segunda-feira, 31 de maio de 2010

Entrevista: Ukra

“"Já me imaginei a cruzar para o Falcao..."
HUGO SOUSA

Chegou a passar-lhe pela cabeça ser guarda-redes, mas depois pensou melhor e preferiu complicar-lhes a vida. Rendeu-se à tarefa de servir golos de bandeja e, assim que se confirmou o regresso ao FC Porto, passou a desenhá-los no pensamento à medida daquele que diz ser o melhor avançado do campeonato: Falcao. Considerado por muitos uma das revelações do campeonato e formatado nos últimos dois anos por Jorge Costa, um símbolo do FC Porto, Ukra (diminutivo que pegou, porque era loiro e diziam que tinha ar de ucraniano, apesar de nascido em Famalicão) quer continuar a subir. E até já tem um modelo para provar que a primeira época no Dragão pode servir para mais do que para fazer número: Varela, o exemplo que o inspira, passa a ser também concorrente. Venha o novo treinador e decida quem joga...

Quem trabalha o ano inteiro no Algarve, passa férias onde?

Por acaso, estou no Algarve, onde vim buscar algumas das minhas coisas [risos]. Mas, até porque passei dois anos no Algarve, acabo por aproveitar para estar uns dias em Famalicão, que é a minha terra, e no Porto, onde tenho muitos amigos. Este ano vou também à Turquia.

E regressa com a certeza de que fica no plantel do FC Porto, como garantiu Pinto da Costa. Como é que reagiu quando ouviu isso da boca do presidente?

Senti uma enorme satisfação, orgulho, mesmo. É um sonho que se concretiza, porque sempre ambicionei voltar ao FC Porto. Depois foi um sinal forte que me deram de que acreditam em mim, de que gostaram do meu trabalho.

A mudança de treinador pode ser uma vantagem para quem chega agora?

Não sei. Vou trabalhar da mesma maneira. Sou novo, tenho a minha maneira de trabalhar, ambiciono crescer como futebolista e escrever uma história no futebol português. É verdade que, com um treinador novo, partimos do zero, mas, mesmo assim, o plantel tem jogadores que já lá estão há mais tempo, com outra estaleca, como se costuma dizer. Mas, nunca se sabe. Repare-se no Varela: se calhar, há um ano ninguém acreditaria que ele chegava e jogava tanto. O Varela é o meu exemplo não só por isso, mas também pelas qualidades, pela humildade. Estamos todos no mesmo barco, e a concorrência será boa.

Ainda o treinador. Está curioso por saber quem é?

Ter curiosidade é normal, mas, por acaso, estando de férias, desliguei-me um pouco das notícias e dos jornais. Venha quem vier, o importante é que possa ajudar nos objectivos.

Do plantel do FC Porto, inspira-o alguém em particular?

O Varela, como já disse, porque joga na minha posição e porque revela grande humildade. Mas, claro, depois há o Raul Meireles, o Bruno Alves... São muitos.

Varela será concorrente...

Sim, é verdade. Uma concorrência boa para ajudar o FC Porto.

FC Porto à margem, há outros que o tenham inspirado?

O Figo; já não joga, mas foi sempre um jogador que admirei. Depois há o Cristiano Ronaldo, o Messi, o Robinho. Dá gosto vê-los jogar.

E vivendo muito de assistências, ter de servir Falcao é o melhor que lhe podia acontecer?

Seguramente. Confesso até que já me imaginei a cruzar para ele...

Ah, sim? E diga-nos lá como é que seria esse cruzamento perfeito...

Tanto faz. Rasteiro ou por alto, o Falcao chega a todos [risos]. É um grande ponta-de-lança, o melhor jogador do último campeonato e o complemento perfeito para qualquer extremo.

Na próxima época, o clube não parte, como era costume, como campeão...

É verdade, será diferente, mas é preciso voltar a ser campeão rapidamente.

Rodríguez disse a O JOGO que o FC Porto não pode estar dois anos seguidos sem ser campeão...

Olhe, e eu faço minhas as palavras dele. Um clube como o FC Porto está habituado e tem de ser campeão.


Jogar no Dragão contra o FC Porto foi estranho"

Como júnior, chegou a treinar com o plantel principal do FC Porto. Lembra-se da primeira vez?

Sim, lembro-me. Estava tão nervoso, tão ansioso por treinar com todos aqueles jogadores. Era uma alegria vê-los, e foi muito bom juntar-me a eles. O professor Jesualdo Ferreira era o treinador. Foram óptimas experiências, e lembro-me de que o Bosingwa era a alegria do balneário.

Foi praxado?

Por acaso, não. Mas acho que desta vez não vou conseguir escapar [risos]...

Como foi jogar no Dragão como adversário? Ainda por cima empatou [2-2] e também contribuiu para que o FC Porto perdesse o campeonato...

Não, não é por um jogo que isso acontece. A regularidade é que faz um campeão. Quanto ao jogo, foi uma mistura de emoções: alegria por jogar no Dragão pela primeira vez e uma sensação estranha por estar do outro lado, por ser contra o FC Porto. Mas tínhamos de ser profissionais e jogar o melhor que sabíamos para ajudar o Olhanense.

E, já agora, qual foi o seu melhor jogo?

Escolho o que fiz em Guimarães. Não só pelo golo que marquei, mas porque o resto também me saiu bem.

Jogar no mítico e agora renovado Wembley pela Selecção, contra a Inglaterra, foi especial?

Foi. Nunca pensei que aquele estádio fosse tão grande. E se só com 34 mil pessoas na bancada foi especial, imagino como será quando está cheio!

Entre esses espectadores estava o treinador do Newcastle, que se rendeu ao Ukra. Foi público que o FC Porto rejeitou uma oferta por si; mantém a ideia de que isso foi um bom sinal?

Sim, mantenho. É um sinal de que acreditam no meu valor e de que posso acrescentar alguma coisa ao FC Porto. Vou trabalhar para isso, pelo menos.


Ver o Mundial para aprender

Há futebol na ementa das férias de Ukra. Não lhe vai escapar o Mundial. "Aprende-se muito só a ver", diz, procurando ser diplomático quando se lhe pede que escolha o extremo que deverá acompanhar Cristiano Ronaldo e Liedson no ataque. "O Nani ou o Simão? Com qualquer um deles, Portugal estará bem servido."
Sem esconder o objectivo de um dia chegar à Selecção, prefere uma etapa de cada vez. "Acima de tudo, e antes de mais, compete-me pensar no FC Porto. A Selecção, que tenho representado nos escalões mais jovens, é um objectivo, mas só jogando no FC Porto é que posso chegar lá."


Jorge Costa ensinou-me a não ter medo de arriscar"

O Olhanense foi a prova de que a formação do FC Porto tem qualidade?

Sim, mas não foi só pelo que fizemos no Olhanense. Há outros jogadores emprestados com grande qualidade e que só precisam de jogar regularmente. No meu caso, tive a felicidade de o Jorge Costa apostar em mim. A formação que tivemos de base foi excelente e gostava de servir de exemplo para outros, dizendo-lhes que não baixem os braços. O primeiro ano de sénior é o mais complicado, mas há jogadores que querem ir logo para a I Liga. É um erro. Estive dois anos na II Liga [Varzim e Olhanense], e isso fez-me muito bem.

Deu um passo atrás nesse ano de transição, foi isso?

Sim, porque muitos juniores crescem quase como estrelas. É preciso ter humildade, saber crescer e dar um passo de cada vez. O melhor conselho que posso dar é que não queiram logo a I Liga. Bom é jogar com regularidade.

Mas das escolas do FC Porto têm saído essencialmente defesas para a equipa principal. Acredita que pode mudar isso?

O FC Porto forma bem em todas as posições. Se calhar precisou mais de defesas nos últimos anos. Gostaria de ter oportunidade de provar que também há bons atacantes a sair de lá.

E o que aprendeu concretamente? O que é isso de ser um jogador à Porto para si?

Aprendi tudo. Com o José Rolando, o Miguel Cardoso, este no Padroense, o José Guilherme e o Ilídio Vale. Aprendi a ter uma mentalidade de vencedor, a ambição de querer ganhar sempre, a ter prazer em jogar. Ser um jogador à Porto é isso: dar tudo e ter ambição.

Jorge Costa, símbolo do FC Porto, completou essa aprendizagem?

Com o Jorge Costa, aprendi a não ter medo de assumir riscos. Evoluí como jogador e como homem. Apostou em mim e agradeço-lhe a confiança que teve.

E sendo Jorge Costa o tal símbolo, deu-lhe algum conselho para vingar no FC Porto?

Já sei como é, porque estive lá. O conselho que ele me deu foi para ser o mesmo Ukra.

Ventura, Castro, Tengarrinha, Rabiola - quem é que o devia acompanhar no regresso ao Dragão?

Por mim, todos. São amigos e excelentes jogadores. Trabalhei com eles e sei bem o que evoluíram.


O remate atinge 713 de potência

Antes de falar com O JOGO, Ukra tinha acabado de fazer explodir, juntamente com Tengarrinha, o recorde de uma máquina que mede precisamente a potência dos remates. "O recorde era 570, o nosso remate atingiu os 713", confessou divertido. Antes disso, não dispensou também um jogo de bólingue: será que a isso se pode chamar treino para derrubar... futuros obstáculos?

O amigo Castro para as ocasiões

Partilharam a formação e, ultimamente, a experiência no Olhanense. Ukra não hesita em eleger Castro, médio que pertence também aos quadros do FC Porto, como o seu melhor amigo. Castro já fez parte do plantel portista e aguarda por nova oportunidade depois do papel destacado que assumiu na equipa algarvia, sendo um dos imprescindíveis de Jorge Costa.

Homem em Fúria com boa música

Jogar PlayStation ocupa-lhe parte substancial do tempo livre, assim como o convívio com os amigos e familiares. Entre outros, o filme "Homem em Fúria" ficou-lhe na memória. Na música, não é esquisito; ouve e gosta de tudo. "Na realidade é a mulher que a escolhe, e eu limito-me a ouvir", diz sem conter o riso.”

Em
www.ojogo.pt

domingo, 30 de maio de 2010

É Triste Ser Triste No Meio de Tanta Tristeza!

