terça-feira, 9 de junho de 2020

Antevisão da 26ª Jornada da I Liga


1 – Aqui está a antevisão de Sérgio Conceição da 26ª jornada da I Liga, frente ao Marítimo.

“"OS ADEPTOS SÃO UMA MAIS-VALIA. É UMA GRANDE PERDA PARA NÓS"
Na antevisão da receção ao Marítimo, Sérgio Conceição lamentou a ausência do Mar Azul no Estádio do Dragão
Findo o treino matinal desta terça-feira, Sérgio Conceição marcou presença na conferência de imprensa de antevisão do embate entre o FC Porto e o Marítimo (10 de junho, 21h30, Sport TV). O técnico portista teceu críticas à arbitragem da jornada anterior, em Famalicão, e falou no elemento em falta no regresso ao Estádio do Dragão: o Mar Azul. “O público é sempre uma mais-valia, os adeptos são uma mais valia. E os nossos, que nós conhecemos pela forma como se manifestam durante o jogo todo, são verdadeiramente uma perda grande para nós, grupo de trabalho. Mas isso é a realidade, temos que a aceitar. Se me perguntar, a mim, se há condições para meter público nos estádios, eu acho que sim”, afirmou o treinador dos Dragões.
Preparação não muda, estado de espírito sim
“Aquilo que muda normalmente é o estado de espírito. A preparação do jogo faz-se sempre da mesma forma, da forma profissional e dedicada como fazemos sempre. Esta semana foi exatamente isso que aconteceu. Preparar o jogo da melhor forma para ganhar.”
Força do associativismo portista é a base de qualquer grande clube
“Tenho que fazer uma nota importante, porque houve eleições no clube. Primeiro, dar os parabéns aos sócios, pelo número de sócios que foram votar. É bem demonstrativo da vida e força e do associativismo que o FC Porto tem. Isso é a base de qualquer grande clube. Depois, dar os parabéns aos três candidatos pela coragem que tiveram, especialmente aos outros dois que não o nosso presidente, em avançar com novas ideias e pensamentos diferentes. São sempre bons de ouvir. A última palavra, é sempre importante a continuidade do nosso presidente naquilo que é, em termos de referência, não só para nós FC Porto, mas também para o futebol mundial. É o presidente mais titulado do mundo, com uma capacidade e uma inteligência fora do normal. Estamos a falar do maior dirigente de sempre, na minha opinião. Depois, esperar que eu possa ajudar, este ano, eu e a equipa, a que possamos enriquecer, no fundo, o museu com mais dois títulos que é aquilo que nós queremos. Eu fui sempre a favor do que fosse para dar qualidade ao jogo em termos de regras que se poderiam introduzir para que essa qualidade, e quando falo de qualidade falo de frescura, velocidade, intensidade, para que o jogo seja sempre atrativo. Eu falei, na última antevisão que fiz, antes do jogo em Famalicão, que tínhamos de estar atentos ao timing, não sei se se recordam. Eu acho que fazer 25 jornadas e, à 26.ª, a nove jornadas do fim, introduzir uma nova regra… Não sei se será benéfico neste momento. Mas isso é só a minha humilde opinião. Que será bom para o futebol no futuro? Sem dúvida absolutamente nenhuma e estou completamente de acordo e a favor.”
Contrato não é importante, só a comunhão de ideias
“Estamos sempre a falar da mesma coisa: do contrato, do treinador… Eu tenho contrato, ponto. O mais importante não é o contrato, o presidente sabe bem aquilo que eu penso e a comunhão de ideias que existem entre nós, equipa técnica, e entre mim e o presidente. Por isso nem vale a pena falar. Em relação àquilo que é a minha opinião sobre a formação, já tive oportunidade de falar um bocadinho com o Fernando Gomes, obviamente que as minhas ideias, aquilo que eu penso sobre o que se poderá fazer em relação a melhorar e a tornar o FC Porto mais forte, eu estou aqui para dar a minha opinião, dentro da importância que poderei ter para as pessoas que as quiserem ouvir. A partir desse momento, o meu foco principal é o jogo de amanhã e o resto do campeonato. Isso é que interessa neste momento.”
