sábado, 2 de dezembro de 2017

#Polvo




“O Estádio do Dragão foi ontem palco de uma das maiores farsas de que há memória no futebol português: 48.809 espectadores pagaram bilhete para assistir a uma mentira. O zero zero final do clássico entre FC Porto e Benfica é o resultado de três erros de arbitragem tão graves quanto difíceis de compreender e de aceitar: aos 19 minutos, Jardel pisou Marega na área, mas não foi assinalado penálti; aos 45, Luisão jogou a bola com a mão na mesma área, mas também nem foi assinalado penálti nem lhe foi mostrado o segundo amarelo; aos 57, foi mal invalidado um golo a Herrera, por suposto fora de jogo – na realidade, tanto o mexicano como Aboubakar, outro interveniente na jogada, estavam vários metros em jogo.
Ao longo dos últimos meses, muitos têm perorado contra o “clima” que se vive no futebol português. Poucos têm dito é que o que destrói o futebol português são situações como as que ontem se viveram no Dragão. O árbitro Jorge Sousa, o videoárbitro Hugo Miguel, os assistentes Álvaro Mesquita e Nuno Manso e o quarto árbitro Gonçalo Martins assumiram o protagonismo de uma partida por cujo resultado são os principais responsáveis. Fosse no Estádio ou através da televisão, milhões de pessoas foram testemunhas de um atentado à verdade desportiva. Nada fere mais qualquer desporto do que a sensação generalizada de que os seus praticantes não atuam livremente nem são julgados de acordo com as regras. E não há imagem manipulada por um qualquer reles vigarista que possa subverter a realidade.
Convém não esquecer que o jogo de ontem surgiu na sequência de uma jornada em que a crítica reconheceu por unanimidade que o FC Porto foi prejudicado numa grande penalidade aos 90 minutos, frente ao Desportivo das Aves. Com verdade desportiva, os Dragões poderiam ter ganho as últimas duas partidas, teriam somado seis pontos em vez de dois e seriam líderes confortavelmente isolados, com quatro pontos de vantagem sobre o Sporting e oito sobre o Benfica - uma equipa, de resto, que se tem revelado incapaz de somar pontos quando é confrontada, na Europa, com arbitragens por norma mais zelosas em relação à execução das leis do jogo. No espaço curto de menos de uma semana, a classificação da Liga foi adulterada por fatores que ultrapassam o controlo dos jogadores e dos treinadores, e que curiosamente beneficiaram os de sempre e prejudicaram os do costume.”

Em
Dragões Diário


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