Quando eu penso que já nada me surpreende, deparo-me com algo que me mostra o contrário. Estava eu a fazer uma pesquisa, e eis que me deparo com este texto:

“segunda-feira, 22 de Março de 2010

Eu compreendo o Bruno Alves
Houve um tempo em que tudo era novidade. Ganhava um título, fazia uma boa exibição, havia sempre um novo adversário para, acidentalmente, pontapear, pisar ou acotovelar. Além da excitação que estas brincadeiras lhe proporcionavam, o seu ego agigantava-se porque, à impunidade que os árbitros e comissão de disciplina lhe garantiam, era acrescentada uma simpática atitude paternalista por parte dos jornalistas e comentadores. (mas de quem está este senhor a falar? Do Luisão?) Bruno Alves dá tudo, Bruno Alves é impetuoso, Bruno Alves defende intransigentemente o fcp, Bruno Alves empurra a equipa, etc,etc, etc. (ah! Era do BA! Comentadores? Jornalistas? Que elogiam o Bruno, são raros!) Numa liga em que dois terços dos clubes dependem do clube do Bruno Alves para compor os seus plantéis, raramente se ouviu algo mais dos treinadores de jogadores agredidos pelo Bruno Alves do que uma constatação de que ele é agressivo e que as suas atitudes selvagens dentro de campo se devem ao calor do jogo. (Ah sim? Engraçado já ouvi dizer por aí que o David Luís tem atitudes semelhantes, porque é nervoso!)
Mas o Bruno Alves não poderia ser feliz para sempre porque ambiciona mais do que agredir alguém de 8 em 8 dias. O Bruno Alves também gosta de dinheiro. E gosta tanto que, em sinal de protesto por não ter sido vendido, cortou o cabelo e portou-se que nem um cordeirinho no jogo do campeonato na Luz. Mas não resultou e teve um arrufo mais tarde. Sábio, o seu presidente aplicou-lhe um castigo. Ficou um jogo qualquer de fora. E o Bruno Alves percebeu a mensagem: Ou voltas a ser o Bruno Alves ou nunca mais vais para o estrangeiro. E o Bruno Alves, inteligente que é, esperou pela oportunidade certa para mostrar que nunca deixou de ser o mesmo. (quanta imaginação!) Aproveitando-se da, por certo, desinteressada mas generosa cumplicidade do árbitro Jorge Sousa, agrediu o Kardec com o cotovelo, agrediu o Kardec com o pé, agrediu o Kardec com o punho, agrediu o Aimar com o corpo inteiro e agrediu o Cardozo com o cotovelo. Insultou o árbitro de costas e de frente pela frente e pelas costas, agrediu alguém que o tentou acalmar e insultou os adeptos do Benfica. Presume-se que, no túnel, não tenha agredido qualquer steward mas aí entende-se, eram da empresa do túnel de Braga e esses são amigos. (Gosto especialmente da piadinha dos steward)
Mas agora o Bruno Alves está inquieto. Não ganhará o campeonato e foi eliminado da Champions com um bonito 5-0 em Londres. (deve ter sido muito diferente do 4-1 que o Benfica sofreu) Se tudo correr bem, os titulares da selecção serão o Ricardo Carvalho e o Pepe e, em boa verdade, será uma grande surpresa se algum jogador da selecção nacional vier a sair valorizado do próximo mundial. (estou de acordo com quem escreveu este texto na parte que está a negrito) Afinal de contas, o “treinador” é o Queiroz. Ainda por cima, se houver algum clube disposto a dar muito dinheiro por um defesa central a actuar em Portugal, o Bruno Alves sabe que há um num clube de maior dimensão e notoriedade, (um clube de maior dimensão?) que será campeão nacional, (Ah! O clube do regime!) é mais novo, tem infinitamente mais técnica, é mais simpático, tem um penteado que dá mais nas vistas que o seu e nem sequer precisa de recorrer à violência para desempenhar muito bem a sua função. (quem? O David Luís? Não recorre à violência? Ahahahah) Num só ano, as notícias que outrora revelavam cobiça de grandes clubes estrangeiros por si, têm agora outro protagonista que não ele. E é aqui que, talvez já conscientemente, reside a frustração do Bruno Alves. (frustração?) Na próxima época, continuará no porto a dançar tango mal acompanhado e sem novos árbitros para insultar ou novos adversários para agredir. (engraçado!) Eles são o porto e, desde que o assumiram, levaram 3 do Benfica, 5 do Arsenal e, imagine-se, 3 dos lagartos. (falta aqui uma coisinha, demos três ao Benfica, e o BA marcou um dos golos) Coitadinho do Bruno Alves.(coitadinhos dos benfiquistas!)”

Esta pérola foi tirada de:
http://pelicanobenfica.blogspot.com/2010/03/eu-compreendo-o-bruno-alves.html

OK, nós sabemos que o Bruno Alves por vezes exagera, mas é só ele? O autor daquele texto nunca reparou no David Luís, no Luisão e por aí fora? Não seria mais fácil estar caladinho em vez de criticar os outros quando na equipa deste senhor há agressivos? Ah, e já agora, que eu saiba o Bruno nunca lesionou ninguém.

Nota:
O texto que se encontra entre parênteses é da minha autoria.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Fim De Ciclo

Já passaram quase duas semanas depois do final oficial da época, e como eu, ainda não reflecti, aqui, sobre ela, vou aproveitar para fazê-lo agora.

Pois bem, todos sabemos que esta época não correu tão bem, não alcançamos o maior objectivo de todos, a conquista do penta, acabamos por ficar em terceiro e isso não é de todo um hábito para nós portistas. Na Liga dos Campeões chegamos aos oitavos de Final. Contudo, vencemos dois troféus, a Super Taça e a Taça de Portugal, o que torna as coisas um pouco menos negativas, nada que lave a alma de forma nenhuma. Mas por vezes, dar um paço a trás é bom, para depois dar paços seguros enfrente. É isso que eu espero que venha a acontecer já no próximo ano. Este ciclo findou, mas outro vai iniciar.

Agora, vou colocar aqui umas palavras ao Professor Jesualdo.

Professor, mesmo que algumas vezes tenha discordado das suas opções, sei que não as podia questionar, porque era você quem trabalhava com os jogadores todos os dias, e portanto sabia melhor que nós todos os que estavam em melhores condições para jogar.
Quatro anos de trabalho não é o mesmo que quatro dias, ou quatro meses, sei que por vezes não deve ter sido nada fácil. O castigo de Pinto da Costa deixou-o muito “desprotegido” e obrigou-o a dar a cara pelo clube, e o corpo as balas, principalmente as disparadas pela imprensa, que tanto gosta de deitar o F C Porto a baixo.
Por tudo isso, Obrigado professor, obrigado pelos títulos conquistados, e pelas consequentes alegrias; obrigado pela sua dedicação; obrigado por ter dado a cara na defesa do nosso clube, quando o silêncio tornou-se ensurdecedor.
Professor, Desejo-lhe muitas felicidades, e que um dia possa aceitar o convite que o presidente lhe fez.


Resta-nos saber quem é o senhor que se segue.

Entrevista: Rodriguez

A entrevista foi publicada ontem.

“"Não podemos estar dois anos sem vencer o campeonato"
PEDRO MARQUES COSTA/ANTÓNIO SOARES

Depois de uma primeira época de grande nível no FC Porto, Rodríguez realizou um segundo ano bastante irregular, muito por culpa das quatro lesões que o afastaram de parte significativa da temporada. Nesta entrevista a O JOGO, o extremo fala do passado e do futuro, dos incidentes no túnel da Luz, de Hulk, Falcao, Álvaro Pereira ou Guarín, mas também do principal objectivo para a próxima época: voltar ser campeão nacional. Tudo porque, segundo Rodríguez, um clube "tão grande" como o FC Porto não pode estar dois anos seguidos sem vencer o campeonato.

Que balanço faz desta temporada a nível pessoal e colectivo?

Foi uma época negativa, sem dúvida. Tive muitas lesões e foi frustante, apesar de saber que este tipo de situações pode acontecer. A nível colectivo também não foi positivo porque não conseguimos ser campeões e, neste clube, esse é sempre o primeiro objectivo.

Acha que o título do Benfica foi justo?

Não comparo equipas, olho apenas para o FC Porto, para a nossa equipa, e penso em melhorar mais todos os dias. Ficámos em terceiro lugar, penso que merecíamos mais; não perdemos este campeonato no campo, perdemos fora dele.

Considera que os incidentes no túnel da Luz foi um momento importante da época?

Eu diria mais: foi o momento determinante da temporada. Retiraram-nos dois jogadores que eram fundamentais para a equipa por situações que não aconteceram exactamente como algumas pessoas disseram. E castigaram-os sem necessidade nenhuma, porque o que se passou não justificava um castigo tão pesado.

Mas afinal o que aconteceu?

Foi uma grande confusão. Quando há muito gente naqueles locais, passam-se sempre muitas coisas, até pela emoção do momento… Apesar disso, nãoaconteceu nada de especial; foi uma confusão normal, com muita gente envolvida. Nada mais.

Se Hulk não tivesse sido castigado, o FC Porto teria sido campeão?

Com o Hulk, com o Sapunaru, com os jogadores que se lesionaram, com o Varela, Mariano... Aconteceram muitas situações difíceis para a equipa que se não tivessem acontecido, podíamos ter sido campeões. Agora, resta-nos esperar que a próxima temporada seja mais tranquila para chegarmos ao final no primeiro lugar, porque queremos voltar a ser campeões.

Por ter passado pela Luz, mas também por ser o maior rival do FC Porto, custou-lhe ver os festejos do Benfica?

Claro que custou, mas apenas porque no ano anterior tínhamos sido campeões... Foi uma festa linda, que vivi pela primeira vez, naquela que foi a maior experiência da minha vida profissional. Mas nem sempre se pode ganhar, todos perdemos um dia.

Concorda com a ideia de que um dos problemas desta época foi a integração lenta de alguns reforços?

Não sei se foi isso. É verdade que o FC Porto estava acostumado ao Lucho e Lisandro e era uma vantagem tê-los cá, porque foram dois jogadores fundamentais para o clube. Mas estou contente com os rapazes que chegaram: são profissionais e querem melhorar. Se esta época não conseguimos vencer, temos de esperar que a próxima seja melhor.

Esta época, ficou a sensação de que o FC Porto perdeu quase todos os jogos decisivos: Braga, Benfica, Sporting, Taça da Liga...

Perdemos com essas equipas, mas também lhes ganhámos. Quando eles vieram ao Dragão, vencemos com grande facilidade. Mas esse tipo de jogos são sempre muito equilibrados. O FC Porto é o melhor clube em Portugal e todos nos querem vencer, o que torna todos os jogos mais exigentes para nós.

