sexta-feira, 30 de junho de 2017

A Não Aposta na Formação



Então não era para apostar na formação? Pelo menos foi esta a ideia com que fiquei no final da época 2015-2016, quando Pinto da Costa deu uma entrevista ao Porto Canal, em que fez o diagnóstico e apontou as soluções. Até nessa altura sobrou a ideia de que Rúben Neves era o símbolo dessa aposta. Mas hoje penso que talvez não era nada disto e eu percebi mal.
Sei que a minha opinião conta 0, mas ainda assim vou dizer o que penso sobre este assunto. Gostava de ver mais aposta na formação, acrescentando jogadores experientes e vindos de outras paragens. Mas em vez disso, estou a assistir, quase incrédula, à saída de jogadores da formação, jogadores que, julgava eu, teriam condições para ser aposta no plantel principal e uma aposta para os próximos anos. E neste contexto divido em dois grupos: os que pertenceram na época anterior ao plantel da equipa B e os que já faziam parte da equipa principal.
No primeiro grupo incluiria os casos de, por exemplo, Francisco Ramos e Tomás Podstawski, dois atletas da formação, que fizeram parte do plantel da Equipa B que, tão superiormente, venceu a II Liga na época 2015-2016. Se iam ou não ser titulares indiscutíveis isso já seria outra questão, mas pelo menos iam ter a oportunidade de lá estar. Ainda assim, percebia os empréstimos destes dois atletas a equipas onde pudessem ganhar experiência e minutos – tal como aconteceu com, por exemplo, Rafa Soares, emprestado ao Rio Ave e que terá a oportunidade de fazer a pré-época com o plantel principal, tendo, assim, a oportunidade de lutar por um lugar - mas custa-me perceber como é que o FC Porto apenas ficou com metade do passe de cada um deles.
No segundo grupo incluiria, pois claro, André Silva e Ruben Neves. O primeiro, infelizmente, já foi transferido e o segundo, tendo em conta informações do jornal OJOGO, pode ser transferido ainda hoje. Não concordei com a saída de André, tal como não concordo com a saída de Ruben, caso se venha, de facto, a concretizar. É que se a ideia é ter no plantel alguém que transporte a tão falada mística não faz sentido que se deixe sair já alguém que a tem. Sobretudo sendo um jogador tão jovem e com margem de progressão. Para além disso, deverá ser muito provável que Danilo, infelizmente, saia e, nesse caso, haveria espaço para Ruben conquistar o seu lugar.
Estando de fora e observando estas quatro situações, para além de achar que o FC Porto está a dar tiros nos pés ao desfazer-se de jogadores produto da sua formação que, juntos, venceram títulos nos escalões por onde passaram e que se conhecem bem, surgem-me algumas questões: Como é que se pode querer que os atletas da formação que transitam dos sub19 para a equipa B acreditem que o objetivo da equipa principal está ali tão perto, se depois não vêm concretizar-se as apostas na formação? Como se pode esperar que a mística surja no plantel da equipa principal se os portadores são a prioridade para as vendas?
Estou, de facto, preocupada com esta situação e não estou a ver com bons olhos estas movimentações de mercado.



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