Marítimo é equipa bem orientada e muito capaz
“Em relação ao Marítimo, vocês recordam-se do nosso primeiro jogo. Agora, orientado por um treinador diferente, os jogadores são praticamente os mesmos, com qualidade individual. É uma equipa que, neste momento, penso que está muito bem orientada e entregue. É uma equipa muito capaz. Por isso, espera-nos um jogo difícil, como são todos os jogos do campeonato, e cabe-nos a nós ter a responsabilidade de assumir que temos que o ganhar. Num ambiente, como vocês sabem e foi repetido várias vezes por muita gente, um ambiente diferente, estranho, onde falta o tal condimento que será o público. Que é sempre extremamente importante e que dá, verdadeiramente, e cria uma atmosfera única num estádio de futebol. Estamos todos a aprender com isso, é tudo novo para toda a gente. Não é só para o FC Porto, é para todas as equipas e intervenientes no próprio jogo, e temos de lidar com eles. É desta forma que temos de olhar para isso. Em relação ao Nakajima já falei na semana passada, e volto a frisar, é um assunto da direção. Não tem a ver com a equipa, e com equipa estou a falar do grupo, neste momento.”
Jogar sem o Mar Azul será uma grande perda
“As equipas teoricamente mais fortes acabam por ter o favoritismo, mas isso também acontecia quando havia público. Depois é preciso demonstrar o favoritismo durante 90 e poucos minutos. Agora é exatamente o mesmo. Eu acredito que as equipas, e dou o exemplo do jogo de amanhã, entrarem com 45 ou 50 mil pessoas a apoiar, um jogador que joga numa equipa teoricamente inferior à do FC Porto, do mesmo nível ou superior, na Liga dos Campeões, entrar sem público é sempre diferente. O público é sempre uma mais-valia, os adeptos são uma mais-valia. E os nossos, que nós conhecemos pela forma como se manifestam durante o jogo todo, são verdadeiramente uma perda grande para nós, grupo de trabalho. Mas isso é a realidade, temos que a aceitar. Se me perguntar, a mim, se há condições para meter público nos estádios, eu acho que sim. Mas isso já entrava aqui noutra discussão e eu não me quero desviar daquilo que é o principal, que é o jogo de amanhã, onde lamentamos a falta de público mas temos de jogar sem ele.”
Jornada passada foi infeliz para os árbitros
“Os deslizes dos jogadores… Eu também tenho deslizes como treinador, equivoco-me algumas vezes no onze inicial. Depois do jogo tenho sensações um bocadinho diferentes, mas isso é fácil. Naquele momento estou, certamente, a fazer o melhor quando faço o meu onze, quando levo determinados jogadores para o banco e faço determinadas substituições. Jogamos contra adversários que têm qualidade, também, que são orientados por equipas técnicas competentes. E depois há erros, a vida é feita de erros. A forma como nós olhamos para os erros e como nos levantamos a partir desses erros, isso é que é importante e de ressalvar. Eu ouvi uma ou outra crítica porque desejei felicidade aos árbitros, e ouvi dizer que os árbitros não precisam de ser felizes, precisam de ser competentes. Hoje, realmente estou de acordo com isso. Se forem competentes e felizes, melhor ainda. Mas penso que tivemos uma jornada não muito feliz naquilo que foi a arbitragem. E não muito competente, já agora.”
Cartões aos adversários no tempo de compensação é perder mais tempo
