quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

O FC Porto na Imprensa Nacional e o Estado do Futebol Português

1 O FC Porto na imprensa nacional

Na semana passada houve buscas no Dragão. Não sei se o Ministério Público encontrou o que procurava, mas espero que se investigue tudo o que houver para investigar e que seja responsabilizado quem tiver de o ser. 

Mas senhores da imprensa, fazerem notícias com suspeitas que, verdade seja dita, tem tanto de estranhas quanto de pouco fundamentadas, não faz sentido. 

Então a suspeita de que o FC Porto pagou a alguém capaz de influenciar a sorte dos jogos (ou lá o que seja a frase utilizada) que esse alguém será uma bruxa de Matosinhos, mas que afinal, supostamente, foi alguém contratado para fazer sessões de mental Coaching (que espero seja alguém com formação em psicologia) é, no mínimo, insultar a nossa inteligência e o trabalho da pessoa em questão que, sinceramente, não tem nada que ver com bruxaria. Haja bom senso. 

Sabem o que mais me custa? Custa-me que a imprensa nacional, perante as mais diversas vitórias internacionais do FC Porto tenha dificuldade, muita dificuldade em fazer aberturas de telejornais ou primeiras páginas (ainda me lembro bem da capa da ABOLA no dia seguinte à conquista da Taça Intercontinental em 2004), mas que não hesitem em fazer primeiras páginas ou aberturas de telejornais com a notícia que há buscas no Dragão, ou que à suspeitas disto e daquilo. Sim, bem sei que já devia estar habituada a estas coisas, mas nunca vou conseguir habituar-me à forma como o clube que mais faz pelo futebol português fora de portas, que muito contribui para que outras equipas portuguesas participem em provas europeias, é tratado pela imprensa nacional. 

 

2 O Estado do Futebol Português

O futebol Português é uma vergonha! Muitos de nós já sabíamos disto, mas a verdade é que de quando em vez surge uma situação que nos relembra, ou mostra, o quanto vergonhoso é o futebol português. 

Para quem está muito distraído… Durante a semana passada surgiram notícias que a BSAD tinha casos COVID no plantel. De dia para dia essas notícias davam conta do aumento de casos entre o plantel e a estrutura. Mas aparentemente ninguém: nem DGS, nem Autoridade Regional de Saúde, nem Liga de Clubes, nem FPF procuraram perceber as condições para o jogo realizar-se. Aparentemente a BSAD não pediu o adiamento do jogo (ou será que pediu?). E supostamente o Benfica não teve nada a ver com o assunto. 

A verdade é que o jogo realizou-se. A BSAD entrou em campo com apenas 9 jogadores, contra os 11 do Benfica. Resultado, os encarnados venceram por 0-7 num jogo que durou 48 minutos, visto que a BSAD acabou por ficar com 6 jogadores. 

Isto foi notícia internacional e o jogo apelidado, e bem, como o jogo da vergonha. 

Vamos lá ver… Na minha perspetiva a DGS ou a autoridade regional de saúde deveria ter impedido que o jogo se realizasse, já que se trata, claramente, de um problema de saúde pública; a Liga devia ter adiado o jogo sabendo quantos jogadores a BSAD tinha disponíveis e nem deviam vir com a história que a BSAD não pediu o adiamento. Não era óbvio? Seja como for, a BSAD deveria ter pedido o adiamento e, porque não, vir a público fazê-lo, de modo a garantir que toda a gente saberia a sua posição; os 9 jogadores que entraram em campo deveriam ter recusado fazê-lo, por não fazer sentido entrarem em desvantagem numérica; e o Benfica deveria ter recusado entrar em campo, por bom senso, por solidariedade com o adversário… tantos argumentos podiam ter utilizado, mas sobretudo, para não ferir a verdade desportiva deste campeonato. Mas preferiram, não só entrar em campo para jogar em superioridade numérica, mas também marcar golo atrás de golo e festejá-los com exuberância, que falta de desportivismo e de respeito.

Agora andam todos a empurrar a responsabilidade uns para os outros e dá para perceber que esta história está para durar. É bom de ver que anular o jogo era o mais lógico a fazer neste momento, mas todos sabemos que isso não vai acontecer. Este é o caso do campeonato e a verdade desportiva está influenciada por ele. 

 

 

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