Ponto prévio. Para mim, a prioridade é e será sempre o
campeonato, depois, chegar o mais longe possível na Liga dos Campeões e só
depois vem a Taça de Portugal. Não quero com isto dizer que não fiquei triste
com o resultado do jogo de ontem, pelo contrário. Fiquei triste e de certa
forma revoltada com o desfecho. Todos nós portistas aprendemos a gostar de
ganhar e como é tão bom ganhar ficamos cada vez mais exigentes. A culpa é do FC
Porto que nos habituou assim. Estamos mal habituados? Não, estamos viciados em
vitórias. E por isso a derrota frente ao Sporting de Braga, porque significou a
impossibilidade de ganhar mais um troféu é algo triste para nós, algo
revoltante.
Vou, então, dissertar sobre esta derrota, expondo os meus
pontos de vista sobre o assunto.
E começo por dizer que até ontem o FC Porto era a única
equipa europeia que ainda não tinha derrotas em provas oficiais.
Posto isto. O que se passou ontem? Pois bem, na semana
passada falou-se tanto de sorte, concretamente da sorte que o FC Porto tinha em
Braga, ora, ontem a sorte tirou folga e mandou no seu lugar o azar.
Sim, eu já sei que nesta fase alguns já estão a dizer «que o
treinador foi parte integrante do azar». E então eu pergunto será? E também que
provavelmente os mesmos estão a pensar: «claro, se ele não tivesse feito tantas
alterações provavelmente nada daquilo teria acontecido». E eu contraponho: isso
é algo que não sabemos, nunca saberemos, afinal de contas o jogo do passado
domingo também não foi fácil, mas aí houve a sorte que hoje folgou.
Vou, então, expor o meu ponto de vista no que às opções de
Vítor Pereira diz respeito. No meu post, referente à crónica e análise desta
partida, referi que eu não faria tantas alterações, aliais, provam tal coisa no
meu post de antevisão no onze que lá deixei como sendo o meu palpite. No
entanto, percebo que Vítor Pereira as tenha feito. Afinal de contas todos fazem
parte do plantel, todos tem de estar preparados para, a qualquer momento,
ajudar a equipa e a verdade é que se não jogarem, nunca estarão preparados para
tal. Mas afinal estes jogadores nunca tinham jogado juntos? Esta é a questão
que um leigo que por aqui passe deverá estar a colocar. E a resposta é, estes
jogadores já jogaram juntos, se bem que com algumas nuances. Se não vejamos.
O FC Porto atuou com: Fabiano; Miguel Lopes, Abdoulaye,
Otamendi e Mangala; Fernando, Castro e Defour; James,
Kleber e Atsu.
Vou então analisar sector a sector.
Comecemos, pois claro, pela defesa. Abdoulaye, Otamendi e
Mangala jogaram juntos alguns jogos e as coisas correram bem. Certo, a
completar o quarteto normalmente estava Danilo e ontem foi, parte do jogo,
Miguel Lopes. E vendo bem, o brasileiro até entrou azarado, visto que foi ele o
marcador do primeiro golo do braga.
Passando à linha intermédia: Fernando, Castro e Defour.
Tirando o português, que dos três é o que tem menos minutos. Já o brasileiro é,
em circunstâncias normais titular. Quanto ao belga, normalmente é titular
quando um dos elementos do meio campo está indisponível, isto é, foi titular
até ao anterior jogo frente ao Braga. Então o que faltou aqui? Faltou Moutinho
e Lucho. Simples, a resposta não é outra, no entanto, estes dois jogadores são
homens, não máquinas e, por isso, precisam de não jogar todos os jogos. E se
vítor Pereira não poupa um deles, ou os dois, num jogo de Taça vai poupar
quando? E por conseguinte, se não poupa estes dois, quando é que Defour e
Castro serão titulares?
Finalmente, o trio de ataque, que foi composto por James,
Kleber e Atsu. Bom, de James nem vale a pena falar, uma vez que
tem sido titular. Quanto a Atsu, este tem sido muito utilizado por Vítor
Pereira, normalmente para substituir Varela. O ganês na eliminatória anterior
até fez um jogo fantástico. Finalmente, em relação ao Kleber. Gostava que
Kleber tivesse marcado um golo, gostava que Kleber tivesse feito uma fantástica
exibição, mas nada disso. Sendo realista, é verdade que preferíamos que Jackson
tivesse jogado, mas uma vez que o colombiano esteve com um problema físico no início
da semana, parece-me que o treinador poupou-o para Terça, como fez com os
outros todos, é verdade.
Aquele momento do jogo entre a expulsão de Castro e o
segundo golo do Braga foi fatídico. E principalmente se constatarmos que nesse
espaço de tempo Moutinho estava fora das quatro linhas, que podia ter entrado
mais cedo e talvez as coisas tivessem sido diferentes, ou não.
Posto isto, concluo que a sorte não cai do céu, que nenhuma
equipa é imune à derrota, infelizmente, e que Vítor Pereira, seguindo a lógica
dos anteriores jogos para a Taça rodou o plantel para dar oportunidade aos
menos utilizados. Se tivesse corrido bem o treinador seria apelidado de
corajoso, como isso não aconteceu, o mais certo é ser criticado durante muito
tempo.
E para finalizar, que o post já vai longo, digo que a Taça
de Portugal já era, mas ainda há tanto que se pode conquistar esta época.
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