Eu sei que este post já não se justifica, mas como já o
tinha praticamente feito, decidi publicar.
Em Julho de 2010 o futebol português foi surpreendido com a
transferência de João Moutinho do Sporting para o FC Porto. Lembro-me
perfeitamente de na véspera da notícia sair, o caro Vila Pouca ter dito no seu
blog que vinha aí bomba. Lembro-me de ficar super curiosa e a pensar no
assunto, mas, sinceramente longe de imaginar o que seria realmente a bomba. Tal
como eu, acredito que muitos frequentadores do blog ficaram a pensar no
assunto. Lembro-me perfeitamente de no dia seguinte ligar a televisão e ver nos
destaques do telejornal da RTP1 que João Moutinho estava a caminho do Dragão.
Num primeiro momento fiquei surpreendida, mas alguns segundos depois lembrei-me
do post do caríssimo Vila Pouca e, então, disse para mim própria «Esta era a
bomba!» e que bomba. Afinal de contas o capitão de um dos rivais estava a
trocar de camisola.
Sempre achei Moutinho um bom jogador, e também sabia-se que
Pinto da Costa considerava-o um jogador à Porto, mas nunca pensei que a
transferência fosse concretizar-se, porque afinal de contas João Moutinho era o
capitão do Sporting, um dos melhores, se não o melhor, da equipa e por certo
não faltariam pretendentes de outros clubes estrangeiros. Mas de repente
Moutinho passou de jogador à porto capitão do Sporting para ser jogador do FC
Porto.
Quando Moutinho saiu do Sporting, o então presidente, José Eduardo
Bettencourt, teve um momento menos feliz, ao apelidar João Moutinho de maçã
podre. Tal episódio infeliz não foi esquecido. E no Dragão o número 8 deixou
bem visível que era uma maçã bem viçosa e passou a ser o carregador de piano,
aquele jogador importante para a equipa que é capaz de a carregar às costas, no
fundo ser o motor; aquele que nunca joga mal, porque não o sabe fazer; aquele
que é indispensável, pois quando não está nota-se a sua falta; aquele que
raramente se lesiona. Em suma, o jogador que todas as equipas gostavam de ter.
E quando Moutinho não jogou, o que aconteceu poucas vezes,
notou-se a sua falta. Tal aconteceu, por exemplo, em Alvalade, onde o FC Porto
empatou; em Málaga, depois do número 8 ter saído ao intervalo devido a uma
recaída; e, na Madeira, perante o Marítimo, onde o FC Porto acabou por empatar.
Coincidências ou não, eu notei a diferença da equipa jogar.
Quando Moutinho chegou ao Dragão os superdragoes criaram uma
música de apoio onde diziam “tu aqui vais jogar para ganhar, seres campeão”.
Pois bem, João Moutinho, com a camisola dos dragões somou três campeonatos,
três Supertaças, uma Taça de Portugal e uma Liga Europa.
Por tudo isto, na análise que fiz após o último FC Porto
- Benfica disse isto: «mais uma vez
grande Moutinho, o nosso pequeno grande jogador carregou a equipa às costas e
fê-lo com classe. Que vai ser de nós sem ele?» Agora um pouco mais a frio,
ainda que continuando a lamentar a saída do jogador, digo que vamos continuar a
ser FC Porto, mas de uma coisa eu sei, não esqueceremos a maçã podre que um dia
veio de Alvalade e que se tornou num carregador de piano, num dos
imprescindíveis de Vilas-Boas e de Vítor Pereira.
E não é que três anos depois o FC Porto vendeu a maçã podre
por mais do dobro do que a comprou? Quem souber da existência de maçãs podres
destas é favor de avisar o FC Porto!
2 comentários:
@ Ana
belo artigo, sim senhor.
concordo em absoluto
beijinho
Miguel | Tomo II
Caro Miguel,
Muito Obrigada...
Ana Andrade
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