terça-feira, 24 de maio de 2016

Reflexão da Época 2015-2016



Erros, intranquilidade, instabilidade, pode dizer-se que estas são as palavras –chave que definem o trajeto do FC Porto ao longo da época 2015-2016.
Não se pode dizer que o FC Porto tenha iniciado mal a época. Com a saída da maior parte dos jogadores habituais titulares, houve um período de natural adaptação dos novos membros. É certo que a equipa nem sempre jogava bem, mas ia conseguindo vencer os jogos.
Na minha opinião, o primeiro momento de grande quebra de rendimento da equipa coincidiu com a quebra física de André André. Até a esse momento era ele quem carregava a equipa às costas – e porque não dizê-lo, os adeptos – e quando teve uma baixa de forma, a equipa não soube, de certa forma, lidar com esse facto e ressentiu-se. Por consequência esse período coincidiu com o jogo FC Porto-Dínamo de Kiev, aquele em que um empate garantiria a presença na Liga dos Campeões e que acabou em derrota que significou a despromoção para a Liga Europa. Este jogo significou uma espécie de virar a página, mas para uma parte da história não muito agradável. É que a partir desse momento a equipa entrou numa espécie de espiral de intranquilidade e ansiedade, em que nada ajudou o facto de alguns jogadores estarem em baixo de forma e outros em crise de confiança.
Entretanto, por uma conjugação feliz de resultados, antes do Natal o FC Porto saltou para a frente do campeonato. Quando se esperava que o facto de liderar a classificação fosse o bálsamo que a equipa precisava, tudo desmoronou, qual castelo de cartas. O dérbi com o Sporting não correu nada bem e os dragões voltaram a ficar sem o primeiro lugar.
A partir desse momento a contestação a Lopetegui cresceu drasticamente – já havia contestação, é verdade, mas nesse momento piorou consideravelmente. E o treinador viria a sair após uma jornada.
Seguiu-se um período em que Rui Barros ficou ao comando da equipa até surgir José Peseiro. Enquanto isso, a equipa não dava sinais de sair do estado anímico negativo.
Com a saída de Lopetegui e a entrada de Peseiro houve, naturalmente, um período de adaptação da equipa ao novo treinador, uma espécie de pré-época, mas com a agravante de não haver tempo para errar e aprender com os erros. Ou seja, se a equipa já estava instável e intranquila, não ficou melhor.
Se o FC Porto ganhou mais com a substituição do treinador, não sei, mas o que sei é que sem se esperar algo transcendente, esperava-se algo mais, talvez mais atitude por parte da equipa. Tal não aconteceu e, por consequência de diversos fatores, em que os erros ocupam o topo da lista, surgiram mais derrotas que atiraram a equipa para o terceiro lugar.
Não podemos negar que o FC Porto foi prejudicado por erros da arbitragem em alguns jogos, porque foi e alguns desses erros, quem sabe, poderiam ter feito a diferença na classificação final. Mas mais do que os erros da arbitragem, o que prejudicou verdadeiramente o FC Porto esta época foram os erros recorrentes da equipa, sempre presentes desde o início da época que não são admissíveis numa equipa profissional e que nunca foram eliminados.
Não, o FC Porto não tem o melhor plantel dos últimos anos – quem vendeu esta ideia pelos vistos vendeu bem, porque há muitos que acreditaram nela, de tal forma que elevaram as espectativas tão alto – mas também não creio que seja o pior deles todos, até porque acredito que Os jogadores tem qualidade, muito mais do que conseguiram demonstrar. É difícil fazer uma comparação com o plantel da época passada, porque os jogadores são diferentes. Mas uma coisa é certa, o plantel deste ano é desequilibrado, sobretudo na defesa. E a situação de Maicon só piorou o problema.
Em suma, na minha opinião, por um lado, a quebra física de jogadores importantes em momentos chave; a gritante falta de confiança e de crença, de todos e cada um, em si próprio e nos outros; e a mudança de sistema de jogo e ideias de um treinador para outro no meio da época terão sido responsáveis pela apatia da equipa. Por outro lado, a intranquilidade e a ansiedade que a equipa mergulhava em alguns jogos, sobretudo em casa e os erros constantes transformaram jogos que, aparentemente, eram esperados fáceis em partidas difíceis. E tudo junto fez com que esta época fosse complicada para o FC Porto.
O FC Porto bateu no fundo, foi o diagnóstico do Presidente, diagnóstico para o qual disse já ter tratamento. Pois bem, é hora de o por em prática.




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