sábado, 19 de maio de 2018

Revisão da Época 2017 2018


Uma vez terminada a época é hora de fazer um resumo e, consequentemente, uma análise de tudo o que se passou.
Por causa do fair play financeiro da UEFA, o FC Porto viu-se obrigado a fazer as vendas necessárias para segurar os jogadores mais importantes do plantel. Por essa razão, não deu para ir às compras, pelo que veio apenas Vaná, guarda-redes e regressaram ao Dragão alguns emprestados. Por este motivo, o FC Porto arrancou para o campeonato 2017-2018 longe de ser o favorito a terminá-lo no primeiro lugar.
No que diz respeito à Liga dos campeões, o sorteio da fase de grupos da prova rainha do futebol europeu ditou a composição de um grupo equilibrado, com FC Porto, Mónaco, Besiktas e Leipzig. Facilmente se percebia que havia três equipas para os dois lugares de acesso à fase seguinte da prova. O FC Porto não entrou bem na competição, perdendo em casa o primeiro jogo frente ao Besiktas. Mas os Dragões recuperaram terreno e fizeram uma boa fase de grupos, qualificando-se para os oitavos de final da Liga dos Campeões no segundo lugar do grupo. Na fase seguinte o sorteio ditou um confronto com os ingleses do Liverpool. A primeira mão não correu nada bem, uma vez que o FC Porto perdeu em casa por 0-5. Na segunda mão e sabendo que não havia muito a fazer, os Portistas foram à Inglaterra empatar a 0. E assim terminou a caminhada do FC Porto na Liga dos Campeões 2017-2018, sendo que o principal objetivo foi atingido, chegar aos oitavos de final.
Relativamente à Taça de Portugal, o FC Porto ultrapassou equipas como o Portimonense ou o Vitória de Guimarães, até chegar à meia final da prova, onde defrontou o Sporting. Na primeira mão, os Dragões venceram em casa, mas não conseguiram segurar a vantagem em Alvalade, perdendo nas grandes penalidades. Ficou a sensação que podia ter sido feito mais na meia final para ampliar a vantagem alcançada na primeira mão, de modo a garantir, o mais rápido possível, a tão desejada presença na final. Desta forma, um dos principais objetivos da época não foi atingido, ficando o FC Porto perto, muito perto de o conseguir.
No que se refere à Taça da Liga, os azuis e brancos passaram a fase de grupos e chegaram à meia final, onde defrontaram o Sporting. Neste jogo, que revelou-se uma final antecipada, foi necessário recorrer às grandes penalidades para encontrar o vencedor, onde os leões foram mais felizes.
E, finalmente, no que diz respeito ao campeonato, o FC Porto conseguiu o objetivo mais importante da época, ser campeão. Não foi uma caminhada fácil, muito embora os Dragões tenham estado a maior parte do tempo no primeiro lugar. Mas como todos os percursos, teve altos e baixos – felizmente mais altos que baixos, é certo – sendo que os dois momentos mais complicados foram as duas derrotas, em Paços de Ferreira e no Restelo. A segunda derrota ditou a perda do primeiro lugar, que os Dragões recuperaram brilhantemente na Luz através de um golo de Herrera no final do jogo. Nesse momento, apesar de faltarem ainda jogos, sobrou a sensação que o título estava, cada vez mais perto. E estava, de facto. À 32ª jornada, após a vitória dos Dragões nos barreiros a conquista do campeonato ficou à distância de um ponto. E na jornada seguinte, Sporting e Benfica, em confronto direto, empataram e permitiram que os Dragões garantissem o título no hotel, sem precisar de entrar em campo. Foi, sem dúvida, a conquista do querer de uma equipa que se uniu em torno de um objetivo; que fez das suas fraquezas as suas maiores forças; que lutou contra tudo e todos. Quem não se lembra do jogo na Feira, quando Brahimi, perante a expulsão de Filipe, virou-se para o senhor árbitro e disse “nós vamos ganhar”, com a concordância de Marega; acredito que talvez tinham a consciência de que juntos poderiam, de facto, alcançar o objetivo. O FC Porto foi o justo campeão, uma vez que, tal como referi anteriormente, os Dragões ocuparam o primeiro lugar quase todo o tempo. No final os Dragões somaram 88 pontos, o melhor ataque com 82 golos marcados e a melhor defesa com 18 sofridos. A conquista do campeonato nacional deu origem a uma festa bonita, que começou num sábado no hotel, passou pelo estádio do Dragão (no relvado e na Alameda) e continuou no fim-de-semana seguinte com a equipa a descer a Avenida dos Aliados e a serem recebidos na Câmara.
Mas este campeonato poderia ter ficado marcado por uma tragédia. Em Janeiro, no início da segunda volta do campeonato, o FC Porto visitou o Estoril e ao intervalo os Dragões perdiam por 1-0. Quando, de repente, os adeptos portistas começaram a saltar da bancada que ocupavam para o relvado. Facilmente se percebeu que algo não estava bem. Foi então que soube-se que a bancada estava com problemas estruturais. Por essa razão a segunda parte acabou adiada para um mês depois – facto que causou muito burburinho junto dos rivais – mas não havia mas espaço no calendário do FC Porto, pelo que não houve outra solução. Os Dragões acabaram por dar a volta ao resultado no segundo tempo. Perante o desfecho do encontro, é impossível não questionar o que teria acontecido caso os adeptos portistas não tivessem saído da bancada e o FC Porto tivesse marcado um golo… felizmente foi um susto, mas sobra a sensação de que deu-se pouca importância ao caso.
Agora vem aquela fase da época que eu menos gosto: não há jogos do FC Porto ao fim-de-semana e o mercado está aberto, sendo sempre uma grande incógnita. Vou ter saudades desta equipa do FC Porto; vou ter saudades destes jogadores que deram tudo o que tinham e o que não tinham para conseguir este campeonato; vou fazer figas para que não saiam muitos, para que não seja necessário construir tudo do 0.

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