“É um ambiente todo novo e diferente. É aquilo que eu estava a dizer há pouco: os jogos à porta fechada fazem-me lembrar os jogos de pré-época, quando nós defrontamos equipas quando o nosso nível de competitividade ainda é baixo. Defrontamos equipas de terceira divisão, segunda divisão, e por aí fora. E vamo-nos apercebendo que é difícil jogar contra um adversário onde o ambiente e a atmosfera é completamente diferente daquilo que os jogadores estavam habituados durante anos. E depois há muitas coisas a interferir naquilo que é uma equipa que está à procura do resultado e uma que está na expectativa para conseguir um bom resultado. E muitas vezes um bom resultado se calhar é um empate. Ainda agora, no último jogo, eu fiquei a olhar para o lado, porque entretanto saiu uma bola pela linha lateral, perto do banco, e eu não via… E depois até fiquei meio aborrecido e chateado com um senhor do Famalicão porque estavam duas bolas ao pé dele e ele não deu nenhuma. Eu depois percebi que os apanha-bolas estão distanciados entre 75 e 100 metros. São quatro apanha-bolas num estádio de futebol, quer dizer, vejam o tempo que não se perde numa reposição em jogo pela linha lateral. Eu digo já, e faço um pedido a todos os árbitros com a minha equipa: eu não quero cartões amarelos ao guarda redes adversário aos 92 minutos. Não quero, é perder tempo. Muitas vezes há coisas que acontecem num jogo de futebol que, para aquilo que é o público em geral, olham para um penálti, olham para uma situação… Mas há situações dentro do próprio jogo, que não são tão evidentes, mas são mais graves. Três jogadores do Famalicão deveriam ter sido expulsos e ninguém fala disso praticamente. O central faz uma falta aos três minutos, salvo erro, e aos quatro minutos o Tiquinho é agarrado à entrada da área e foi falta contra nós. O lateral esquerdo via o segundo amarelo por um puxão ao Otávio e a seguir, e bem, o João Pedro Sousa tirou-o do jogo. Era o segundo amarelo. Depois eu vejo no jornal, e na rádio, as pontuações dos árbitros e o nosso árbitro teve infelicidade, e pouca competência, e na pontuação era o último, salvo erro. Depois dizem que era um penálti para o FC Porto, outro para o Famalicão, admito que sim. Se calhar dois, ou três, para o FC Porto e um para o Famalicão, admito que sim. Depois dizem «lá está ele a falar porque perdeu», não tem nada a ver com isso. Há muitas situações, e pegando naquilo que me perguntou diretamente, nesta forma diferente de olhar para o futebol e para as equipas que teoricamente entram para o jogo e são de um nível diferente dos chamados grandes, que lutam por objetivos diferentes. Temos que ver que tudo isto vai complicar o que é o jogo, vai complicar o andamento, a intensidade do próprio jogo. Não quero acreditar que seis substituições que se façam, o médico a entrar uma ou duas vezes no campo, com toda a dificuldade de apanha-bolas… Haver cinco minutos, três minutos, quatro minutos de descontos no final do jogo, acho que é pouco. Isto tudo torna o jogo difícil para quem tem as despesas do jogo e quer ir à procura do único resultado que nos interessa, que é a vitória.”
Otávio ausente por castigo, Alex Telles de regresso
“Está de fora o Otávio, esteve o Alex, e eu sempre digo que nós temos um grupo competitivo, que me dá garantias. Não estão uns, estão outros. Queria contar com todos, é verdade, mas infelizmente não podemos. É com aqueles que temos à disposição que vamos, com certeza, dar uma boa resposta e ganhar o jogo amanhã.””

Em

2 – O meu palpite para a equipa titular é:
Marchesin; Corona, Diogo Leite, Mbemba e Alex Telles; Danilo, Sérgio Oliveira e Romário Baró; Luis Diaz, Fábio Silva e Marega.

3 – Sobre o jogo
Não se espera um jogo fácil, mas espera-se que os comandados de Sérgio Conceição transformem as dificuldades em facilidades. Para tal espera-se um FC Porto competente; concentrado; coeso; confiante; determinado; ambicioso; rigoroso; empenhado; motivado; unido; sólido; solidário; e eficaz tanto a defender como a atacar.
Força FC Porto!

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