Pinto da Costa já afirmou que quer voltar a vencer uma competição europeia. Acredita que o FC Porto pode conquistar a Liga Europa no próximo ano?

Acredito que sim. Este ano eliminámos o Atlético de Madrid na Liga dos Campeões e eles acabaram por vencer a Liga Europa. Para além disso, temos muita experiência na Champions e isso pode ser fundamental na próxima época. Vencemos jogos importantes fora, como com o Atlético de Madrid, e fizemos uma grande exibição em Manchester, por exemplo. Se juntarmos a experiência que temos com uma boa mentalidade, claro que podemos vencer.

Podemos então depreender das suas palavras que o FC Porto é um dos favoritos?

Favoritos são todos. É difícil afirmar isso dessa forma, porque no futebol nunca se sabe o que pode acontecer. Por exemplo, eu esperava fazer uma grande temporada e depois foi o que se viu. São coisas da vida, pequenos pormenores que podem mudar tudo.

Depois de não ter ganho o campeonato este ano, acha que no próximo a pressão vai ser maior?

Acho que não. Sentimos a pressão de ter que ganhar em todos os jogos; o FC Porto foi campeão nos últimos anos, e os jogadores habituaram-se a ter a obrigação de ganhar frente a uma da segunda divisão ou contra a melhor equipa do mundo. Por isso, estamos sempre pressionados para vencer. Vamos trabalhar para sermos novamente campeões, que é o nosso objectivo, e num clube muito grande como o FC Porto não se pode estar dois anos consecutivos sem vencer o campeonato.


Hulk tem a força de um cavalo"

Já conhecia Álvaro Pereira. Por isso pergunto-lhe se ficou surpreendido com a sua primeira época no FC Porto?

Não, de forma nenhuma. Já o conhecia da selecção, tal como o Fucile, e sabia que tinha muita qualidade. Ele sempre correu muito e estou contente por ele. Antes de o contratarem, perguntaram-me como é que ele era: eu disse que tinha muita qualidade e, como podem ver, não me enganei.

E já agora, estava à espera de tantos golos do Falcao no primeiro ano na Europa?

Já o tinha defrontado antes pela selecção e sabia que era um bom jogador. Fez uma grande época e, pelo que fez no FC Porto, merecia ter sido o melhor goleador do campeonato.

Não foi por um golo; em Leiria, quando marcou, podia ter-lhe passado a bola. Agora, quando olha para trás, ficou arrependido por não lhe ter dado o golo a marcar?

Não, não. Não me arrependo. Respeito sempre os adversários e se estou isolado em frente ao guarda-redes tenho que rematar. Imaginem que tinha tentado passar e errava o passe… Acho que o Falcao não ficou chateado, porque quando nos foi possível, tentámos jogar sempre para ele.

Hulk merece os elogios constantes que lhe fazem um pouco por todo o mundo?

Sim, sim. Ele é muito bom. Tem a força de um cavalo e uma qualidade fantástica. Já o demonstrou muitas vezes e espero que seja feliz, sobretudo depois do que lhe fizeram este ano, porque aquele castigo foi muito injusto. Até por isso, acredito que na próxima época vai ter um grande ano.

Apesar da "força de cavalo", como companheiro de equipa, não entende que ele devia ser menos individualista em determinados momentos do jogo?

O que eu posso dizer é o seguinte: se tivesse de defrontar o Hulk, ou fosse o treinador da equipa adversária, dava ordem para marcá-lo com muita atenção, porque ele é um jogador com uma enorme capacidade para desequilibrar os jogos. É muito difícil para os adversários, mas também para ele, porque, aqui em Portugal, já o conhecem bem e já encontraram a melhor forma de o marcar.

Como recebeu a notícia sobre a provável renovação de contrato com o Guarín?

Fico contente porque sempre soube que ele é um excelente jogador. Joguei contra ele na selecção de sub-20, mas também nas eliminatórias para o Mundial, mas só agora é que conseguiu demonstrar o seu valor no FC Porto. É a tal situação: o futebol é o momento e ele esteve muito tempo sem jogar; depois, quando jogou com mais regularidade, mostrou que é um grande jogador.


Jesualdo não se despediu dos jogadores"

Jesualdo Ferreira está de saída do FC Porto, apesar de ainda não ter havido nenhuma confirmação oficial, e tão pouco no balneário. Rodríguez revelou que o treinador não se despediu dos jogadores depois da final da Taça de Portugal. "Ele não nos comunicou nada sobre o seu futuro. Neste momento, posso dizer que espero o melhor para ele e que esse é um assunto que me ultrapassa. O futuro do Jesualdo terá de ser discutido entre ele e o presidente. Gostava que ele ficasse, porque é um excelente treinador, mas o que eu quero mesmo é o melhor para ele, mas também para o clube", afirmou.


Aparecia sempre outra lesão..."

No final da última época, magoou-se na selecção e chegou cá lesionado depois das férias. Afinal o que aconteceu?

Tive uma lesão complicada no joelho, ao serviço da selecção, e depois fui de férias, porque as férias são para descansar. Regressei ao FC Porto lesionado, sentia dores, e não pude começar logo a treinar. Foi um período complicado, porque não consegui fazer a pré-temporada com os meus companheiros.

E que explicação encontra para as sucessivas lesões que sofreu durante o ano, quase todas musculares?

No ano passado não tive nenhuma lesão... São situações que acontecem. Num ano tudo corre bem, mas no seguinte nunca se sabe o que vai acontecer. Comecei mal e depois fui recuperando aos poucos, mas acabava por surgir sempre outra lesão. Foi complicado. Para mim, as pré-épocas são fundamentais e eu arranquei mal, numa altura em que os meus companheiros de equipa já tinham muitos treinos e alguns jogos.

As lesões foram o factor decisivo para uma época tão cinzenta?

A nível pessoal sim. Apesar disso, espero que não retirem o mérito do que fiz quando joguei, porque nesses momentos dei sempre o máximo em prol da equipa. Obviamente que não é o mesmo, porque regressava das lesões, começava a jogar, a ganhar ritmo e voltava a lesionar-me novamente.

Nunca se percebeu muito bem em que posição gosta mais de jogar? Médio ou extremo?

Na selecção jogo mais atrás, como médio-ofensivo, enquanto no PSG, Benfica e FC Porto fui sempre utilizado na posição onde jogo agora, que é aquela que gosto mais. Gosto mais de jogar como extremo.

Este ano vai fazer a pré-temporada. Sendo assim, pode prometer a melhor época de sempre para o próximo ano?

No final da última época, disse que este iria ser a melhor de sempre. Depois, aconteceu tudo o que se sabe. Por isso, agora é melhor ficar caladinho e esperar para ver o que acontece.

Uma das críticas que lhe fazem é que, para quem joga no ataque, marca poucos golos e tem poucas assistências...

Não concordo. Na última época fiz muitas assistências para golo, porque joguei com regularidade, ao contrário do que acontece esta época. Estou contente com o meu trabalho, treino bem todos os dias, e isso é o mais importante para mim. Respeito essa opinião, mas não concordo.

O FC Porto acabou a época a jogar num sistema com quatro médios. É a táctica ideal para si?

Posso jogar num sistema com quatro médios, mas para mim não muda muito. Na prática, apenas jogaria dez metros mais recuado.


Maior erro da minha vida mas não matei ninguém"

Depois de uma época complicada a nível pessoal, acabou por ficar de fora do Mundial. Sente-se frustado?

A vida é mesmo assim. Num momento estamos bem e a seguir podemos sair à rua e ter, por exemplo, um acidente de automóvel. No caso dos jogadores, as lesões são sempre momentos muito difíceis. Mas agora sinto-me bem, porque já estou totalmente recuperado.

Mas mesmo assim, acreditava que ia estar no Campeonato do Mundo?

Obviamente que estava a contar ir ao Mundial. Era um sonho que tinha. Participar num Mundial significa muito para os jogadores, porque é a competição mais importante que existe. Para mim, é especialmente doloroso ficar de fora, porque estive presente em toda a fase de qualificação, desde o arranque até ao dia da suspensão. É uma situação que tenho de saber enfrentar.

A explicação do seleccionador Óscar Tabárez convenceu-o?

Não sei... Mas não me interessa. Ainda sou novo, tenho 24 anos e uma carreira longa pela frente, e o futebol dá muitas voltas, pelo que estou convencido de que estarei no próximo Campeonato do Mundo.

O que sentiu quando soube que não tinha sido convocado?

Amargura, tristeza... os meus amigos, família a até alguns jornalistas uruguaios achavam que ia estar no Mundial. Eu também pensava que ia, porque fui titular durante toda a fase de qualificação, e por isto tudo fiquei surpreendido quando vi a convocatória. Mas amo a selecção, quero o melhor para todos os meus companheiros e se não estou lá, estará outro. Como joguei sempre na fase de qualificação, penso que vou fazer falta e que alguma coisa vai ter de mudar na forma de jogar da equipa, mas temos um excelente treinador, com muita experiência, e que vai dar a volta à situação.

A forma como se comportou no final do jogo com a Argentina, que acabaria por resultar na expulsão e castigo de quatro jogos, foi o maior erro da sua carreira?

Sem dúvida que foi o maior erro da minha carreira, mas também é preciso dizer que não matei ninguém. Esteve muita gente envolvida naquela confusão e, por isso, continuo sem perceber porque fui castigado. Para além disso, acho que os quatro jogos são um absurdo, porque nunca tinha tido um problema disciplinar na minha carreira. No passado também tinha havido casos similares, como o do Chilavert, por exemplo: ele também foi castigado com quatro jogos e depois acabaram por lhe reduzir a pena para dois para ele jogar no Mundial. Não concordo com o castigo que me foi aplicado, é exagerado. E há mais: o árbitro terá visto a minha agressão, mas não viu que fui agredido antes. Ou seja, limitei-me a defender do que me tinham feito.


Problemas acontecem em todas as equipas"

Esta época falou-se de alguns problemas no balneário, inclusivamente uma troca de agressões entre Tomás Costa e Bruno Alves...

São situações que acontecem em todas as equipas. Por exemplo, hoje posso ter um problema com o Bruno, mas amanhã já estamos bem. Num grupo tão grande como é o caso dos plantéis de futebol, é muito raro passar-se uma época inteira sem acontecer situações desse género. É normal e não foi nada de especial.

