quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Declarações de Rolando e de Sapunaru

1 – Declarações de Rolando

“"Não devemos favores a ninguém"

ANDRÉ VIANA

Com 17 derrotas em 185 jogos sob o comando técnico de Guardiola, o universo de probabilidades não é famoso para quem defronta o Barcelona. A equipa perdeu de formas variadas. Houve quem tentasse discutir o jogo e quem assumisse que havia que baixar linhas e apostar tudo nas saídas para o ataque. O que nunca aconteceu foi o Barça ficar abaixo dos 50 por cento na posse de bola. Percebe-se que o FC Porto se propõe a uma tarefa hercúlea. "O Barcelona é o vencedor da Liga dos Campeões e é conhecido pela qualidade do seu jogo. Mas se só tentarmos eliminar o jogo deles, não vamos fazer o nosso. Para contrariar uma equipa com posse de bola, tem de ser com posse de bola. É a única forma de os defrontar. Não será fácil, mas temos qualidade e experiência e vamos procurar o nosso jogo. É claro que o Barcelona é fora de série", admite Rolando, bravo na hora de dizer ao que veio, mas sem certezas de sucesso.

"Nunca joguei contra o Barcelona. Vejo pela televisão e muitas equipas tentam, mas o Barcelona é muito forte e não deixa jogar. Normalmente, a posse de bola é a nosso favor. É um pormenor importante e tentaremos ter a bola para nós, mas fundamental é fazer golos", avisa quem já este ano teve a oportunidade de travar um duelo com Messi, então num Portugal-Argentina (1-2). O contexto é totalmente diferente e não é legítimo afastar os dragões da contenda: "É uma final. Estamos aqui por mérito próprio, não devemos favores a ninguém. Tentaremos provar a nossa qualidade. Ganhar depende de muitos pormenores e detalhes, de um momento de inspiração."

Fala-se em inspiração e logo pensamos em Hulk. Afinal, ele tem sido omnipresente nos golos do FC Porto neste arranque de época. "O forte do FC Porto sempre será a equipa. Se assim for, depois há jogadores que, pelas suas características, fazem a diferença e destacam-se. O Hulk tem mais probabilidades de se destacar, gosta de ter a bola e tem prazer nisso. Mas a equipa precisa de estar bem para ele se destacar", desvia Rolando, para quem não vale a pena teorizar muito sobre o que pode ser o jogo: "Uma coisa é ver pela televisão, outra é estar em campo. Em casa vês tudo o que tens de fazer, analisas os espaços… Dentro de campo é diferente."

Bola. O Barça não vive sem ela, desespera quando não a tem. Pode o FC Porto lançar essa provocação suprema? "O objectivo é fazer golos e o Barcelona reclama a bola como esse pensamento. Quando tivermos a bola, temos de a proteger e atacar bem. Quando não a tivermos, há que defender", simplificou, preparado para correr mais do que o habitual: "Hoje em dia, ter pulmão é essencial. Se não estivermos bem, não temos a mínima hipótese."”

Em

www.ojogo.pt

2 – Declarações de Sapunaru

““Temos de recuperar o nosso futebol"

Passaram-se três meses. Pelo meio, saíram o treinador e o goleador. Até o FC Porto dá os primeiros passos em 2011/12 tentando perceber quem é. São questões a que só se responde com vitórias e isso os dragões têm conseguido. Para Sapunaru, porém, o patamar a que a equipa se propõe exige mais. O romeno desfrutou da última temporada e quer repetir. "Temos de melhorar o nosso jogo, a qualidade do nosso jogo. Temos de recuperar o nosso futebol do ano passado, de que toda a gente gostava e que se dizia ser o segundo Barcelona. Temos de melhorar a qualidade e a concentração", atirou em conversa com O JOGO.

Parece cábula, mas Sapunaru fala por si e sabe de cor o que quer. Aliás, percebe-se que essa é uma noção colectiva e permanentemente enfatizada por Vítor Pereira. O plantel assume que quer mais, que pode dar mais, mas conhece as agruras dos arranques. "Estamos a começar e é difícil, no ano passado também não arrancámos assim tão bem. Estamos a ganhar jogos e a ganhar confiança", projecta quem sente que o ponto de viragem pode chegar a qualquer momento.

Aliás, convém que chegue já. O Barcelona assim exige. "Gostamos de ter a bola, será um jogo de posse", avisa, ciente de que ainda nenhuma equipa conseguiu que os catalães passassem a maior parte de um jogo em trabalho defensivo. É um dado que assusta sem abalar a predisposição portista. "Queremos reclamar a bola, é assim que jogamos. Se começarmos a correr atrás da bola não vai ser bom para nós. É muito mais fácil quando se tem a bola", sentencia Sapunaru. Essa é uma verdade absoluta para ambas as equipas. Não há um acordo tácito que satisfaça ambas as partes. O FC Porto sabe que se pode ganhar de várias formas, mas quer fazê-lo tocando no ponto mais sensível do rival, no seu orgulho: a bola.

Com Villas-Boas, essa era uma obsessão. Por isso, Sapunaru fala de "um ano de sonho", não como recordação, mas como referência. "Fizemos grandes jogos", diz quem quer voltar a abrir os jornais e a ler apreciações eloquentes: "Todos nós queremos dar mais. Pensamos no ano passado porque toda a gente falava bem de nós…" Se ganhar ao Barcelona, o FC Porto volta a tocar o céu…

"Temos de ajudar o Hulk"

Ora aí está um título para barulho. Ajudar como? Sapunaru vai marcar outra vez? "Agora vou ficar à espera do próximo. Mas o meu trabalho é defender, não marcar. Não conheço muitos laterais que marquem golos. Fico contente é por ganhar campeonatos. Se marco ou não, é-me indiferente", foi avisando. Portanto, lá voltamos a olhar para Hulk. "O Hulk é um grande jogador, mas se o deixarmos sozinho vai ser complicado. Temos de o ajudar", remata, salientando que Messi também não funcionará a solo no Barcelona. Não?

"Playstation? O Moutinho joga bem"

Sapunaru compara o Barça de Guardiola a um videojogo: "Toda a gente sabe a equipa que é o Barcelona, joga à bola como se fosse Playstation. Temos de estar concentrados." L1+X: passa e desmarca. Talvez não resulte tão fluído no famoso jogo que até tem Messi na capa. Aí, pelo menos, Sapunaru sabe que é possível vencer. "Na Playstation conseguimos ganhar. O João Moutinho joga bem. O futebol parece muito fácil quando vemos o Barcelona jogar. É a melhor equipa do mundo", sentencia. Parecendo que não, há outras vantagens nas consolas: não é preciso correr e até a duração do jogo é virtual.”

Em

www.ojogo.pt

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