1 – Aqui está a antevisão de Sérgio Conceição da 7ª jornada da I Liga, frente ao Portimonense.
““NESTA CASA NINGUÉM FOGE À RESPONSABILIDADE”
Sérgio Conceição perspetivou a receção ao Portimonense, da sétima jornada do campeonato (domingo, 17h30)
O FC Porto volta a entrar em campo este domingo para disputar mais uma jornada na defesa do título nacional. A partir das 17h30 (Sport TV) tem início a sétima ronda da Liga NOS que opõe os campeões ao Portimonense no Estádio do Dragão. Em conferência de imprensa de antevisão do duelo com os algarvios, Sérgio Conceição começou por confirmar a ausência do lesionado Pepe, um atleta com “valores FC Porto” como “a ambição, a competência, a grande paixão que tem no trabalho diário e o espírito único de não estar satisfeito com o que já se conseguiu”. Sobre o adversário, o treinador dos Dragões relembrou as “muitas dificuldades” criadas pelo Portimonense na época transata, mas assegurou: “Estamos preparados para as diferentes situações, percebendo e sabendo o que eles podem fazer e o que nós devemos fazer para ganhar o jogo”. Depois de “uma vitória muito saborosa na Liga dos Campeões”, Sérgio Conceição lamentou o tratamento dado pelos órgãos de comunicação ao triunfo portista (3-0) sobre o Marselha e relembrou que “o estado alerta” da sua equipa “tem de estar sempre no máximo”, mesmo com o técnico a orientar o coletivo desde a bancada.
Feliz pela renovação do exemplar Pepe
“O Pepe está fora do jogo, não está disponível. Em relação à sua renovação, acho que é aplaudida por todos, pelos valores que o Pepe transmite. São valores FC Porto, no fundo. Como a ambição, a competência, a grande paixão que tem no trabalho diário e o espírito único de não estar satisfeito com o que já se conseguiu. Por isso estou muito satisfeito com a renovação do Pepe, acho que é uma situação normal e natural.
Preparados para as várias faces do Portimonense
“O Portimonense é um adversário que, já no ano passado, nos criou muitas dificuldades no Dragão com este mesmo treinador. Lembro-me perfeitamente de ganharmos 1-0 a acabar o jogo. É uma equipa que tem sempre boas individualidades, com um coletivo interessante, e que vai querer fazer o seu jogo. Vamos ver de que forma se vão apresentar aqui, estou a falar em termos estruturais. Estamos preparados para duas situações. Têm utilizado mais uma do que outra, a outra só foi utilizada no início, contra o Sporting, depois utilizaram sempre o 3-4-3, ou 5-4-1 a defender. Estamos preparados para as diferentes situações, percebendo e sabendo o que eles podem fazer e o que nós devemos fazer para ganhar o jogo.”
Manobras de diversão para não se falar do FC Porto europeu
“A semana toda foi a falar na tal expulsão, esqueceram-se de dar mérito ao Paços de Ferreira, ao Boavista… Se calhar era essa a intenção. Esqueceram-se da grande vitória europeia que o FC Porto teve e que, infelizmente, as outras equipas portuguesas não tiveram. Isso não foi nada realçado, não foi nada falado na televisão. O que foi falado foi a reação do árbitro, a forma de caminhar do Sérgio Conceição. Não sei o que dizer sobre o que não se passou e o que veio à berlinda e não se falou. Foi com a intenção, com certeza, de não se falar do FC Porto que, tirando os campeonatos mais fortes, os chamados big five, é a primeira equipa do ranking da UEFA. Tivemos mais uma vitória muito saborosa na Liga dos Campeões que não foi nada falada. Houve equipas portuguesas a jogar, a não conseguirem resultados positivos e não ouvi falar muito. Mas ouviu-se sempre falar de Paços de Ferreira, dos erros do Nuno Almeida como se o FC Porto tivesse conquistado três pontos. Vou relembrar que nós perdemos e foi talvez dos jogos mais falados de sempre do campeonato português. No final, como faço sempre, vou cumprimentar o árbitro e não lhe disse absolutamente nada, virei as costas e há um comentário a dizer que a minha cara era sempre a mesma. Voltei para trás, antes de começar a falar vejo amarelo e pergunto o porquê do amarelo. Eu queria falar dos quatro minutos, está nas imagens, e nesse momento levo o vermelho. A partir daí é inacreditável e ridículo. Se me perguntarem se houve outras situações em que merecia ser expulso e não fui, houve. Mas houve também situações em que fui expulso e que me senti verdadeiramente injustiçado. Lembro-me de ter sido expulso por festejar efusivamente um golo, quando estava no Olhanense, fui expulso por ultrapassar a área técnica, mas, para mim, esta foi a mais ridícula. Das duas uma: ou eu tenho que usar máscara e óculos para cumprimentar os árbitros ou não posso mais cumprimentar os árbitros. Porque um simples olhar e uma cara pesada, porque tinha perdido e sabia da prestação pouco competente da minha equipa, faz com que seja expulso. Para acabar com o tema, fui chamado pelo árbitro, acompanhado pelo engenheiro Luís Gonçalves, e nesse momento entra também o delegado da Liga. Eu pergunto porque é que me expulsou, e o árbitro diz que me expulsou não pelo que eu disse ou por ter faltado ao respeito, mas pela minha cara. Isto toda a gente ouviu, a partir daqui não quero entrar em pormenores nem o vou fazer. Para mim é um assunto encerrado, tudo aquilo que possam dizer na televisão e as horas que têm para mim… Isso é que é verdadeiramente grave, porque não se fala de outras situações atuais do futebol português e vão sempre pegar e massacrar aquilo que lhes convém. Muitos dos paineleiros depois do jantar têm essa facilidade em fazê-lo, outros pela clubite aguda que existe. Se me pagassem para ir para uma televisão e necessitasse muito do dinheiro, preferia andar nas obras de manhã à noite do que fazer as figuras que alguns fazem na televisão. Julgar as decisões do treinador tudo bem, falarem no homem é que eu não admito, porque não conheço muitas daquelas pessoas que falam sobre mim e eu exijo esse respeito.”