Mas nos outros anos não se soube de nada…

Isso é culpa dos jornalistas…. Por exemplo, quando jogamos bem somos os maiores, mas quando jogamos mal somos lixo. Não é preciso ser assim. Os jogadores respeitam o trabalho dos jornalistas, mas entendemos que não somos respeitados da mesma forma. Claro que não queremos que digam sempre bem de nós, mas gostávamos que fossem mais justos, mais sensatos, porque todos temos família, amigos e temos de dar a cara às pessoas quando saímos à rua.”


Em
www.ojogo.pt

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Gelsenkirchen 6 Anos Depois

“Força azul e branca

Carlos Alberto, Deco e Alenitchev. Três explosões numa noite de festa, as assinaturas nos golos. O FC Porto conquistou Gelsenkirchen e a segunda «Champions»
há seis anos… Mais uma façanha inesquecível e que o www.fcporto.pt agora recorda.

Mónaco-FC Porto, 0-3

FICHA DO JOGO

UEFA Champions League (final)

Estádio Arena Auf Schalke, em Gelsenkirchen (26 de Maio de 2004)

Árbitro: Kim Milton Nielsen (Dianarca)
Assistentes: Jens Larsen e Jorgen Jepsen
4º árbitro: Erik Knud Fisker

MÓNACO: Roma; Ibarra, Rodriguez, Givet e Evra; Zikos; Edouard Cissé, Bernardi e Rothen; Giuly «cap.» e Morientes
Substituições: Giuly por Prso (23m), Edouard Cissé por Nonda (68m) e Givet por Squillaci (71m)
Não utilizados: Tony Sylva, Plasil, Squillaci, Adebayor e El-Fakiri
Treinador: Didier Deschamps

F.C. PORTO: Vítor Baía; Paulo Ferreira, Jorge Costa «cap.», Ricardo Carvalho e Nuno Valente; Costinha, Pedro Mendes, Maniche e Deco; Derlei e Carlos Alberto
Substituições: Carlos Alberto por Alenitchev (60m), Derlei por McCarthy (77m) e Deco por Pedro Emanuel (84m)
Não utilizados: Nuno, Ricardo Costa, Jankauskas e Bosingwa
Treinador: José Mourinho

Ao intervalo: 0-1
Marcadores: Carlos Alberto (39m), Deco (70m) e Alenitchev (75m)
Disciplina: Cartão amarelo a Nuno Valente (28m) e Carlos Alberto (39m)”


Em:
www.fcporto.pt


Deste jogo lembro-me muito bem, vi-o de início ao fim, com os nervos à flor da pele, mas no final, no final a felicidade era muito grande, basta dizer que fui gritar para o quintal, a plenos polmões:”CAMPEÕES DA EUROPA!” Tenho este jogo gravado, e de vez em quando gosto de o rever. É tão bom recordar os bons momentos, o momento em que o FC Porto colocou bem alto o nome do clube, da cidade e do país.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Entrevista: Falcao

A entrevista é longa, mas vale a pena.

“O melhor para mim é ficar e não o dinheiro"
CARLOS GOUVEIA / TOMAZ ANDRADE

Depois de uma época inteira, a primeira em Portugal, a marcar golos e a suscitar todo o tipo de elogios, chegou a vez de Falcao explicar na primeira pessoa como conseguiu adaptar-se à equipa, evoluir e fazer esquecer Lisandro. O grande culpado? Jesualdo Ferreira, disse sem pestanejar. Apenas com um título na bagagem, porque não jogou a Supertaça, o colombiano quer mais na próxima época e, se possível, depois de o fazer de cabeça e até de bicicleta, também quer estrear-se a marcar... de livre directo.

Que balanço faz da primeira época no FC Porto?

Felizmente, adaptei-me bem à equipa e rendi, ao fazer golos e ao ajudar a elevar o nível de jogo. Porém, também contava ganhar títulos em Portugal e, por isso, a Taça de Portugal foi algo especial, porque me permitiu festejar a conquista de um troféu.

Vai de férias com a certeza de que volta ao Porto?

Sim, claro. Tenho contrato por mais três temporadas. A minha ideia, pensamento e sentimento é a de continuar cá, marcar uma era e desfrutar do FC Porto.

Mesmo que já se falem de outros clubes interessados…

Penso simplesmente em jogar no FC Porto, deixar a minha marca no clube e entre os adeptos. Não penso em tudo o que se diz nos jornais acerca da existência de clubes interessados. Estou num grande clube e tudo chegará a seu tempo, mas ainda quero aproveitar muito esta etapa aqui.

Já se falou do Bayern de Munique, por exemplo...

Sim, li qualquer coisa sobre isso. É bom para mim ser falado. Estou consciente de que fazendo as coisas bem no FC Porto haverá ainda mais interessados, porque este clube tem um grande historial na formação de jogadores e posterior venda a outras ligas. Mas, estou tranquilo e procuro não dar muita atenção a tudo isso que se diz nos jornais.

Mas já disse que gostava do Arsenal e do futebol inglês. O que o fascina tanto na Premier League?

Sempre segui com atenção os jogos do campeonato inglês e do Arsenal. Os meus amigos até me gozavam com isso. É uma Liga muito competitiva.

Será o futebol ideal para si?

Não sei. Neste momento, tenho a certeza de que o melhor para mim está no FC Porto. Tenho contrato e estou contente.

Portanto, considera ser melhor continuar a crescer no FC Porto e pensar noutros voos mais tarde?

Penso sempre em melhorar e crescer futebolisticamente. A minha ideia é, repito, ficar e ganhar um lugar no coração das pessoas que gostam deste clube. Não penso em dinheiro, e as decisões são tomadas pelos dirigentes.

O seu pai confirmou uma notícia de O JOGO de que está prevista a revisão do contrato. O processo está concluído?

Sobre isso sei pouco. Procuro estar concentrado no que tenho de fazer dentro do campo e nos treinos, deixando essas questões para outras pessoas tratarem.

Tinha mais clubes interessados. Um ano depois, acredita que ter assinado pelo FC Porto foi a melhor decisão?

Creio que sim, foi a opção adequada. Pela mentalidade no que respeita aos processos de formação de um atleta, pelo estilo de jogar e, sobretudo, por ter um corpo técnico com vários anos no clube que incutiu bons princípios de jogo. Isso facilitou-me muito as coisas.

Quando aterrou no Porto os golos de Lisandro não lhe meteram medo?

Cheguei com a ideia de crescer, de jogar. Não esperava conseguir fazer tudo o que fiz nesta primeira temporada, mas não me preocupei em suplantar o Lisandro. Fiz o que tinha de fazer e queria apenas marcar uma era no FC Porto, sem qualquer comparação com o Lisandro ou necessidade de fazer mais golos do que ele.


O meu desafio é superar os 34 golos"

Oficialmente, Falcao acabou a época com 34 golos - só não marcou na Taça da Liga -, mas nas contas que faz, o colombiano acrescenta mais quatro, precisamente os que considerou terem sido mal anulados. Ambicioso, o avançado quer superar essa fasquia na próxima temporada e até promete uma novidade: marcar de livre directo. É o que lhe falta acrescentar na galeria de exemplos e está a treinar para isso.

Marcou 34 golos só esta temporada, contra 45 em todas as que fez no River. Isto quer dizer que o nível competitivo da Liga portuguesa é mais baixo do que o da Argentina ou que o Falcao evoluiu muito?

Quando estava no River, a instituição passou por um mau momento, problemas na formação da equipa, muitas mudanças de treinadores e jogadores. Isso afecta. Agora, estou num clube que há quatro anos mantém a mesma base, com um estilo de jogo bem definido em que os atletas jogam quase de olhos fechados. Cada um tem a sua função bem específica, mas foi a equipa que potenciou as minhas características.

Portanto, para o ano o Falcao vai marcar ainda mais golos?

[risos] O meu desafio pessoal para a próxima temporada é superar-me em golos. Estando no segundo ano, já conheço melhor os companheiros e a equipa. Isso pode levar a que o rendimento de cada um seja melhor.

Por outro lado, os adversários também o conhecem melhor…

É verdade. Isso pode complicar. Há sempre duas partes para as coisas.

Marcou com o pé, com a cabeça, de calcanhar, de bicicleta. O que é que lhe falta?

De livre directo. Tenho treinado isso e vamos ver quando sai. É um dos desafios para a próxima temporada.

A equipa começou em 4x3x3, tendo mudado na parte final da época, mas o Falcao continuou a marcar. O sistema táctico é indiferente para si?

Importante é termos dois sistemas para usar, o que não é fácil. A meio da época mudámos e a equipa não se ressentiu. Depende sempre de cada jogo e das ocasiões criadas.

Jogou com vários companheiros de ataque. Tem preferência? Quando o Hulk voltou, marcou mais golos…

O Hulk é um excelente jogador, que faz a diferença quando está a cem por cento. Mas, o FC Porto não depende apenas do Hulk, tem muitos jogadores que, a determinados momentos, podem melhorar a equipa, e a verdade é que me senti muito cómodo com todos.

Ainda está chateado com o Rodríguez por não lhe ter passado a bola em Leiria?

Claro que não. Acima das questões pessoais está a equipa e tínhamos de ganhar o jogo. Ele fez bem em finalizar a jogada.

Teve vários golos anulados, foi uma injustiça não ter sido o melhor marcador?

Pessoalmente, acho que não fiz apenas 25 golos no campeonato. Fiz mais. Aconteceram coisas muito estranhas…

O que quer dizer com isso?

As suspensões do Hulk e do Sapunaru, por exemplo. Estarem três meses inactivos e depois decidirem que, afinal, eram só três jogos de suspensão? Não é normal. Nunca tinha visto nada assim. Depois, tive vários golos legítimos anulados pelos árbitros. Em situações idênticas não se passou o mesmo com outros clubes. Aí, os golos foram sancionados. Houve ainda a suspensão que me deram na sequência do jogo em Setúbal, em que o próprio jogador que esteve envolvido comigo no lance disse que não lhe fiz nada. Como toda a gente viu, aliás.


Chilena ao Marítimo foi especial"

Qual foi o melhor golo que marcou?

Sem dúvida, o de chilena [bicicleta] ao Marítimo. Foi especial.

E o mais fácil?

Talvez um dos golos à Naval.

E aquele marcado ao Arsenal no Dragão, que foi muito criticado pelos ingleses?

Isso foi inteligência do Rúben Micael. Nós, os sul-americanos, temos outra mentalidade e não vi nada de condenável nesse lance. Respeito a opinião dos ingleses.

Como foi marcar pela primeira vez na Champions?

Ao Atlético! Foi especial, ainda por cima de calcanhar. Muito lindo, e nem acreditava no que tinha feito. Mal consegui dormir.

