terça-feira, 21 de junho de 2011

Desilusão

Durante o dia de ontem alimentei a esperança de que a história da saída de Villas-Boas não passasse apenas e só de um rumor, uma notícia de muito mau gosto, mas infelizmente não, infelizmente é mesmo verdade. É com revolta e sobretudo com desilusão que escrevo estas linhas. A notícia da saída de André Villas-Boas foi como uma bomba que caiu no universo portista, que deixou-me completamente desiludida, principalmente porque não estava a espera que acontecesse, não agora. Eu já sabia que no futebol o que hoje é verdade amanhã deixa de o ser, e visse versa, mas não estava a espera que AVB saísse assim. O que custa mais, é perceber que todas as promessas que Villas-Boas fez, frases como: “Estou sentado na minha cadeira de sonho e não abdico dela por nada” ou “O meu futuro está completamente ligado ao FCPorto”, não passaram de frases bonitas que os portistas gostaram de ouvir e que acreditaram nelas. Mas um cheque recheado resumiu as frases bonitas a pó, e Villas-Boas deixa o FC Porto a uma semana do começo da época 2011-2012. Se tivesse saído logo depois da final da Taça de Portugal, eu até era capaz de aceitar isto melhor, e sem dúvida que nessa altura Villas-Boas saía pela porta grande, sair agora, soa a traição, e para mim sai pela porta pequena. Faz-me muita confusão perceber que o dinheiro tem mais puder que o sonho, que uma pessoa seja capaz de deixar tudo por dinheiro. Eu sei que não sou ninguém para julgar Villas-Boas, mas estou desiludida, revoltada, triste e como portista sinto-me traída. Agora não consigo perdoar, muito menos entender esta saída repentina, como disse anteriormente, para mim André Villas-Boas sai pela porta pequena. Com a revolta que estou nem consigo agradecer-lhe tudo o que fez pelo FC Porto, muito menos desejar-lhe boa sorte, talvez um dia, talvez quando a revolta passar. Como é possível que todos nós portistas tenhamos sido enganados desta forma? Se Villas-Boas afastou sempre a comparação de Mourinho, acabou por inevitavelmente sair com essa comparação bem rotulada, mas com uma diferença, toda a gente sabe que Mourinho é benfiquista ao contrario de Villas-Boas que afirmou ser portista. Não duvido que Villas-Boas seja portista, mas também não duvido que o rótulo de traidor vai ser difícil de afastar, porque o sabor amargo desta traição vai custar a passar, talvez mais do que quando perdemos um jogo.

É certo que o FC Porto é muito mais que um bom treinador, se anteriormente o clube foi capaz de voltar a conquistar troféus depois de grandes treinadores terem saído, agora não será diferente, Pinto da Costa arranjará uma alternativa, se bem que também foi apanhado desprevenido e assim sendo, a escolha poderá ser menos reflectida do que seria recomendável.

É complicado perceber que a época passada não passou de uma época de sonho, que nós portistas tínhamos a esperança de ver o sucesso repetir-se na próxima época, mas com a saída do treinador o projecto de continuidade foi literalmente pela janela fora.

E agora o que vai acontecer? Quem será o senhor que se segue? Será ele capaz de motivar estes jogadores? Será que os jogadores não sentem esta saída como uma traição? Será o FC Porto capaz de segurar as melhores peças do xadrez depois da saída do treinador? Perguntas para as quais o tempo vai dar-nos respostas.

Só peço uma coisa, por favor, não contratem o Jorge Jesus, aí sim era o pesadelo completo, e nós portistas não merecemos.

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