Aqui está a antevisão de Vítor Pereira do jogo da sétima
jornada da liga, frente ao Estoril praia.
“"Queremos manter-nos na frente na Champions e no
campeonato"
Vítor Pereira teve, esta sexta-feira, uma conversa franca
com os jornalistas, na conferência de imprensa de antevisão da deslocação ao
Estoril (domingo, 20h15). O técnico abordou a possível estratégia do adversário
e as dificuldades provocadas pelo calendário, mas a ideia forte foi outra: o FC
Porto não quer abdicar do raro estatuto de liderar o grupo da Champions e a
Liga portuguesa.
Que comentário lhe merece o jogo 1000 do presidente Pinto da
Costa?
Mais do que o jogo 1000, importa falar de um presidente com
muitas conquistas acumuladas. Se fosse o jogo 1000 sem conquistas, este número
não teria valor. É uma marca que apraz registar.
Que tipo de jogo espera no Estoril?
A ideia que tenho de equipas como Estoril, Rio Ave e Gil
Vicente ilustra aquilo que são as qualidades do treinador português e das
equipas portuguesas de média qualidade. São formações com treinadores astutos
na forma como abordam o jogo: defendem bem, de forma organizada, com muita
entreajuda quando defrontam equipas de nível superior. A qualidade das acções
ofensivas centra-se no momento da transição: algumas têm jogadores que exploram
melhor esses momentos e que têm mais critério quando recuperam a bola. Para
além disso, aproveitam os lances de bola parada. São argumentos válidos para
conquistar pontos, porque quem for demagógico e não os apresentar geralmente
não sobrevive. Refiro-me ao Rio Ave e Gil Vicente porque foram equipas que nos
retiraram pontos com esses argumentos. As nossas armas são a agressividade
defensiva e ofensiva e o controle dos momentos de perda de bola. É importante
saber controlar a profundidade, imprimir um ritmo forte na circulação de bola e
criar situações de ruptura, um contra um e tabelas. São essas situações que nos
permitem entrar nestas defesas compactas. Não é com um jogo lento e denunciado
que se consegue desestruturar e encontrar situações de penetração em equipas
que se organizam da forma como o Estoril se deve apresentar. O campo do Estoril
também não é como o do Dragão e isso cria algumas dificuldades.
Não há o perigo da equipa procurar o controlo depois do 1-0
e depois sofrer com isso?
Todos temos consciência, como equipa, de que para vencer
adversários
como o Estoril, em sua casa, temos de estar ao nosso melhor
nível. Muitas vezes, somos nós que subentendemos a gestão e o controlo; não
admitimos que o adversário nos obrigou a jogar assim. A gestão e o controlo
podem não ser demérito da nossa equipa e sim mérito do adversário. Noutras
situações, baixar o ritmo permite ao adversário chegar sempre a tempo no fecho
dos espaços, interceptar bolas que não deveria e ganhar confiança em
determinados momentos. Foi isso que aconteceu com Gil Vicente e Rio Ave.
É ingrato trabalhar numa grande equipa durante a paragem das
selecções?
Posso fazer-vos um retrato: trabalhamos com seis, sete ou
oito jogadores e com alguns atletas da nossa equipa B. Os espaços reduzem-se. O
ritmo que uma competição exigente nos dá é muito diferente, apesar de
treinarmos com intensidade e competitividade. Os factores motivacionais também
caem, porque há algum relaxamento. Nas selecções, aqueles que jogam mantêm
algum ritmo, mas num contexto diferente. Depois, há aqueles que vão, não jogam
e fazem dois ou três treinos, com a intensidade que se exige, durante duas
semanas e meia. Não é fácil "cair" na Liga dos Campeões e manter o
mesmo nível que vínhamos a demonstrar, durante 90 minutos.
É preciso repensar os calendários?
Sinceramente, julgo que sim.
O que tem sido mais agradável na equipa esta época, em
comparação com o ano passado?
Tenho sentido uma equipa do ponto de vista afectivo mais
ligada e uma receptividade ao trabalho ainda maior. Tudo isso contribui para
nos mantermos no lote estrito de equipas que comandam os seus grupos na Liga
dos Campeões mas também os respectivos campeonatos. Comandar na Champions sem
comandar no campeonato não nos deixaria satisfeitos. Vamos procurar
mantermo-nos assim.
Para além dos problemas das selecções e dos calendários, o
actual estado do relvado do Dragão também prejudica a equipa?
A empresa que trata do nosso relvado é a melhor que já tive oportunidade
de observar, mas tenho que admitir que no ano passado tínhamos um relvado de
altíssimo nível e este ano há dificuldades. Para um jogo rápido, de qualidade e
com mau tempo, não é uma situação fácil. Face ao tipo de dificuldades que os
adversários nos colocam no Dragão, seria preferível ter uma relva rápida e
consistente. Neste momento ainda não é possível, mas acredito que no futuro
isso ainda vai acontecer.
O que o desagradou tanto no jogo da Taça frente ao Santa
Eulália?
Não estou a fugir do jogo da Taça. Vou, com todo o gosto,
abordar o tema quando voltarmos à Taça, até para sublinhar o mérito do Santa Eulália.
A opinião que tinha sobre o Jackson tem sido excedida pela
positiva?
É preferível colocar-vos a questão, porque já o observava há
muito tempo. Estão surpreendidos? O que veio ele acrescentar ao nosso jogo? Eu
mantenho a mesma opinião sobre ele e já lá vão dois anos desde que o conheço.”
Em:
Aqui está a lista de convocados do treinador portista
Helton, Danilo, Lucho, Maicon, Castro, Iturbe, João
Moutinho, Jackson, James, Rolando, Varela, Mangala, Fabiano, Fernando, Atsu,
Kelvin, Otamendi e Defour.
O meu palpite para a equipa titular é:
Helton; Danilo, Maicon, Otamendi e Mangala; Fernando, João
Moutinho e Lucho; James, Jackson e Varela.