E conseguiu dormir depois da goleada sofrida em Londres?

Não foi nada fácil. Mas, sinceramente, a diferença entre as duas equipas não era a que ficou espelhada no resultado.

O que correu mal?

O futebol tem destas coisas.

Se o FC Porto utilizasse uma táctica semelhante à do Inter de Milão em Barcelona, acha que teria sido diferente?

Não sei, porque ninguém poderia garantir o que se iria passar. Se calhar, implementávamos essa táctica e perdíamos na mesma.

Esse jogo foi o pior momento da época?

Foi difícil. Houve alguns momentos difíceis que soubemos sempre superar, mas esse foi muito duro.


Jesualdo ensinou-me a jogar de costas para a baliza"

O Falcao que parte para férias não é o mesmo que chegou ao Dragão. A garantia é do próprio. Ao longo da época, o avançado evoluiu, corrigiu erros e, agora, sente-se mais jogador. "Estou muito agradecido ao professor e, até nesse sentido, creio que cheguei ao clube certo. Trabalharam muito comigo, corrigiram algumas coisas no meu estilo, ensinaram-me outras. Esses pequenos detalhes que adquiri potenciaram o meu futebol", frisou, detalhando alguns aspectos em que melhorou: "Jogar de costas para a baliza foi, sem dúvida, um deles. O professor insistiu muito nesse tipo de coisas, na recepção, nos movimentos laterais, na necessidade de jogar simples, na forma de chegar à área. Foram algumas horas extra durante os treinos, mas esses pequenos conselhos tornaram-se valiosos", admitiu. No final da época, Jesualdo e Domingos, por exemplo, elegeram Falcao como o melhor avançado do campeonato. "Agradeço as palavras, sobretudo as de Jesualdo, pelos detalhes que foi procurando corrigir no meu jogo". Nesse sentido, gostaria que continuasse. "Cabe aos dirigentes decidir, mas será sempre difícil que venha um treinador novo e a equipa continue a jogar de olhos fechados, como fazemos. Essa é uma das coisas mais complicadas no futebol e Jesualdo conseguiu-o."


Benfica nunca saiu prejudicado dos túneis"

Falcao nunca tinha passado por uma situação idêntica à do "túnel da Luz" e, no resumo desse episódio, achou estranho que apenas o FC Porto tenha sido castigado. Apesar de considerar que esse momento condicionou o campeonato, o avançado admite que houve mais factores a contribuir para o terceiro lugar, nomeadamente a ausência de alternativas por causa das muitas lesões.

O Benfica foi a melhor equipa do campeonato?

Foi regular, assim como o Braga. Mas o Braga tinha um plantel mais limitado e conseguiu fazer uma grande temporada.

Pode dizer-se que o FC Porto perdeu o título no Dragão?

O FC Porto perdeu o campeonato porque não contou com todos os jogadores disponíveis em determinados momentos. Houve alturas em que o técnico precisava de alguns jogadores, mas olhava para o lado e eles não estavam lá, por lesão ou castigos. Isso condicionou-nos muito.

A época ficou marcada pelo túnel da Luz. Alguma vez viveu uma situação semelhante a essa na Colômbia ou na Argentina?

Não, de todo.

O que é que se passou exactamente no túnel?

Muita confusão, mas não foi só o FC Porto que esteve implicado e as sanções foram apenas para nós. O FC Porto viveu essa situação apenas uma vez e o Benfica duas, mas nunca foi castigado.

Considera que foi uma armadilha ao FC Porto?

Não sei. Esses jogos, os clássicos, vivem-se com muita paixão. Os jogadores que foram castigados não mereciam tamanha pena. Não sei o que se passou em Braga, mas os prejudicados foram apenas os jogadores da casa. Repito que o Benfica nunca saiu prejudicado dessas situações.

Esse momento decidiu ou apenas condicionou o campeonato?

Foi um factor que, realmente, ajudou, porque não contámos com todo o plantel numa determinada fase. Além disso, aconteceram várias lesões.

Para o ano não há Champions. O que pode fazer o FC Porto na Liga Europa?

A mentalidade será a mesma de sempre: jogar para ganhar, mas não sou pessoa de prometer. Só digo que vamos dar tudo o que temos para fazer uma boa campanha.

O FC Porto ganhou duas vezes ao Atlético de Madrid, que, curiosamente, acabou por vencer a Liga Europa. Isso faz aumentar as responsabilidades?

Não sei... Depende sempre de cada partida, da regularidade da equipa e também do sorteio.


Não se enganaram com os outros..."

El Tigre só ficou em branco contra duas equipas no campeonato português: a Académica e o Benfica. Mas, teve apenas uma oportunidade para bater Quim, porque viu o quinto cartão amarelo em Setúbal, na jornada anterior, e assistiu ao clássico do Dragão na bancada. "Infelizmente, não pude jogar. Teria uma boa oportunidade para facturar", reclamou. Por isso, foi-lhe difícil ter de passar ao papel de adepto. "Foi duro ficar de fora, sobretudo porque ficou bem claro que não tinha qualquer intenção de agredir ou de acertar no meu adversário em Setúbal, como o próprio admitiu. A verdade é que sempre que houve jogadas duvidosas, marcaram contra o FC Porto. Os golos anulados são exemplos disso. Do meu ponto de vista, nunca se enganaram com os outros, só contra nós", acusou.
Falcao reviu o lance de Setúbal várias vezes na televisão e reafirma a sua inocência. "A marcar falta nessa jogada tinha de ser antes, quando dois jogadores do Setúbal me atingiram, um pela direita e outro pela esquerda, aquele em quem eu acertei. Mas acertei nele porque me desestabilizou e atirou ao chão. Tentei equilibrar-me e, se me deixasse cair, seguramente que não lhe acertava, mas quis seguir com a jogada e para não cair tive de tentar equilibrar-me", explicou.


Pela Colômbia, joguei fora da minha posição"

Falhada a qualificação da Colômbia para o Mundial, Falcao vai acompanhar a prova pela televisão. "Vou torcer pelas equipas dos meus companheiros, como é o caso do Uruguai e de Portugal. Quero que Portugal faça um grande Mundial e tem condições para isso. Também vou torcer pela Argentina, por ter passado lá grande parte da minha vida", contou. Tarefa também difícil é perceber quem é que o avançado considera o melhor do mundo: Ronaldo ou Messi? "Ui, não sei. De preferência, que joguem ambos na minha equipa", disse, admitindo que vai estar particularmente atento aos dois, mas também a outros goleadores como "Rooney, Drogba e Higuaín". Antes de assinar pelo FC Porto, Falcao não era uma figura consensual na Selecção, mas agora as coisas estão a mudar. "Não tive continuidade no lugar, mudei várias vezes de posição e assim ficou difícil. Sobretudo numa equipa onde há apenas três dias para treinar e jogar."


Quem tem boca chega a casa

Falcao nunca teve GPS, mas não foi com a chegada a Portugal que precisou de um. "Já me perdi algumas vezes", contou. Quando isso acontece, recorre à solução mais antiga. "Pergunto e aprendo os caminhos". Nesses contactos fortuitos e necessários com a população, o colombiano diz que, na maioria das vezes, é reconhecido. Ao fim de uma época, Falcao já se sente adaptado ao estilo de vida. "Gosto imenso da comida e da cidade do Porto, que é muito tranquila e com praia. O tempo é que não ajudou muito. Admiro bastante a cultura portuguesa", disse.

Levar a vida de acordo com a fé em Jesus

Há muito tempo, desde os tempos de adolescente na Colômbia, que o ponta-de-lança do FC Porto encontrou um refúgio na religião. Os hábitos não mudaram grande coisa em Portugal e Falcao até disse que já encontrou um espaço para rezar, mesmo sem entrar em grandes pormenores. "Vou várias vezes à igreja, mas não sou devoto à Igreja de Deus. Creio em Jesus e procuro ter uma vida de acordo com as minhas crenças", explicou.

Da Argentina a Portugal o jornalismo não muda

Quando estava nas camadas jovens do River Plate, Falcao chegou a frequentar o curso de Comunicação Social na Universidade de Palermo, em Buenos Aires. Só que a assinatura do primeiro contrato profissional tirou-o das aulas e levou-o para os relvados a tempo inteiro. "Sim, continuo a ler jornais, embora não concorde com tudo o que é escrito. Em Portugal os jornais não são diferentes dos da Argentina." Quando terminar a carreira, a possibilidade de retomar o curso de jornalismo será ponderada. "Em algum momento da minha vida poderei pensar nisso, sem dúvida."”


Em
www.ojogo.pt

Grande Falcao! Gostei da entrevista!

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Entrevista: Ruben Micael

“O FC Porto foi muito prejudicado"
ANTÓNIO SOARES

Rúben Micael admite que ter perdido o campeonato foi uma grande desilusão, mesmo se reconhece que, ao nível individual, a época até nem foi má, apesar da fractura no pé, que até lhe pode ter custado a presença no Mundial. No FC Porto diz ter ficado impressionado com a cultura vitoriosa que encontrou e que as pessoas do clube lidam muito mal com as derrotas para concluir que só poderia mesmo jogar de azul e branco. Apesar de o FC Porto ter perdido em Braga e na Luz, o madeirense aponta os pontos desperdiçados contra equipas teoricamente mais acessíveis para explicar o fracasso portista na corrida ao penta.
Quanto à dinâmica reencontrada pela equipa com a sua entrada no onze, Rúben Micael prefere "fundir-se" no colectivo para dar explicações.

Era este FC Porto que esperava encontrar quando assinou?

Sim. Vim encontrar pessoas com uma vontade de vencer impressionante. Não existe no vocabulário do clube as palavras empatar ou perder. Quando se perde aqui, as pessoas ficam com muita azia. Fiquei muito impressionado com isso, porque vivia numa realidade diferente. Cheguei cá e vi nas pessoas a expressão de querer ganhar sempre e é o que vai acontecer na próxima época.

Na sua perspectiva, o que é que foi decisivo para o FC Porto ter deixado escapar o título?

Acho que o FC Porto foi muito prejudicado. Houve uma fase muito importante, em que a equipa podia lançar-se definitivamente e surgiram as suspensões de Hulk e Sapunaru, dois jogadores muito importantes na equipa. Depois vieram as lesões e tudo isso contribuiu para dificultar muito as coisas.

Por falar em lesões, o Rúben foi uma das vítimas. Pode dizer-se que lhe estragou a época?

