Ainda estou triste, ainda não digeri a derrota; hoje
recuso-me a ver noticiários ou programas onde pseudocomentadores desportivos
comentam táticas e afins. Ontem tentei ler os comentários de portistas a posts
escritos por outros portistas em blogs portistas. No entanto, confesso que
desisti a meio desse exercício. É que perante um mau resultado, é verdade foi
um mau resultado e não há nada a fazer para mudar isso, parece que o treinador
passou de bestial a besta. E o pior de tudo, todos os pessimistas saíram a rua
- não sei por onde andavam no final dos primeiros jogos da época, aqueles que
correram bem.
Ainda alguém se lembra da eliminatória da Liga dos Campeões
que o FC Porto jogou frente ao Lille? Pois bem, o treinador é o mesmo, os
jogadores também. Então se já confiaram e elogiaram, porque de repente parece
que o treinador já não presta e o plantel perdeu qualidades?
E claro, lá veio outra vez a história da rotatividade que
parece ser um problema grave. Pois bem, para mim que não sou, nem de perto nem
de longe especialista na matéria, digo apenas e só aquilo que me parece e que
para mim faz todo o sentido. O FC Porto tem um plantel recheado de bons
jogadores, muitos talentos que estão a se afirmar e prontos para crescer. A
equipa precisa do contributo de todos eles e, todos nós queremos que quando
seja necessário entrar alguém para substituir um lesionado ou castigado, faça o
melhor. Ora para tal acontecer, julgo que o melhor será o jogador jogar com
regularidade. Certo? Então a rotatividade não serve para isso?
Então proponho um exercício simples. Já repararam quantos
jogadores o treinador altera de um jogo para o outro? Não será que na maior
parte das vezes só alterna algumas unidades. Por exemplo, normalmente no meio,
nunca são diferentes os três elementos, apenas troca um deles, havendo elementos
que mantêm a titularidade, trocam apenas de posição; e no ataque, onde
normalmente alterna um elemento, sendo os outros dois fixos?
Então vejamos o onze dos últimos encontros:
Vitória de Guimarães 1 – FC Porto 1
Fabiano; Danilo, Maicon, Martins Indi e
José Ángel; Casemiro, Rúben Neves e Herrera; Quintero,
Jackson Martínez e Brahimi.
FC Porto 6 - BATE Borisov 0
Fabiano; Danilo, Maicon, Martins Indi e Alex Sandro;
Casemiro, Herrera e Brahimi; Quaresma, Jackson e Adrián López.
Comparando estas duas opções, verifica-se uma alteração na
defesa; uma alteração no meio campo, sendo que no segundo exemplo saíu Ruben
Neves e Brahimi trocou de posição;
relativamente ao ataque, Jackson é o elemento comum às duas constituições,
alterando os outros dois elementos do ataque.
FC Porto 0 – Boavista 0
Andrés Fernández; Danilo, Maicon, Marcano e José Ángel;
Rúben Neves, Herrera e Evandro; Tello, Jackson e Brahimi.
Comparando este onze com o anterior, verifica-se uma
alteração na baliza; duas alterações na defesa; no meio campo Herrera manteve a
titularidade, verificando-se duas alterações; Relativamente ao ataque, Jackson manteve
a titularidade, Brahimi alterou a posição em campo e Quaresma deu o lugar a
tello, e Adrián López saiu do xadrez.
Sporting 1 – FC Porto 1
Fabiano; Danilo, Marcano, Martins Indi e Alex Sandro;
Casemiro, Ruben Neves e Herrera; Quaresma, Jackson e Brahimi.
Comparando este onze com o anterior, Fabiano voltou à baliza;
na defesa houve duas alterações; no meio houve uma alteração; e, relativamente
ao ataque, houve apenas uma alteração.
SHAKHTAR DONETSK 2 – FC Porto 2
Fabiano; Danilo, Maicon, Martins Indi e Alex Sandro;
Marcano, Herrera e Óliver; Brahimi, Aboubakar e Tello.
Comparando este onze com o anterior, verifica-se uma
alteração na defesa; no meio campo houve duas alterações, sendo uma delas, Marcano,
alteração de posição; relativamente ao ataque, duas alterações.
FC Porto 2 – Sporting de Braga 1
Fabiano; Danilo, Maicon, Martins Indi e Alex
Sandro; Marcano, Herrera e Óliver ; Tello, Jackson e Brahimi
Comparando este onze com o anterior, na defesa não se
verifica qualquer alteração; bem como no meio campo; no ataque verifica-se
apenas uma alteração.
FC Porto 1 – Sporting 3
Andrés Fernández; Danilo, Maicon, Marcano e José Ángel;
Casemiro, Herrera e Óliver; Quintero, Jackson e Adrián López.
Por fim, comparando este onze com o anterior, na defesa
verifica-se três alterações, sendo uma delas na baliza; no meio campo verifica-se
uma alteração; e no ataque verifica-se duas alterações.
