quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

História dos Estádios

CAMPO DA RAINHA

No dealbar do século XX, o Campo da Rua da Rainha, mais tarde rebaptizada Rua Antero de Quental, foi o recinto onde jogou o FC Porto renovado por José Monteiro
da Costa. Aproveitando o auxílio do pai, Jerónimo, o líder azul e branco deu forma a uma iniciativa pioneira no país, arrelvando um rectângulo com as medidas
oficiais de jogo, ladeado por fileiras de bancos de tijolo que podiam acomodar cerca de seiscentos espectadores. As instalações comportavam ainda um vestiário,
um balneário com três chuveiros e dois lavatórios, um bufete, um ginásio exterior e uma majestosa tribuna destinada aos convidados de honra.

Inaugurado com solenidade num jogo de demonstração entre o FC Porto e os ingleses do The Boavista Footballers, o Campo da Rainha foi palco da primeira vitória
azul e branca frente a um adversário estrangeiro, o Real Fortuna de Vigo, batido por 4-1, em 1911.

CAMPO DA CONSTITUIÇÃO

Mediante o pagamento de um aluguer anual de 350$00, o Campo da Constituição sucedeu, em 1913, ao Campo da Rainha. Inaugurado com um match entre o FC Porto
e o Oporto Cricket and Lawn Tennis Club, tornou-se a casa dos jogos dos «Regionais» e dos «Nacionais», disputados num pelado entre dois «peões» e atraindo
um número sempre crescente de adeptos. A afluência obrigou inclusivamente, em 1939, a importantes obras de remodelação, que fizeram crescer novas bancadas
e dezenas de camarotes. A lotação era largamente excedida nos dias de grandes desafios, a ponto de se tornarem normais as interrupções devido ao público
que transbordava para o campo de jogo.

O Campo da Constituição albergou, além do futebol, partidas de Andebol de Onze, de Hóquei em Campo e provas de Atletismo.

CAMPO DO AMEAL

Propriedade do Club Sport Progresso ? colectividade da freguesia de Paranhos ? foi utilizado pelo FC Porto em vários jogos, nas décadas de 1920 e 1930.
O Amial, como então se escrevia, era um dos mais bonitos recintos desportivos da época, com modelares balneários e um relógio monumental, tendo igualmente
servido de palco para jogos da selecção portuguesa. Foi ganhando o seu espaço na história portista à medida que o Campo da Constituição se revelava demasiado
exíguo para a afluência crescente de adeptos aos grandes desafios. Até à realização do sonho do Estádio das Antas, o Campo do Ameal partilhou momentos
de glória azul e branca com o Estádio do Lima.

ESTÁDIO DO LIMA

Recinto multidisciplinar, propriedade do Académico FC, o Estádio do Lima contava nas suas valências com bancada central coberta, bancada de cimento no topo
Norte, zonas de «peão», pistas de atletismo, de ciclismo e campo de basquetebol, para além de um pavilhão. Face às condições precárias do Campo da Constituição,
o Lima foi utilizado para jogos do FC Porto em diversas ocasiões, sobretudo na década de 1940. De entre os encontros particulares aqui disputados, destaca-se
o jogo entre FC Porto e Arsenal, em 1948, que terminou com um triunfo portista por 3-2.

ESTÁDIO DAS ANTAS

Inaugurado em Maio de 1952, o Estádio das Antas ? obra dos arquitectos Oldemiro Carneiro e Aires de Sá ? foi durante mais de meio século um monumento de
referência da cidade e da região. Sonho persistente e acarinhado ao longo dos anos pelos adeptos azuis e brancos, cresceu com o tempo e implantou-se em
definitivo na zona que lhe ofereceu o epíteto, já que a sua designação oficial era Estádio do Futebol Clube do Porto. Com o passar do tempo, mudou de aparência
várias vezes, ganhando lugares e uma arquibancada, tal como o relvado rebaixado, e a zona envolvente dotou-se de campos de treino, pavilhões gimnodesportivos,
piscina coberta, uma Sala de Bingo e, posteriormente, de uma renovada e ampliada área administrativa, que se instalou na emblemática Torre das Antas. Dos
incontáveis momentos de glória portista vividos ao longo dos anos, sobressaem vitórias internacionais, celebrações de conquistas (algumas inéditas no futebol
português), ciclos triunfais e instantes de apoteose que atribuíram ao recinto uma aura mítica, que resiste na memória de todos quantos testemunharam o
processo que conduziu o Dragão ao mais elevado estatuto desportivo europeu e mundial.

ESTÁDIO DO DRAGÃO

A força da modernidade tornou imperioso um novo passo no enriquecimento patrimonial do FC Porto, dotando-o de um estádio moderno, mais funcional, mais cómodo
e melhor ajustado às exigências do futebol ao mais alto nível e da excelência indissociável do historial portista. A realização do Euro 2004 proporcionou
a mudança e o Dragão, obra da autoria do arquitecto Manuel Salgado, nasceu, localizado um pouco abaixo daquele que, com respeito pelo passado e orgulho
no presente, substituiu enquanto palco da distinção azul e branca. Com capacidade para 50.399 espectadores, dotado de valências únicas que, enriquecidas
pela colocação de espaços verdes e pela reestruturação das vias anexas ao complexo desportivo, residencial e comercial, materializam uma nova centralidade
na cidade do Porto, o Dragão afirma-se como ponto de referência desportivo e cultural da cidade e da região. A cerimónia inaugural ocorreu a 16 de Novembro
de 2003, tendo como instante maior o encontro particular entre o FC Porto e o convidado de honra Barcelona, que terminou com vitória azul e branca por
2-0. Posteriormente, o Estádio do Dragão acolheu o jogo de abertura do Euro 2004, discutido entre as selecções de Portugal e da Grécia, e foi palco da
deslumbrante caminhada portista rumo à conquista da Europa, na época 2003/04.

From:

www.fcporto.pt

2 comentários:

dragao vila pouca disse...

Ora aí esta um belo pedaço da nossa história para memória futura...

Beijinhos

Silvestre disse...

Bom dia Ana
Grande recolha sobre os palcos da nossa caminhada centenaria "a vencer desde 1893". Claro que só tive o previlégio de estar nas Antas e no Dragão. As Antas havia uma mística fantástica e os adversários temiam jogar lá, mas o Dragão é fantástico, verdadeiramente uma obra de arte, um palco de campeões. parabéns pelo trabalho.
Saudações