sábado, 21 de março de 2020

#FicaEmCasa

Quando começaram a surgir as primeiras notícias sobre um vírus na China, que provocava infeções respiratórias e que era de propagação rápida, parecia tudo tão distante da nossa realidade, tanto que, talvez sem querer, desvalorizamos, considerando e comparando a uma simples gripe.  
Os dias iam passando e cada vez chegavam-nos mais notícias sobre o assunto, começavam a vir às televisões especialistas a falar do coronavírus, mas todos eles com, aparente, pouca informação disponível sobre o mesmo. E apesar de começarmos a perceber que tratava-se de algo com gravidade, a verdade é que continuava a parecer tudo muito distante. 
Mas de repente começamos a ver notícias de casos na Europa, rapidamente a Itália transformou-se num caos, a Alemanha começou a contabilizar muitos casos, tal como a França, a Espanha e por aí fora. Aí a realidade já não era tão distante, de repente as notícias já não falavam da China e sim de países ali mesmo ao lado. Rapidamente ganhamos a noção de que não se tratava de uma simples gripe e sim de algo bem mais sério e de rápida disseminação. Parecia uma questão de tempo até chegar a Portugal. E chegou no início de Março. 
De repente o vírus passou a ser a nossa realidade. De dia para dia todos nós víamos os números crescer, até que, felizmente, mandaram-nos ficar em casa. 
Estes dias todos nós vivemos uma realidade que há um par de meses era impensável, ficamos à espera de números que passaram a fazer parte do nosso quotidiano e que  de dia para dia continuamos a ver  crescer, ansiosamente à espera que comecem a decrescer. Mas  há que ter a consciência que para que tal aconteça, o mais rápido possível, todos nós temos uma missão a cumprir que passa por adotar todas as medidas preventivas e seguir todas as recomendações das entidades competentes. 
De repente lavar as mãos e ficar em casa passaram a ser as recomendações mais ouvidas. E porquê? Porque as nossas mãos são um veículo para a propagação do vírus, se evitarmos aglomerados de gente e saídas desnecessárias vamos estar a contribuir para quebrar cadeias de transmissão do vírus e dessa forma travar a sua propagação. Por isso, fiquem em casa! Saiam só para o indispensável, como as idas ao supermercado. Mas atenção, não sejam egoístas, não tragam para casa grandes quantidades de coisas, que podem estragar-se entretanto e o mais importante de tudo, pensem que há outras pessoas que querem comprar também. 
Outro fator importante é não darmos crédito a falsas notícias que só tem como objetivo espalhar o pânico. As notícias falsas são uma praga tão grande quanto o vírus, com a agravante que propagam-se muito mais rápido e não há vacina que valha . 
E de repente temos tempo. Tempo para fazer coisas que devido ao nosso ritmo de vida, vamos adiando: ler aquele livro que temos vontade de ler há muito tempo; reler aquele livro que tanto gostamos; ver aquela série ou filme que ainda não tivemos tempo para ver; arrumar aquele armário que tantas vezes pensamos que precisa de ser arrumado; para deitar fora coisas desnecessárias que estão a ocupar espaço; para jogar jogos que não jogamos há muito tempo; para refletir sobre nós e aqueles projetos que queremos por em prática mas que ainda não posemos; para falar, através das redes sociais com amigos e familiares; tempo para dedicarmos a nós e à casa. 
Às vezes penso que este vírus foi um plano da natureza para dizer-nos que temos de abrandar o ritmo das nossas vidas, para deixarmos o nosso planeta respirar. Já viram como sem as multidões a natureza tem se recomposto? 
Quanto a nós, façamos a nossa parte para em breve  podermos voltar a ter a liberdade de sair de casa a qualquer hora, conviver com os outros sem receio da proximidade, para termos as nossas vidas de volta. Até lá, protejam-se e protejam os vossos. Juntos venceremos este  inimigo invisível que é capaz de matar. 


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