Sim, sem dúvida. O pé fez com que deixasse de treinar e jogar. A do ombro, se não fosse um departamento médico tão bom como o que temos no FC Porto, sei que me ia dar mais que fazer. Sem os médicos deste clube, o contratempo teria sido bem maior e eles evitaram um situação bem pior para mim.

Que balanço faz da sua temporada no clube?

Ao nível individual não vou dizer que correu mal, acho que correu bem. Cheguei comecei a jogar e ajudei a equipa. Ao nível colectivo foi mau, porque o FC Porto não foi campeão e, nesta casa, quando não se é campeão, corre tudo muito mal.

As derrotas em Braga e na Luz, contra concorrentes directos na luta pelo título, acabaram por pesar?

Acho que perdemos o campeonato contra equipas mais pequenas. Empatamos em casa com o Olhanense, Belenenses, Paços de Ferreira... e em casa o FC Porto nunca se pode dar ao luxo de perder tantos pontos e isso penalizou-nos muito, foi mau perder muitos pontos contra equipas, digamos que mais acessíveis.

Quando o Rúben Micael chegou ao FC Porto notou-se um salto qualitativo no futebol praticado pela equipa, que começou a jogar melhor. Como é que explica isso?

Não há explicação, o FC Porto contratou-me porque tinha em mente que vinha ajudar e foi isso que tentei fazer, foi ajudar a equipa.

Mas tem a noção que a sua entrada na equipa coincide com um FC Porto capaz de desenvolver um futebol mais organizado e de tomar a iniciativa de jogo com outros argumentos?

Não gosto de falar de mim. O mais importante é a equipa e na altura houve jogadores que subiram muito de rendimento, o que tornou tudo mais fácil, porque sozinho não poderia ter feito nada.

Mas concorda que o Rúben veio trazer algo que faltava à equipa, senão não era titular logo de entrada?

Não vou dizer que não, mas foi por isso que o FC Porto me contratou, porque estava a fazer um bom trajecto no Nacional.

O meio-campo acusou muito a saída de Lucho, não havia um jogador que preenchesse de uma forma satisfatória as suas funções. O Rúben colmatou essa lacuna no plantel?

Não acho que houvesse lacunas no plantel, porque o FC Porto tem bons jogadores no meio-campo, até antes da minha chegada...

Tem bons jogadores, mas para funções diferentes...

Sim, mas por exemplo, o Belluchi tem muita qualidade, o Guarín mostrou o seu valor na última parte do campeonato. São coisas que acontecem e o FC Porto não estava a passar por um bom momento nessa altura, não vim com a intenção de substituir o Lucho, que é um excelente jogador. Tenho características próprias e é como eu disse, a minha única preocupação foi ajudar a equipa.


Quando cheguei cá, queria marcar, fazer tudo e se calhar não foi bom"

Antes de se estrear a marcar com a camisola do FC Porto, parece que se notou uma certa ansiedade e até falhou alguns golos...

Não sei se foi isso, o mais importante era a equipa. Sempre disse que se tivesse um colega ao lado preferia que fosse ele a marcar, assisti-lo, porque tem mais que ver com a minha posição e as minhas funções em campo. Agora, houve algumas situações em que se tivesse tido aquela calma como tive contra o Nacional em que marquei e a partir dali libertei-me para fazer golos, tinha marcado mais cedo, mas na próxima época espero que corra melhor. Quando cheguei cá queria mostrar, queria marcar e fazer tudo ao mesmo tempo e se calhar não foi o ideal. De resto, o primeiro golo demorou, mas chegou e foi bom.


É diferente vencer estando em campo"

Estando lesionado, já se sabe. Foi difícil para si viver a final da Taça de Portugal por fora?

Foi muito difícil sim. É diferente. Tinha a expectativa de fazer uma boa recta final, estava a voltar ao meu nível antes de partir o dedo do pé, porque tinha a expectativa de ir à Selecção, não vou estar a ser mentiroso.
Depois, jogar uma final e ganhar é fantástico. No dia do jogo tinha comentado que na época passada tinha sido eliminado nas meias-finais na Madeira e este ano tinha oportunidade de jogar a final e acabaram por ser duas épocas seguidas em que perdi a oportunidade de jogar no Jamor. É claro que os meus companheiros venceram e ainda bem, mas é diferente de estar ali dentro e vencer em campo. Se fosse por opção do treinador, agora não poder jogar por causa de uma lesão é muito complicado.


Não teremos desculpas para não vencer a Liga Europa"

Mesmo confessando a desilusão por não jogar na Champions, o madeirense garante que não haverá desculpas por jogar a meio da semana, aludindo ao que aconteceu com o Benfica, esta temporada, e apontou uma vitória na final, como objectivo.

É uma desilusão para si ter assinado pelo FC Porto a pensar também na Liga dos Campeões e acabar na Liga Europa?

Tinha sempre a expectativa de vir para o FC Porto e de, com isso, ser quase inevitável jogar na Champions. Fiz dois jogos e foi espectacular, porque é completamente diferente de jogar a Liga Europa. Agora é uma desilusão porque queria ser campeão, mas vai ser bom jogar na Liga Europa e será mais um título que o FC
Porto quererá vencer.

O Atlético de Madrid que até foi eliminado pelo FC Porto na Champions, esteve na final da Liga Europa. Acha que têm hipóteses de chegar à final na próxima época e vencer?

Por isso é que eu digo que não há limites. Vamos outra vez falar da cultura vencedora do FC Porto, porque é um clube que, onde entra, é para ganhar. Por isso é que a Liga Europa não vai fugir aos objectivos da próxima temporada. Este ano houve uma equipa que venceu o campeonato e tinha aquela desculpa de fazer dois jogos por semana, mas no FC Porto não. Até se pode jogar de três em três dias, já aconteceu no passado e o FC Porto ganhou, portanto não haverá desculpa nenhuma.


Disse que se não fosse para o FC Porto nem valia a pena falarem comigo"

Há dias, um jornal noticiou que o presidente do Benfica teria chegado a acordo para a sua contratação, mas que ela acabou por ser vetada pelo treinador Jorge Jesus. Foi assim? Soube desse acordo?

Isso é completamente mentira. Ninguém falou comigo ou com o meu empresário sobre isso. O presidente do Nacional, na altura, nunca disse que tinha chegado a acordo com algum clube. O que aconteceu foi que, na altura, se falava de muita coisa e eu pedi uma reunião com o presidente do Nacional, ele pode confirmar isso. Conversei com ele e disse-lhe que queria ir para o FC Porto e para mais nenhum clube. Podem ligar para ele para confirmar. Havia outras propostas e ele sabe disso e, na altura até para acabar com tantas especulações, disse-lhe que queria o FC Porto, se não fosse para o FC Porto, nem valia a pena falar comigo. Mas acho estranho que tenham falado nisso, porque quem fez o plantel do Benfica, segundo dizem os jornais, foi o presidente juntamente com o Jorge Jesus e acho estranho que o presidente do Benfica pudesse partir para negociações com um jogador, sem conversar com o treinador. Há qualquer coisa de errado, mas quem escreveu lá deverá saber. Tinha havido uma abordagem do Benfica antes disso, muito antes, mas nunca tinham chegado a acordo. Mas eu queria jogar no FC Porto. Havia outras possibilidades no estrangeiro para ganhar mais dinheiro ainda, mas eu disse-lhe que era no Porto que queria jogar.


O Benfica foi forte nos túneis dentro de campo e fora dele"

O que é que se passou no túnel da Luz, quando ainda era jogador do Nacional?

Já respondi a isso várias vezes, mas não deixa de ser interessante constatar que até os jornalistas sabem que o Benfica ganhou o campeonato nos túneis (risos)...

Não, quem tem falado nisso, a cada passo, é o presidente do FC Porto...

Se fosse um campeonato normal, ninguém falava nos túneis. Não sou só eu, nem os dirigentes do FC Porto que falam nisso, são os jornalistas que falam disso...

São coisas que saíram cá para fora durante a época....

Sim, mas falam no que aconteceu na Luz com o Nacional e com o FC Porto e ainda no que aconteceu em Braga. Se os jornalistas falam tanto disso, é porque foi mesmo o campeonato dos túneis. O Benfica foi muito forte este ano, foi muito forte dentro do campo, foi muito forte dentro dos túneis e foi muito forte fora do campo, acho que está de parabéns. O FC Porto tentou contrariar dentro do campo, porque fora do campo e dentro dos túneis não há maneira, só a Liga.


Contra o Arsenal não fomos jogadores à FC Porto"

A Champions deixou marcas positivas em Rúben Micael, mas também foi em Londres, nos oitavos-de-final, que o FC Porto terá realizado a sua pior exibição da temporada. Acha que a crítica foi justa com o FC Porto?

Não, não acho. Foram muito injustos. Há coisas impressionantes que aparecem escritas nos jornais, sem que as pessoas tenham a mínima ideia daquilo que se está a passar. Mas houve muitas situações que foram ressentidas no balneário. Até dói ver certas coisas que deixaram os jogadores tristes.

E da parte dos adeptos?

Depois do nosso pior jogo, a seguir à derrota com o Arsenal, alguns adeptos não esconderam a sua revolta, mas é sinal que querem ver a equipa a vencer sempre.
Nós até encaramos isso da melhor maneira e compreendemos o desejo deles, porque mais ninguém quer ganhar mais do que os próprios jogadores. Nessa altura vimos a revolta deles...

Que é que aconteceu nesse jogo?

Não fomos jogadores à FC Porto, não jogámos como a equipa costuma jogar, com aquela garra.

Mas tudo saiu mal nessa noite. Sofremos o primeiro e quisemos ir para cima deles para marcar, mas o Arsenal, com a qualidade que tem, aproveitou bem os espaços que concedemos e foi eficaz nas oportunidades que criou.

O Arsenal mostrou os limites da equipa?

Não há limites, nem no futebol, nem na vida. Ninguém pode falar disso, porque podemos sempre superar os limites. O que nós sentimos foi uma enorme vergonha após o jogo.


Evoluí muito com Jesualdo nos últimos três meses"

Fala-se na hipótese de Jesualdo Ferreira sair. Como é trabalhar com ele?

Aprendi com ele, em três meses, coisas que só um treinador inteligente como ele é que me poderia ensinar, até pela experiência dele e pelo que se conhece do Jesualdo ao nível da formação. Evoluir com ele é muito bom e em três meses senti mesmo a diferença. Ele tinha o cuidado de me dizer em que aspectos eu podia melhorar. Metia aquilo na cabeça e depois, quando via alguns jogos em casa, percebia aquilo que ele me ensinava nos treinos. Assim é mais fácil para um jogador. Foi fantástico trabalhar com ele três meses, porque a seguir lesionei-me.