Trabalho durante a pausa para seleções
“Não vou ter jogadores. A minha vontade é essa, mas fico com poucos jogadores. Mas, com os que fico e com os que são novos no clube, iremos trabalhar muitas das coisas que não tivemos tempo de trabalhar neste período de grande densidade competitiva. Isso vai ser feito, sim.”
Troca de chips
“Não são só os jogadores, é todo o ambiente. Foi um jogo, naturalmente, mais mediático do que outros. Isso faz parte do nosso trabalho. Aconteceu um mau jogo contra o Paços de Ferreira, talvez o pior da minha carreira como treinador, já tive oportunidade de dizer isto aos jogadores. Mas estes tropeções, infelizmente, acontecem. Não há nada a fazer, é olhar para o que devíamos ter feito nessa mudança de chip, nesse estado de espírito e de alerta que tem de estar sempre no máximo. Temos de estar sempre desconfiados do poderio do adversário e isso não é só um trabalho dos jogadores, é um trabalho do treinador também, é um trabalho de todas as pessoas que envolvem uma equipa profissional de futebol e todos têm a sua responsabilidade. Quando chego aqui e somos campeões falo desde o cortador da relva até ao presidente. Quando perdemos também tem de ser assim, todos têm de assumir a culpa no cartório por essa mesma derrota. E nesta casa ninguém foge à responsabilidade.”
Liderança da equipa longe do banco
“Isto é como aqueles casais que se conhecem há algum tempo, apreciam o silêncio, e às vezes através um simples olhar já sabemos o que é que o outro tem de fazer no treino, se há uma palavra a mais ou a menos de quem está a liderar um determinado exercício. O conhecimento é grande, o Vítor Bruno está completamente dentro das minhas ideias, eu conheço-o muito bem, ele conhece-me a mim. Vai ser um dos futuros grandes treinadores, assim com o Dembelé o poderá ser se assim entender. O fisiologista é um bocadinho mais fraquinho no futebol, mas é muito importante na capacidade física dos jogadores, a que eu também dou muita importância e o Figueiredo, que infelizmente ainda não está connosco. Por isso é que se chama equipa, quando o FC Porto ganha não foi o Sérgio Conceição, foi a equipa técnica onde trabalham muitos departamentos que são importantes. Nós temos a nossa equipa técnica que também é importante nestes êxitos que queremos alcançar. Eu estou em comunicação, nesse sentido não há problema absolutamente nenhum. Até porque, infelizmente, já estamos habituados. A coisa boa disto é que não me podem expulsar do Dragão, da bancada. Só se for o presidente a dizer-me que já estou a fazer barulho a mais e me disser «vai-te embora daqui». Depende da forma como vou olhar para ele. Mas como olho sempre com grande ternura e carinho para o presidente, penso que ele não me vai expulsar.”
Sempre ligados
“A minha equipa tem que ser tão fiável como o JN nas notícias que faz sobre o FC Porto, porque o JN é muito credível nas notícias do FC Porto. Se o FC Porto for tão fiável como o JN nas notícias que dá, eu estou descansado. A maior parte das vezes que cheguei aqui atrasado houve um pedido de desculpas e uma justificação do pouco tempo de trabalho e de muita gente ter chegado de novo com pouco tempo entre jogos. Entramos sempre ligados e que estejamos sempre ligados como o senhor está aí nessa cadeira. Eu espero um Portimonense pelo menos tão malandro como a sua pergunta.”
Sarr e Zaidu
“Entraram muito bem, estão bem e vão estando cada vez melhor. O Sarr jogou numa posição confortável em Manchester, porque em França jogou numa linha de cinco, com três centrais e ele sobre a esquerda. O Zaidu tem um potencial enorme, é preciso trabalhar alguns aspetos menos bons, mas isso faz parte da evolução. É um jogador jovem, assim como o Sarr, e que tem algo para dar ao FC Porto, tal como todos os outros.””
Em
3 – O meu palpite para a equipa titular é:
Marchesin; Manafá, Mbemba, Sarr e Zaidu; Sérgio Oliveira, Fábio Vieira e Otávio; Corona, Marega e Luis Diaz.
3 – Sobre o jogo
Não se espera um jogo fácil, mas espera-se que os comandados de Sérgio Conceição transformem as dificuldades em facilidades. Para tal espera-se um FC Porto competente; concentrado; coeso; confiante; determinado; empenhado; ambicioso; motivado; rigoroso; sólido; solidário; unido; e eficaz tanto a defender como a atacar.
Força FC Porto!
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