Posto isto, apesar de haver alterações constantes,
verifica-se que os jogadores que entram e saem são sempre os mesmos, ou seja,
Lopetegui tem um núcleo de jogadores que tem de estar sempre aptos a entrar a
qualquer momento. São eles: Fabiano, Andrés Fernández, Danilo, Maicon, Martins Indi,
Marcano, Alex Sandro, José Ángel, Casemiro, Ruben Neves, Herrera, Óliver, Evandro,
Quintero, Jackson, Tello, Quaresma, Adrián López, Aboubakar e Brahimi. Todos
eles jogadores com talento, todos eles potenciais titulares, todos eles com
qualidades e defeitos. Será mesmo que o maior problema está aqui?
Através dos dados expostos anteriormente, é possível analisá-los
de várias formas, optei por uma comparação direta, mas se alguém quiser fazer
outras análises comparativas está a vontade.
Os erros defensivos
Após o jogo com o Braga fiz um texto onde referi isto:
«Não gosto daquelas equipas que visitam o Dragão e que
irritantemente colocam o autocarro e o atrelado em frente da baliza. Dessa
forma a única estratégia de jogo que trazem é dificultar as manobras de ataque
adversárias. É uma estratégia como outra qualquer, dir-me-ão os defensores
deste estilo de jogo. De acordo. Mas a verdade é que estas equipas raramente
dão trabalho à defesa portista. Pelo contrário, as equipas que vem jogar ao
Dragão olhos nos olhos, para além de tornarem o jogo mais interessante, colocam
emoção e indefinição, o que obriga o FC Porto a trabalhar mais. São estes os
adversários que dão trabalho à defesa portista e que fazem com que se tornem
evidentes as fragilidades e os erros, tornando possível os corrigir. Por isso,
entendo que são estes os adversários que fazem com que a equipa evolua.»
Quantos adversários o FC Porto defrontou esta época que se
enquadram no segundo tipo de adversário anteriormente descrito? Sem muito
esforço conto 3: Sporting, Sporting de Braga e SHAKHTAR DONETSK. Sendo que
apenas dois deles já visitaram o Dragão, o Sporting e o Sporting de Braga. Fora
de casa mandam os adversários e é suposto que as dificuldades surjam Dir-me-ão que
são adversários suficientes para já se terem corrigido os erros. De acordo, mas
acrescento que entre o jogo do SHAKHTAR DONETSK e o Sporting de Braga, os dois
jogos onde os erros foram mais evidentes, houve apenas quatro treinos. Entre o
Jogo frente ao Braga e o de ontem frente ao Sporting houve duas semanas de
treinos. O problema foram os jogos das seleções que devem ter dificultado o
trabalho de Lopetegui. Mas acredito que ainda há tempo para corrigir os erros defensivos.
Não, não estou a procurar desculpar os erros. Obviamente que
os erros lá estão e são um grave problema, talvez maior que a rotatividade que
tantos culpam, mas como suponho que não somos só nós a dar conta deles,
Lopetegui e a sua equipa técnica vão arranjar solução para acabar com os erros.
Pelo menos com os mais frequentes, porque não se pode evitar de todo erros, já
que errar é humano e que eu saiba os jogadores são homens, não máquinas.
Portistas, o plantel não perdeu qualidade do dia para a
noite; o treinador não deixou de perceber de tática e afins; vamos acreditar. O
FC Porto precisa do apoio da sua massa adepta. Ficamos fora da Taça de
Portugal, é verdade, mas continuamos enfrente, porque ainda há campeonato e
Liga dos Campeões para jogar. E há muito para jogar.
2 comentários:
Quanto a rotatividade alguém devia dizer a lopetegui aquilo que Victor pereira disse um dia sobre Maicon!
"Os jogadores não são chiclete! Não são de usar e depois deitar fora!"~
A rotatividade excessiva tira competitividade entre o plnatel, baixa os níveis de concentração dos jogadores, ninguém se preocupa em ser melhor porque acaba sempre por poder jogar!
O que não sabemos nem nunca vamos saber é o critério da rotatividade de Lopetegui que pelo que se vê dao origem a jogos miseráveis!
Todos os treinadores, tendo boas alternativas querem por todos a jogar, mas não abdicam de 11 titulares indiscutíveis, lopetegui nao pode querer ser mais esperto do que os outros porque senao passsa a chamar-se de burro!
Caro Loportista,
“A rotatividade excessiva tira competitividade entre o plnatel, baixa os níveis de concentração dos jogadores, ninguém se preocupa em ser melhor porque acaba sempre por poder jogar!”
Será? A verdade é que nenhum de nós está diariamente nos treinos e não sabemos se a competitividade diminui.
“O que não sabemos nem nunca vamos saber é o critério da rotatividade de Lopetegui”
Pois, talvez não, mas não será que o adversário de cada jogo tem influência? É que cada jogo origina necessidades diferentes.
“que pelo que se vê dao origem a jogos miseráveis!”
Ora, posso então concluir que você ainda não viu nada de bom; que para si não houve jogo nenhum positivo…
Cumprimentos
Ana Andrade
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