Mas como encara o futuro sem ele?

Não sei se é sem ele. A Direcção é que vai decidir isso. O que eu sei é que no FC Porto a perspectiva é sempre a mesma e passa por ganhar. O Mourinho foi campeão europeu, depois de ganhar a Taça UEFA; antes tinha sido campeão nacional. Mas depois dele voltaram a ganhar e acho que a cultura deste clube, nos últimos 30 anos, foi sempre nesse sentido.

Se Jesualdo Ferreira acabar por deixar o FC Porto. Preferia um treinador português ou estrangeiro?

A Direcção é que sabe o que vai fazer. A nós jogadores só nos compete jogar à bola e dar o máximo.

Agora que digeriu o deslumbre de ingressar no FC Porto, acha que vai partir em vantagem na próxima temporada?

Claro, porque quando estamos calmos tudo corre melhor, é mais fácil jogar. Não há a preocupação de fazer isto e aquilo, porque temos mais olhos em cima de nós, sai tudo mais naturalmente.

O Zidane da Maneira, como lhe chamam, já mostrou o que tinha para mostrar, ou esta época foi só um cheirinho?

Todos os treinos e todos os jogos, a perspectiva é melhorar. Não há um jogador - quando o diz está errado, na minha opinião - que não tenha mais nada para mostrar e que possa dizer que já evoluiu tudo o que tinha para evoluir. Todos os dias aprendemos e todos os dias podemos mostrar que queremos e que podemos fazer sempre mais e melhor.


Claro que tinha a esperança de ir ao Mundial"

Apontado como sucessor de Deco, Rúben Micael era um dos jogadores que estavam nos pré-convocados de Carlos Queiroz, mas as lesões, em especial a fractura no pé direito, acabaram por ser decisivas e afastá-lo da recta final da temporada e de um grande sonho.

Acha que sem as lesões poderia estar hoje de partida para o estágio da Selecção Nacional?

Sim, porque não? Mas isso era como estarmos a dizer que com Hulk e Sapunaru poderíamos ter sido campeões. Isso ninguém pode adivinhar. É o se...

Mas alimentava esperanças de ser chamado por Carlos Queiroz, não?

Sim, até porque estava pré-convocado, por isso tinha esperança de ir ao Mundial, aliás como todos os outros que tinham sido pré-convocados.

O facto de o apontarem como um dos sucessores de Deco, responsabiliza-o?

Quero é poder treinar e jogar no FC Porto e depois, se puder ir à Selecção e representar o meu país, vou tentar fazer o melhor, mas o Deco não é substituível. Ele ajudou muito Portugal e o FC Porto e vai ficar sempre na história por isso. Agora, cada um tem a sua forma de jogar e ele é um grande jogador, mas há outros em Portugal para essas funções, não é só o Rúben Micael.”

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Sevilha Há Sete Anos!

“O Dragão incendiou Sevilha há sete anos

E a Taça UEFA veio para as Antas! Foi há sete anos, após uma vitória épica em Sevilha, num ambiente literalmente a ferver e que terminou com a chama do Dragão a incendiar a Andaluzia. Derlei e Alenitchev marcaram para o FC Porto, Larsson fez o papel de «teimoso» e tentou adiar a conquista azul e branca.
O www.fcporto.pt recorda-lhe agora os dados desse desafio histórico.

FICHA DO JOGO

Taça UEFA (Final)

Estádio Olímpico de Sevilha

Árbitro: Lubos Michel (Eslováquia)
Assistentes: Igor Sramka e Martin Balko
4º árbitro: Anton Stredak

CELTIC: Douglas; Mjallby, Balde e Valgaeren; Agathe, Lambert, Lennon, Petrov e Thompson; Sutton e Larsson
Substituições: Valgaeren por Laursen (64m), Lambert por McNamara (76m) e Petrov por Maloney (104m)
Não utilizados: Hedman, Sylla, Fernandez e Smith
Treinador: Martin O’Neill

FC PORTO: Vítor Baía; Paulo Ferreira, Jorge Costa «cap.», Ricardo Carvalho e Nuno Valente; Costinha, Maniche, Deco e Alenitchev; Capucho e Derlei
Substituições: Costinha por Ricardo Costa (8m), Jorge Costa por Pedro Emanuel (70m) e Capucho por Marco Ferreira (97m)
Não utilizados: Nuno, César Peixoto, Clayton e Tiago
Treinador: José Mourinho

Ao intervalo: 0-1
Marcadores: Derlei (45 e 115m), Larsson (47 e 56m) e Alenitchev (53m)
Disciplina: cartão amarelo a Valgaeren (7m), Lennon (58m), Nuno Valente (62 e 120m), Balde (80 e 95m), Petrov (101m), Maniche (119m) e Marco Ferreira (119m)”

Em
www.fcporto.pt


Recordo-me muito bem desse dia, por parvoíce não vi o jogo, na época achava que se o visse o FC Porto perdia, hoje arrependo-me de não ter visto esse momento na íntegra. Mas lembro-me de estar no quintal da minha casa, e ouvir os vizinhos e a minha mãe a gritar golo, de cada vez que isso acontecia, ia a sala informar-me.
Para aqueles adeptos que se deslocaram a Sevilha, certamente que nunca mais apagarão da memória cada momento daquele jogo. A Taça UEFA foi uma grande conquista para o Dragão, e nada apaga isso.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Tomada de Posse de Pinto da Costa

“O nosso ideal é vencer à Porto"
ANTÓNIO SOARES

Pinto da Costa tomou ontem posse pela 12ª vez na história do clube que lidera há 28 anos, mas foi Sardoeira Pinto, presidente da Assembleia Geral do clube, que abriu a sessão com uma bicada à moda do Porto. "Fiquei com a voz envenenada com os ares de Lisboa, no fim-de-semana, e com as partículas do vulcão", declarou ao microfone, afónico, antes de ver a sua intervenção engolida pelas palmas dos novos corpos gerentes que assinaram os documentos que os investem nas suas funções. Mal tomou a palavra na cerimónia de tomada de posse, Pinto da Costa sublinhou que a vontade de servir o FC Porto era a mesma que no seu Primeiro mandato: "As minhas primeiras palavras, quando cheguei ao FC Porto, estão mais actuais do que nunca. Disse que não sabia se ia estar aqui três dias, três semanas ou três meses, mas o que sei é que só estaria aqui enquanto sentisse entusiasmo e vontade de servir o FC Porto". Por isso, garantiu que o lema extraído de uma reunião de trabalho anterior saiu renovado. "O nosso ideal é vencer", frisou, antes de se explicar: "Queremos vencer sempre sim, mas não de qualquer modo, ou em qualquer túnel. Queremos vencer à FC Porto!"

A seguir, o presidente agradeceu o apoio aos sócios, assumindo a responsabilidade de tamanha confiança depositada nele, antes de traçar as principais linhas do próximo triénio. "Queremos modernizar o clube, rever os seus estatutos, que estão completamente ultrapassados, e construir um museu que nos honre a todos", apontou. Para conduzir os objectivos anunciados, o presidente pediu empenho a um sector em especial: "Espero mais do Conselho Superior do que no último triénio".

Mas o facto de ter sido eleito no passado sábado teve um significado especial, que Pinto da Costa fez questão de revelar: "Fui eleito no dia em que a minha mãe festejava os seus anos e tenho a certeza que foi com a sua ajuda que nos sagrámos logo campeões nacionais de andebol e que vencemos a Taça de Portugal, no dia seguinte, no Jamor". A forma esmagadora com que foi eleito também foi interpretada de uma forma curiosa por Pinto da Costa, cuja lista foi a única a ser sufragada pelos sócios com 98 por cento dos votos expressos a seu favor. "Isso demonstra que confiam em nós e não que não haja mais gente capaz de dirigir o FC Porto", apontou.

Dragões não têm jejum de títulos há 28 anos

É um dado adquirido que Pinto da Costa é sinónimo de sucesso no FC Porto e, por isso, tomou ontem posse para mais um triénio à frente dos desígnios do clube, um dia depois de somar mais uma conquista no futebol: a Taça de Portugal, a 15ª da história do clube, a 11ª da era Pinto da Costa. Foi o segundo troféu da temporada, depois da vitória na Supertaça Cândido de Oliveira e mesmo assim os portistas consideram que esta não foi uma época feliz.

Porém, os números de Pinto da Costa são impressionantes e indicam que desde que assumiu a presidência, em Maio de 1982, que o FC Porto nunca passou uma temporada sem festejar, pelo menos, a conquista de um troféu. Em mais de metade dos anos os adeptos tiveram mesmo mais do que uma alegria em forma de título.
Olhando ao palmares do FC Porto é curioso constatar que há 28 anos seguidos que conquista qualquer coisa, precisamente a partir do momento em que Pinto da Costa assumiu a presidência. Em 1981/82, os portistas ficaram em branco pela última vez. O Benfica, o grande rival dos portistas, por exemplo ficou sem ganhar nada três épocas seguidas há bem pouco tempo: de 2005/06 a 08/09.”


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domingo, 16 de maio de 2010

Análise: FC Porto 2 - Grupo Desportivo de Chaves 1

A TAÇA É NOSSA!
O FC Porto venceu mais uma Taça, mais uma que vai direitinha para o futuro Museu.
O jogo até nem foi grande coisa, os golos portistas foram marcados na primeira parte, Guarin, primeiro, e Falcao depois, aproximaram o FC Porto da Taça. No segundo tempo, o FC Porto não praticou bom futebol e o Chaves até reduziu, bem perto do final, num lance super estranho. O final do jogo chegou e a alegria de mais um truféu conquistado também.
Nas bancadas, uma festa fantástica, com apoio as duas equipas, só lamento o ruído insordecedor dos objectos barulhentos, que não sei como se denominam,
Que impediam ouvir os cânticos da claque azul e branca.
De lamentar é também, os insidentes que se registaram no final do jogo, quando adeptos portistas e flavienses se encaminhavam para o norte. Não percebo qual é a lógica de adeptos de uma equipa que não era nem tida nem achada no jogo, apedrejar carros de adeptos portistas.
Agora sim, esta época chegou ao fim.

