver o sonho. Quero continuar a crescer e a conquistar mais metas.
Como reagiram os que estão mais próximos de si?
De facto, muita gente ficou surpreendida, porque o FC Porto é muito grande. A minha família deu-me os parabéns, ficou toda a gente muito contente. Foi um momento ótimo para mim.
“DEUS É A PRINCIPAL RAZÃO PARA EU ESTAR AQUI”
O que espera desta aventura? Que objetivos tem?
O meu primeiro objetivo está cumprido: chegar aqui. Estou a viver um sonho. Agora quero seguir com os próximos objetivos: crescer, aprender mais com a equipa B e ter a oportunidade de chegar à equipa A. Com trabalho tudo se consegue… Quero crescer como pessoa e como futebolista.
O que pode prometer aos adeptos?
Vou dar o melhor de mim. Vou trabalhar duro para continuar a crescer e ser o melhor. Quero contribuir para ajudar o FC Porto a crescer ainda mais e quero ser recordado no FC Porto.
Tem receio de comparações com atuais ou antigosjogadores do FC Porto?
Admiro muito os jogadores do FC Porto, via muitas vezes jogos do clube no Panamá, mas vejo sempre o que cada um faz bem e quero tratar de ser melhor. Quero ser melhor do que eles, quero melhorar e, se é com trabalho que tenho que o fazer, vou trabalhar para isso a cada dia. Vou trabalhar mentalmente para ser melhor do que todos os outros.
Sente estar a um passo de realizar o seu sonho, com a equipa principal a treinar mesmo ali ao lado?
Sim, é um sonho, porque via os jogadores na televisão e na PlayStation e agora estou perto deles. Treinei com o Casillas, com o Maicon, o Brahimi, o Evandro, o Helton... São jogadores que admiro muito. Nunca pensei que isto fosse possível, mas a verdade é que com trabalho e fé tudo se consegue. Para mim, é um verdadeiro sonho estar aqui.
Na sua conta de Instagram, quando assinoupelo FC Porto, e mesmo durante esta entrevista, falou de Deus. É omnipresentena sua vida?
Para mim é o mais importante e a principal razão para eu estar aqui. Antigamente havia muitas pessoas interessadas em mim… Depois do Mundial de Sub-20 não tive mais propostas, senti-me triste, porque queria seguir com o meu sonho de jogar na Europa, mas nunca perdi a fé em Deus e sempre acreditei que algo ia acontecer. E aconteceu o FC Porto… É impressionante. A fé é fundamental para mim.
Com quem se dá melhor no plantel?
Com o capitão Francisco Ramos, com o André Silva, que é um excelente jogador, o Omar Govea, o Leonardo Ruiz... É mais fácil entender-me com quem fala espanhol, mas relaciono-me na mesma com quem fala português. Não é uma língua muito difícil e é parecida com o espanhol. Percebo muitas palavras e comunico bastante com eles.
Fã do “Fenómeno”
Nasceu num pequeno bairro da Cidade do Panamá, chamado Don Bosco, mas a alcunha “Isma” é muito recente, da autoria do treinador Luís Castro, que lhe chamou assim durante um treino. O seu ídolo de pequeno era Ronaldo, o Fenómeno, e foi inspirado nos movimentos dele, “na precisão que tinham os seus golos”, que começou a jogar futebol na rua. A escola Los Bravos de Tocumen foi a primeira casa do seu futebol perfumado, passando depois para o Tauro FC, em que se estreou como profissional. Com uma existência baseada no Panamá, define como “estranho” o período de adaptação que está a viver e admite que tem “saudades” da sua família e dos amigos, mas reafirma que tem “metas muito bem definidas” e que vai “trabalhar paraalcançá-las”.
Fascinado
A cidade do Porto, diz, “fascina”, pois “é muito tranquila e tem muitos lugares bonitos”, onde gosta de passear com a namorada, que o acompanha nesta aventura. Admite que gosta da gastronomia e da comida de Portugal, elegendo bacalhau, lombo e francesinha como os pratos que mais lhe agradaram.
Quer a camisola 10
Está a usar o 47 na camisola, mas confessa ter uma ambição diferente: “Desde pequeno, não sei porquê, gostava de usar o número 10. Usei-o no Mundial de Sub-17 e sinto que sou um jogador que pode fazer muitas coisas com esse número. Mas vou usar o 47, não tenho qualquer problema com isso”.”

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