Ainda não consegui digerir o empate de ontem… estou dividida
num misto de orgulho pelo que esta
equipa fez em campo e por uma espécie de raiva pelo empate do Benfica nos
descontos.
O FC Porto fez uma grande exibição, que só pecou pela falta
de eficácia. Na primeira parte foi uma equipa avassaladora, que pressionou,
controlou, dominou, colocou em campo garra, raça e que aguentou da melhor forma
a pressão do rótulo de equipa jovem. Corona, Diogo Jota, André Silva, Óliver e Otávio
protagonizaram uma espécie de carrocel futebolístico, que encostou o Benfica a
sua área sem conseguir pensar o jogo, ao qual faltou eficácia; sustentado por
Casillas, Maxi, Filipe, Marcano, Alex Telles e Danilo. Só que no segundo tempo
Rui Vitória fez alterações que mudaram um pouco o jogo e Nuno teve de responder
para que a sua equipa não perdesse o controlo. Assim, esta é a minha análise às
substituições:
Ruben Neves – creio que ao substituir Corona por Ruben
Neves, o objetivo seria responder à alteração de Rui Vitória que nesse momento
começou a fazer o que não tinha conseguido até aí, criar jogo no meio campo.
Assim, com a entrada do número 6 portista creio que Nuno pretendeu, por um
lado, travar a subida de produção do adversário e, por outro, ter uma
alternativa no remate de fora da área, dando equilíbrio a meio campo. Por isso
percebi e concordei com a alteração.
Layun – na minha
opinião, a substituição de Óliver por Layun teve duplo sentido. Por um lado,
todos sabemos que Layun é um defesa, mas também pode jogar no ataque, assim, o mexicano
ajudaria a defender e, por outro, poderia ajudar no ataque, tanto com os seus
cruzamentos, como com os seus remates. Logo, também percebi a substituição.
Herrera - e que dizer da substituição de Diogo Jota por
Herrera? Creio que a ideia seria ganhar mais um elemento no meio campo, que fosse
capaz de segurar a bola. Das três substituições, esta foi a que menos
concordei. Não, não foi só por ter sido Herrera a ceder aquele canto da
desgraça, mas porque talvez faria mais sentido colocar em campo um elemento de
ataque, para que a equipa pressionasse mais nos últimos minutos, mantendo o
adversário longe da baliza de Casillas.
Eu não estou na cabeça do treinador e não sei se foi assim
que Nuno pensou, mas é desta forma que analiso as substituições. E é verdade
que agora é tão mais fácil dizer o que se faria ou deixaria de fazer…
Creio que não se pode dizer que um jogo à 10ª jornada seja
decisivo para as contas do campeonato. Uma vitória no jogo de ontem não
colocaria o FC Porto no topo da classificação, todos o sabemos, mas colocaria
mais pressão ao Benfica e mais determinação aos Dragões; um empate deixa tudo
na mesma, mas ao contrário do que eu ouvi alguém dizer ontem, não acho que o FC
Porto deixe de depender de si próprio para chegar ao topo, até porque ainda há
muito campeonato, muitos pontos em disputa – não acredito que o Benfica vai
ganhar os jogos todos. Cabe, por isso, ao FC Porto fazer o que tem de fazer,
ganhar os seus jogos, porque as contas fazem-se no final, não à 10ª jornada. A
equipa demonstrou que é capaz de lutar pelo título, não lhe falta garra,
atitude, união – talvez por isso seja ainda mais difícil de digerir este empate
- tem é de resolver o problema da falta de eficácia urgentemente, para que a
história do jogo de ontem não se repita.
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