A minha crónica sobre este jogo está desponível em:

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sábado, 8 de maio de 2010

Análise: União de Leiria 1 – FC Porto 4

Último jogo do campeonato, duas equipas sem nada a perder nem a ganhar, mas um falcao a procura dos golos que lhe permitam chegar à bola de prata.
Uma primeira parte muito, muito morna, em que a União de Leiria se adiantou no marcador. Uma segunda parte bem mais animada, com o FC Porto a dar a volta ao marcador, e que volta! Guarin tratou de empatar a partida; dois minutos depois Falcao carimbou a reviravolta; Rodriguez fez o terceiro e Falcao concluiu impecavelmente, uma grande penalidade. Foram estes os nomes desta vitória, a última no campeonato desta época.
Resta ao Falcao, e a todos os portistas, esperar que o Cardozo não marca golos amanhã.
Esperemos no próximo ano gritar a plenos pulmões: CAMPEÕES! CAMPEÕES! NÓS SOMOS CAMPEÕES!

Na segunda encontrarão a minha crónica sobre este jogo em:

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Entrevista: Helton

Encontrei esta entrevista no OJOGO e decidi colocá-la aqui na íntegra. Helton fala, sobretudo, do terceiro lugar e do mundial.

“Terceiro lugar é experiência para não repetir"
CARLOS GOUVEIA

Uma pausa. É assim que Helton, que foi sempre campeão desde que assinou pelos dragões, caracteriza esta época atípica. Ainda assim, espera ter feito o suficiente para convencer Dunga a levá-lo à África do Sul. Em conversa com O JOGO, o guarda-redes deu a entender que pretende continuar no FC Porto, clube que aprendeu a gostar como se fosse um dos sócios mais antigos. E como já vá vai na oitava temporada em Portugal, está prestes a receber o bilhete de identidade. O processo está concluído.

Falta uma jornada para o final do campeonato. A época não foi a ideal, mas mantém o sonho de estar no Mundial…

É verdade que as épocas ajudam bastante. Para se ter boas hipóteses de estar na Selecção, é preciso estar bem no clube. Mas, pelo tempo que tenho de bola, não só no FC Porto mas também no Leiria e no Vasco da Gama, acredito que tenha deixado uma imagem decente, e conto com ela. Embora não tenha conseguido o título, como era costume, não considero que esta tenha sido uma época assim tão ruim.

Na Liga dos Campeões, o FC Porto ficou um degrau abaixo da época passada, mas o Helton até realizou boas exibições…

Quando entro em campo, não penso no individual, embora tenha recebido elogios, mesmo depois do resultado negativo em Londres. Fico feliz pelo reconhecimento, mas triste porque não penso só no Helton. Aprendi a gostar do FC Porto e não me vejo só como jogador, mas também como adepto. Por isso, fico ainda mais triste quando não conseguimos uma vitória.

Ficar em terceiro é uma experiência nova para si, que estava habituado a ser campeão...

Sem dúvida. Confesso que não imaginava que fosse assim. Mas será uma experiência passageira, seguramente, para não repetir.

Como está o seu processo de naturalização?

Praticamente concluído, estou à espera de receber os papéis. É uma grande honra e vai-me permitir dar a oportunidade aos meus filhos de ter uma cultura ainda maior e saber conviver com os dois lados. Sou um filho adoptado de Portugal.

Essa decisão prende-se apenas com a oportunidade legal, por estar há mais de seis anos em Portugal, ou porque pode abrir portas a outros mercados?

Penso que vai ajudar toda a gente. O FC Porto, por abrir uma vaga para a eventual contratação de um estrangeiro. E eu vou poder andar mais à vontade nos aeroportos, porque às vezes confundem as coisas. Aqui, no Porto, nunca tive problemas, mas já tive de esperar três horas sentado por um documento que me libertasse a passagem. Vai-me ajudar bastante.

Pode depreender-se do seu discurso que a ideia é continuar no FC Porto?

Exactamente. Já tenho as minhas coisas bem definidas e ainda há muito para dar e aprender em Portugal.


Hulk e Fernando têm lugar no "escrete" de Helton

Na terça-feira, Helton vai estar bem atento à convocatória de Dunga para perceber se faz parte dos eleitos, mas também guarda alguma curiosidade sobre os restantes nomes. Isto porque, se fosse ele a decidir, haveria mais dois jogadores do FC Porto com qualidade para estar no Mundial. Um é fácil de adivinhar: Hulk, que até já se estreou no escrete pelas mãos do actual seleccionador. "Gostaria muito que ele fosse. Tem sido uma pessoa muito positiva no trabalho."
O outro, menos evidente: "Embora nunca tenha estado na selecção, o Fernando já demonstrou que também pode ter a sua oportunidade", frisou.

Já sonhei várias vezes com o Mundial"

Helton não defenderá em Leiria esta noite, mas garante que estará a cem por cento caso Dunga o inclua na lista para a África do Sul. Com Júlio César, do Inter de Milão, garantido, restam duas vagas para, aparentemente, serem disputadas por Doni, suplente do Roma, Victor, do Grémio de Porto Alegre, e Helton.
"A concorrência é forte, tem que ser", diz Helton. "Se for mesmo uma luta a quatro, é preciso riscar um nome apenas e as probabilidades são boas. Tenho bastante esperança em fazer parte dessa lista", admitiu. "Este é um objectivo de qualquer jogador e, por isso, é complicado explicar o que sinto. Não é bem ansiedade, nada que me tire o sono, mas uma expectativa boa", referiu. E como tem dormido descansado, Helton até já sonhou com a subida ao relvado no Mundial. "Essa é a minha ambição e já sonhei várias vezes com o momento", confessa. Aos 31 anos, o brasileiro não encara esta como a derradeira hipótese, mas sim a melhor. "É tudo uma questão de oportunidade. E a próxima é sempre a melhor, portanto é esta", atirou. A lesão, assegurou, não é problema. "Estou
bem e até tenho tido um grande apoio do clube, que me tem poupado a grandes esforços para, se for chamado, estar ainda melhor", frisou. Helton esteve na Selecção pela última vez em Outubro de 2009. Não jogou, mas ficou com a certeza de que o seleccionador está atento ao seu trabalho. "Fiz os jogos todos de preparação da Copa América e no dia do primeiro jogo até estava na ficha e não joguei. Respondi, no final, que era preciso respeitar a opinião do treinador. Da mesma forma que peço que me respeitem para que tenha conhecimento dos porquês, para melhorar ou não repetir se tiver alguma atitude incorrecta", referiu.

Que vença o melhor se eu não jogar..."

O Portugal-Brasil do Mundial é tema de conversa no balneário portista de forma ligeira. "Por enquanto, pensamos apenas nos dois jogos que faltam. Após a final da Taça até pode ser que se façam umas apostas", brincou. Antevendo um duelo equilibrado, Helton jogou à defesa. "Já representei a selecção brasileira, mas tenho um carinho enorme por Portugal. Torço sempre para que Portugal tenha sucesso. Que vença o melhor, se eu não jogar, claro", atirou, com humor.
Se Helton pudesse escolher, esse jogo seria apenas para atribuir o primeiro lugar do grupo "Era óptimo que ambas as equipas já estivessem apuradas. A responsabilidade seria menor. Torço para que todos façam um bom jogo. Se o Rolando tiver uma oportunidade, que as coisas saiam bem. O Kaká que se cuide com ele", brincou.
Helton antevê uma prova equilibrada. "O Brasil e a Itália são selecções que fazem um bom trabalho e alguma diferença. Mas neste Mundial está difícil de apostar, será muito equilibrado."

Altura ajuda muito um guarda-redes"

Desafiado por O JOGO a ajudar Carlos Queiroz a decidir os três guarda-redes para o Mundial, Helton optou pela via diplomática e insuspeita. "Vocês, jornalistas, podem responder melhor do que eu. Prefiro não opinar, porque não quero ser injusto com ninguém. O futebol é o momento e se um jogador está num bom momento pode ter a sua oportunidade. Um colega podia estar bem ontem, e agora não. Seria injusto para ele, porque o trabalho feito anteriormente também conta", sublinhou. Então, e Beto? Nova resposta defensiva. "Há tanta gente boa que seria injusto e até suspeito falar dele. Portugal vai estar bem servido, seguramente, independentemente das escolhas", insistiu. À margem deste assunto, Helton defendeu que o tamanho é importante num guarda-redes, sem, contudo, apontar o dedo a ninguém. "A altura ajuda muito. Sempre fui a favor de reconhecer as coisas e de ser transparente, mesmo que possa ser prejudicado por isso. Aprendi com o meu avô que um homem deve saber honrar a cueca que veste, cumprindo com aquilo que fala."”


Em
www.ojogo.pt


Frase que decidi sublinhar:
“…Aprendi a gostar do FC Porto e não me vejo só como jogador, mas também como adepto. …”

domingo, 2 de maio de 2010

Análise – FC PORTO 3 – SL Benfica 1

Grande Porto!
Antes de mais, obrigada caros jogadores do FC Porto por não deixarem que esses lampiões fizessem a festa na nossa casa, porque no Dragão só o FC Porto tem o direito a festejar! E mais nada! Ah, e obrigada por não terem deixado o Cardozo marcar!
UM jogo dividido, por vezes não muito bem jogado, com uma grande carga emocional, mas que o FC Porto quis ganhar para evitar festejos, alheios, na sua casa. E Bruno Alves, fez questão de desfazer o nulo, aproveitando uma distracção da defesa benfiquista. No início do segundo tempo, o senhor árbitro decidiu expulsar Fucile, ficando o FC Porto reduzido a dez, ainda que ficassem por pôr na rua jogadores encarnados. Depois, num lance feliz, Luisão empatou. Mas pouquíssimo tempo depois, mais concretamente dois minutos depois, Farias repôs a vantagem. Por reclamar a falta de critério da equipa de arbitragem, Jesualdo foi expulso do banco. E, perto do final, belluschi aumentou a vantagem. Mais oportunidades houveram, mas o marcador não se alterou. Que grande ambiente nas bancadas do Dragão, após o terceiro golo!
Vencemos, porque somos Porto; vencemos, porque somos os maiores; vencemos, porque mesmo com dez, a união fez a força; vencemos, porque ganhamos dentro do campo e não no túnel.
Só lamento os petardos rebentados, e os isqueiros e outros objectos atirados para o relvado, porque quem poderá ficar prejudicado com isso é o FC Porto. E o que ganhamos com a violência? Nada, o futebol devia ser uma festa, e com situações destas mais parece um campo de batalha. Eu repudio a violência seja ela como for, e em jogos entre grandes ela está sempre presente, infelizmente. Viva o futebol! Viva o FC Porto!

Amanhã encontrarão a minha crónica deste jogo em:

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