sábado, 3 de outubro de 2020

Crónica e análise: FC Porto 2 – Marítimo 3

1 – Crónica

 

No final de tarde deste sábado o FC Porto recebeu o Marítimo, em jogo a contar para a 3ª jornada da I Liga. No final do encontro verificou-se a derrota dos Dragões por 2-3.

Para este encontro Sérgio Conceição apostou num onze composto por Diogo Costa; Manafá, Pepe, Mbemba e Alex Telles; Danilo, Sérgio Oliveira e Otávio; Corona, Marega e Luis Diaz.

O FC Porto começou o jogo com mais posse de bola, mas era necessário encontrar o caminho para a baliza. Ao minuto 12, o Marítimo chegou a marcar, contudo o golo foi anulado por fora de jogo. Este seria, no entanto, um primeiro aviso. É que ao minuto 24, os madeirenses colocaram-se em vantagem no marcador. Antes, minuto 14, Pepe ficou perto de dar a melhor sequência a um livre cobrado por Sérgio Oliveira. Ao minuto 38, Corona tentou a sorte, mas o guarda-redes adversário negou-lhe os festejos. Ao minuto 41, foi Manafá quem tentou marcar, mas estava lá, novamente, o guarda-redes maritimista. Ao minuto 42, Pepe repôs a igualdade no marcador.

O segundo tempo iniciou praticamente com a resposta dos visitantes. Ao minuto 52, o Marítimo voltou a marcar num lance em que a bola foi à barra da baliza à guarda de Diogo Costa e na recarga acabou por entrar. Este golo surgiu numa fase em que o FC Porto estava de olhos postos na baliza adversária à procura do segundo golo. Ao minuto 70, Corona rematou à barra e na recarga Sérgio Oliveira quase era feliz, não fosse um jogador do Marítimo ter tirado a bola sobre a linha, impedindo que esta transpusesse na totalidade a linha de golo. Na tentativa de colocar mais gente dentro da área maritimista, com o objetivo de aumentar as possibilidades de sucesso, Sérgio Conceição optou por retirar jogadores do setor mais recuado para colocar opções de ataque. Esta opção é arriscada, na medida em que deixa a defesa mais exposta. Ao minuto 83, Marega tentou marcar, mas o guarda-redes adversário não o permitiu. Ao minuto 85, foi Otávio quem tentou a sorte, mas também viu o guarda-redes do Marítimo levar a melhor. Os Dragões ainda beneficiaram de uma grande penalidade, ao minuto 88, mas Alex Telles viu travada pelo guarda-redes adversário. Já em período de compensação, minuto 94, o Marítimo aproveitou o espaço e em contra ataque, completamente contra a corrente do jogo, fez o terceiro golo. Já nos instantes finais, minuto 99, Otávio rematou de longe, a bola bateu no pé de um defesa contrário e acabou por entrar na baliza maritimista. Zé Luis ainda ficou perto de marcar, mas sem sucesso.

Com este resultado o FC Porto permanece com 6 pontos.

 

2 – Análise

 

Não se esperava um jogo fácil, é certo, mas esperava-se que os comandados de Sérgio Conceição transformassem as dificuldades em facilidades. Há jogos em que tudo corre mal a uma equipa e em que tudo corre bem a outra. Na minha perspetiva foi o que se passou hoje. O Marítimo montou uma estratégia defensiva e o FC Porto não a conseguiu desmontar. Depois os insolares aproveitaram para marcar nas oportunidades que dispuseram, foram eficazes. Não é novidade que os Dragões tem dificuldades em encontrar os caminhos para a baliza perante equipas que se fecham demasiado, mas tendo em conta a realidade do nosso campeonato, o melhor é arranjar um antídoto o mais rápido possível. Não dá para dizer que a derrota aconteceu por culpa de A, B ou C, na minha perspetiva a derrota aconteceu porque a defesa não foi suficientemente eficaz, porque o meio campo não desempenhou convenientemente o seu papel e porque o ataque não conseguiu concretizar. Basicamente a equipa não foi competente, inteligente e tranquila para encontrar as soluções para ultrapassar a muralha defensiva, depois com o passar do tempo e os golos adversários a surgirem contra a corrente do jogo, a ansiedade começou a crescer e começou a faltar a razão. Valeu Manafá, gostei da atitude proativa, pena que os colegas não conseguiram acompanhá-lo. Agora também é fácil dizer que o treinador poderia ter feito outras opções e podia… como por exemplo, talvez Taremi devia ter entrado do início em vez de luis diaz e este ter sido opção no segundo tempo, dessa forma poderia ter procurado desgastar a defesa maritimista, porque era obrigada a preocupar-se com dois homens na área e depois Diaz poderia procurar tirar partido da sua velocidade numa fase mais adiantada da partida. Poderia não ter resultado na mesma, mas também poderia ter resultado. São os ses que nunca vamos saber. As substituições de Manafá e Mbemba por opções de ataque foram arriscadas, mas era necessário arriscar. Gostaria, ainda, de deixar outra nota. No momento da grande penalidade, quando o guarda-redes do Marítimo provocou Alex Telles e embora o brasileiro tenha ignorado (e bem), na minha perspetiva deveriam ter trocado as voltas ao guarda-redes e ser outro jogador a converter a grande penalidade, por exemplo Fábio Vieira ou Marega. Quanto ao antijogo que o Marítimo pôs em prática, tal como o fazem outras equipas do campeonato, é lamentável e cabe aos senhores árbitros travarem essa situação mostrando cartões amarelos ou compensando o tempo perdido com descontos, como aconteceu neste jogo. Pode ser que dessa forma as equipas comecem a perceber que não é por aí o caminho, não é assim que vão tornar-se mais competitivas.

Em suma, há jogos que correm mal e este foi um desses. Todas as equipas tem jogos assim ao longo do campeonato, porque, infelizmente, faz parte do futebol. Na época passada aconteceu à primeira jornada, esta época aconteceu à terceira jornada. A equipa tropeçou, mas a prova ainda vai no início. É o momento para rever atentamente este jogo, perceber o que não correu bem e refletir para encontrar as soluções. Agora para o campeonato para jogos das seleções, seria melhor o próximo jogo do campeonato ser o mais rápido possível, para cicatrizar mais rápido a ferida, mas é o calendário que temos. Que ninguém se lesione nas seleções é o que se deseja. Vamos Porto!

 

 

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